Friday, 30 June 2017

Desordem no Iraque e ordenações em Lisboa

Miguel Vasconcelos, futuro padre
Domingo é dia de ordenações em Lisboa. São quatro novos padres e quatro diáconos permanentes que passam a estar ao serviço da diocese.


E hoje publiquei o último de quatro artigos sobre o que se vai passar no Iraque depois da libertação de Mossul. Olhamos desta vez para a comunidade Yazidi, que tanto tem sofrido nos últimos anos.

Thursday, 29 June 2017

Pell acusado, Mossul quase libertada

Miliciana cristã acende uma vela numa igreja perto de Mossul

Publicámos esta quinta-feira o terceiro artigo da série “E depois de Mossul”, no dia em que o exército iraquiano conquistou a famosa mesquita onde foi proclamado o califado. Hoje olhamos para os cristãos da região e como encaram o futuro e a eventualidade de curdos e árabes combaterem por domínio das suas terras ancestrais….

Ora os cristãos no Iraque devem muito, mas mesmo muito, a organizações como a fundação Ajuda à Igreja que Sofre. E por isso é bom saber que não só em Portugal como em todo o mundo houve em 2016 mais pessoas do que nunca a ajudar financeiramente a organização.

Entre Mossul, perseguições, atentados e outros males como os abusos sexuais é natural que muitas pessoas tenham medo de sair de casa. No artigo desta semana do The Catholic Thing, porém, Ines Murzaku explica porque é que o temor a Deus pode dominar e disciplinar todos esses outros medos. Leiam e partilhem!

Wednesday, 28 June 2017

Novos cardeais e o temor a Deus

Cinco cardeais e dois papas


Esta manhã o Papa falou sobre o martírio, dizendo acima disso está a caridade e que repugna aos cristãos ouvir chamar mártires aos bombistas suicidas.

Hoje temos novo artigo do The Catholic Thing. Por falar em bombistas suicidas, Ines A. Murzaku escreve sobre a diferença entre o medo que nos paralisa e o natural temor a Deus. Quem teme a Deus mais nada tema, explica. É convincente e encorajador. Leiam e partilhem.

Temor a Deus, Fé e Encontro

Ines A. Murzaku
Será difícil esquecer os meses de Maio e de Junho de 2017. Matanças temíveis e atentados suicidas em Manchester (22 de Maio), Egipto (26 de Maio) e no Afeganistão (31 de Maio), onde várias vidas inocentes foram interrompidas. Junho começou com mais atentados em Londres (3 de Junho) e Melbourne (6 de Junho). E estes foram apenas os principais, vários incidentes mais pequenos ocorreram no mesmo período em todo o mundo.

Como é que as pessoas estão a lidar com a dor e a perda? O poeta Tony Walsh leu do seu poema “This is the Place” diante de uma multidão em Manchester: “Diante de um desafio, erguemo-nos sempre”. O bispo Angaelos, da Igreja Copta Ortodoxa do Reino Unido lamentou os mártires coptas, mas perdoou os carrascos com a seguinte afirmação:

“São amados por mim e por milhões como eu, não pelo que fazem, mas pelo que são capazes na qualidade de maravilhosas criaturas de Deus, que nos criou com uma humanidade partilhada. São amados por mim e por milhões como eu porque eu, e nós, acreditamos na transformação.”

Estas expressões públicas de determinação e perdão cristão são bem-vindas numa cultura que parece ter esquecido tanto uma como outro. Mas as bombas e a carnificina deixaram muitas pessoas em todo o mundo com mais medo do que nunca de eventos com multidões, voos, aeroportos e centros de cidade.

Alguns estão a exibir sinais daquilo a que os psicólogos chamam fadiga de compaixão, impotência ou simplesmente desligar perante os horrores que são demasiado grandes e demasiado frequentes. O medo de ataques terroristas surge com frequência nas minhas discussões com alunos. Como é que se lida com o medo? É sequer possível ultrapassar o medo? Ou nas palavras do Papa Francisco: O que é preciso para travar a espiral do medo?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a coragem não é o contrário do medo. Aristóteles ensinou que é correcto e humano sentir medo de certas coisas, mas é necessária a medida certa de medo, porque “o homem que foge de tudo e teme tudo e não faz frente a nada torna-se cobarde, e o homem que não teme nada mas parte ao encontro de qualquer perigo torna-se imprudente” (Ética a Nicómaco II). Sentir medo perante o perigo é simplesmente uma reacção humana, mas não devemos deixar que o medo nos paralise ou impeça de viver.

A resposta cristã perante este dilema é um paradoxo – ultrapassar o medo como um outro tipo de medo – o temor a Deus. As escrituras e os padres da Igreja são claros a este respeito: se temer Deus jamais terá medo da mesma forma, porque no final de contas nada há a temer. “E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último” (Apocalipse 1,17)

São João Clímaco (579-649) escreveu: “Quem se tiver tornado escravo do Senhor teme apenas o seu Mestre. Mas quem não teme a Deus teme frequentemente a sua própria sombra. O temor é filho da descrença” (Degrau 21).

Santo Efrém da Síria, (306-373), conhecido como mestre da contrição, faz o mesmo argumento sobre o temor a Deus. “Quem teme a Deus eleva-se acima de todas as formas de temor. Ele tornou-se um desconhecido para a todo o medo deste mundo e colocou-o longe de si, e nenhuma espécie de tremor se aproxima dele”.

São João Clímaco
O medo descrito nestes exemplos é um temor saudável ou reverente a Deus, que em última análise está ligada à fé. O temor cristão de Deus não pode ser separado da fé. É uma espécie de medo saudável que que torna firme a fé em Deus. Para os cristãos é um temor que conduz para lá do medo, morte e intimidação normais. É uma fé que transforma as circunstâncias impossíveis em esperança. E é uma fé que fortalece os crentes quando enfrentam o mal, incluindo o terrorismo.

Dietrich Bonhoeffer, o famoso pastor luterano que foi martirizado pelos Nazis, sabia a quem se voltar em tempos de medo e de incerteza. Pregou sobre o medo e como o ultrapassar em 1933, o ano em que Hitler assumiu o poder: “Voltem os olhos para Cristo quando sentirem medo, mantenham-no diante dos olhos, chamem por ele e orem a ele, creiam que ele está convosco agora, a ajudar-vos. Então o medo empalidecerá e esvanecer-se-á, e a vossa fé no nosso Salvador forte e vivo, Jesus Cristo, vos libertará”.

A fé firme permite confiar em Deus. Vejam os mártires coptas que foram massacrados por terroristas no dia 26 de Maio de 2017, mortos porque se recusaram a negar Cristo. Estes corajosos mártires aceitaram mortes terríveis, por causa da fé.

Ainda assim, a questão não desaparece completamente. Será que o temor a Deus e a fé em Deus chegam para ultrapassar o medo de um atentado? A resposta não é simples. Os terroristas não se limitam a matar os inocentes. Eles atacam o espírito, para intimidar, para cansar, desencorajar e deixar as pessoas inseguras. Os terroristas querem destruir almas e, fundamentalmente, os valores e as esperanças.

E vale a pena fazer aqui uma distinção. Uma pessoa que teme Alá, uma pessoa de fé que reza de forma sincera, que jejua e respeita a tradição islâmica, é um muçulmano. Uma pessoa que encara a sua tradição religiosa como um empreendimento político cujo fim é a purificação de outras tradições – que considera corruptas e corruptoras – é um islamita que não tem qualquer pudor em matar até outros muçulmanos.

Tenho noção do quão difícil vai ser o diálogo que temos de empreender. É difícil saber sequer quando estamos a falar com um muçulmano e quando estamos a lidar com um islamita. É bom que cultivemos uma desconfiança saudável – talvez até um certo nível de medo – quando assistimos a tanta conversa ingénua sobre “diálogo”.

Mas também aqui devemos ultrapassar o medo. Assumir o risco de dialogar com o muçulmano, o fiel muçulmano fiel a Deus, que sofre e é também ele vítima dos terroristas, é uma parte necessária tanto da autodefesa como do esforço para “travar a espiral do medo”. E esse processo de conquistar o medo poderá também ajudar a combater o terrorismo.


(Publicado pela primeira vez no Sábado, 24 de Junho de 2017 em The Catholic Thing)

© 2017 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Tuesday, 27 June 2017

Árabes consagram em Fátima, ameaçam no Curdistão e perdem nos EUA

Curdos próximos da independência no Iraque
Quem esteve em Fátima no fim-de-semana não pode ter deixado de se surpreender com a quantidade de pessoas que falavam árabe nas ruas. A explicação é fácil. Milhares de libaneses vieram ao santuário consagrar o seu país a Nossa Senhora. A sua protecção, dizem, tem evitado que a guerra da Síria passe a fronteira.

É lançado amanhã o novo livro de José Luís Nunes Martins, colunista da Renascença. Vale a pena ler esta entrevista para aguçar o apetite.

Domingo há ordenações um pouco por todo o país. Em Vila Real são dois os jovens que serão feitos sacerdotes. No dia seguinte estarão já a participar no torneio de futebol para padres…

Nos EUA o Supremo Tribunal deu a Donald Trump uma meia vitória na questão da proibição de entrada de muçulmanos no país.

Esta semana olhamos de perto para o que se passa no Iraque. A cidade de Mossul está prestes a ser libertada das garras do Estado Islâmico mas o futuro pode ainda trazer complicações. A agravar o problema temos o referendo pela independência anunciado pelo Curdistão Iraquiano para Setembro. Poderá estar prestes a nascer um novo Estado?

Não deixem de ler o artigo da semana passada do The Catholic Thing sobre a cristofobia e, indirectamente, a islamofobia do político americano Bernie Sanders.

Thursday, 22 June 2017

Novo Patriarca Melquita e Abusos Anglicanos

Joseph Absi, terceiro a contar da esquerda, novo patriarca
As autoridades egípcias anunciaram hoje a morte de sete militantes islâmicos que teriam estado envolvidos nos recentes massacres contra cristãos naquele país.

Foi ontem eleito o novo Patriarca da Igreja Melquita. A Renascença, ao que parece, foi a primeira a dar a notícia no mundo lusófono. Rezem por ele, tem um trabalho muito complicado pela frente!

Ainda pelo Médio Oriente, o Estado Islâmico está prestes a ser erradicada em Mossul, mas antes disso fizeram questão de explodir a mesquita onde tudo começou.

O arcebispo de Cantuária admite que a Igreja Anglicana ajudou a esconder abusos sexuais durante vários anos.

O Papa não desiste do Sudão do Sul e envia ajuda em três frentes: Saúde, educação e agricultura.

E ainda os incêndios, os bispos dizem que o problema tem de ser resolvido “de raiz”.

Ontem foi publicado o mais recente artigo do The Catholic Thing em português, com o Pe. Mark Pilon a arrasar o senador Bernie Sanders por cristofobia e, indirectamente, islamofobia. Leiam, porque caminhamos a passos largos para esta nova realidade.

Wednesday, 21 June 2017

Bernie Sanders: Cristófobo e (Indirectamente) Islamófobo

Pe. Mark A. Pilon
Nota prévia: Este artigo do Pe. Mark A. Pilon é importante na medida em que realça uma questão crucial do nosso tempo, nomeadamente a ideia crescente de que os cristãos são indignos de exercerem cargos públicos de responsabilidade simplesmente porque professam certas crenças, mesmo que elas em nada afectem o seu trabalho. O exemplo do interrogatório do senador Bernie Sanders a Russ Vought, aqui descrita, é claro a esse respeito.

Dito isso, o facto de ter escolhido este artigo para traduzir não significa que eu concorde nem com a posição de Vought nem com a posição que o autor parece defender, de que os cristãos e os muçulmanos não adoram o mesmo Deus. Que o fazem já foi repetido não só pelos últimos Papas mas por outros na história da Igreja e está escrito preto no branco em documentos do Concílio Vaticano II.

Filipe


Quando ouvimos falar na perseguição aos cristãos pensamos normalmente nos cada vez mais frequentes ataques levados a cabo por extremistas islâmicos radicais em países de maioria muçulmana no mundo. Mas estas perseguições também acontecem em países ocidentais, embora não assumam a forma de violência física que vemos noutras partes. É mais subtil e acontece ao nível do Governo e de empresas privadas, normalmente sem atenção mediática.

Mas recentemente um exemplo desta perseguição foi filmado durante uma audiência de confirmação no Senado americano. Só causou uma pequena polémica, porque os grandes meios de comunicação não se interessam e não é natural que o Senado faça alguma coisa sobre o assunto. Isto porque o autor das palavras é um menino bonito dos media e de muitos senadores: Bernie Sanders. E para muitos é impensável comparar Sanders a um qualquer Joe McCarthy – ainda que o seu ataque a um candidato cristão, que não é cristão ao modo que Sanders aprova, tenha sido desprezível segundo os padrões do próprio Senado.

O alvo do seu ataque foi Russell Vought, nomeado pelo Presidente Trump para ocupar o cargo de Vice-director do Gabinete de Gestão e do Orçamento. Vought tem ocupado vários cargos no aparelho do Partido Republicano e foi assessor do senador Phil Gramm, o democrata vira-casacas que não é muito popular entre políticos como Sanders. Só isso já teria sido o suficiente para o desclassificar aos olhos de Sanders, mas ele optou por perseguir Vought por causa das suas convicções religiosas, expressas num blog chamado The Resurgent. Um dos assessores de Sanders deve ter desenterrado a informação e entendido que seria um dado capaz de descarrilar a sua nomeação.

Nesse texto Vought defendia a decisão da universidade em que se formou, Wheaton College, uma instituição abertamente cristã, de suspender a professora assistente de ciências políticas Larycia Hawkins, que postou uma fotografia de si mesma no Facebook com um véu islâmico dizendo que o iria usar no trabalho, em aviões e eventos sociais durante as semanas do Advento em solidariedade com os muçulmanos que enfrentavam discriminação religiosa.

Na altura escreveu: “Estou solidária com os muçulmanos porque eles, como eu, que sou cristã, são povos do livro… E como o Papa Francisco afirmou a semana passada, adoramos o mesmo Deus.”

Ainda que o Papa Francisco “pense” que cristãos e muçulmanos adorem exactamente o mesmo Deus, há literalmente milhões de outros cristãos e católicos que “pensam” o contrário, com base nas suas crenças num Deus que é uma trindade de pessoas e de que Jesus Cristo é o único mediador da salvação da humanidade. Francisco não fala em nome de todos os católicos nesta matéria, menos ainda em nome dos milhões de protestantes evangélicos – incluindo a Wheaton College.

Em relação a isto Vought escreveu simplesmente: “Os muçulmanos não têm apenas uma teologia deficiente. Eles não conhecem Deus porque rejeitaram o seu Filho, Jesus Cristo, e por isso estão condenados”.

Sanders revoltou-se: “Do meu ponto de vista a afirmação feita pelo Sr. Vought é indefensável, é odiosa, é islamofóbica e um insulto a mais de mil milhões de muçulmanos em todo o mundo”. Tentou provocar Vought a negar a sua fé. Vought tentou responder, dizendo, “Senador, eu sou cristão.” Mas Sanders interrompeu: “Acha que os não-cristãos vão ser condenados?” e mais tarde perguntou “está a sugerir que todas estas pessoas estão condenadas?” e, enfurecido, “e os judeus? Eles também estão condenados?”

Vought limitou-se a reafirmar a sua crença cristã de que a salvação vem apenas por Jesus Cristo. Mas Sanders concluiu que esta crença era incompatível com uma função pública. “Diria, senhor presidente, que este candidato não tem nada a ver com aquilo que este país representa”.

Incrível é pouco… Vought nunca sugeriu que as suas opiniões religiosas o levariam a negar aos muçulmanos os seus direitos humanos ou sociais e Sanders nem lhe perguntou. Aliás, Vought disse acreditar que “todas as pessoas são criadas à imagem de Deus e são dignas de respeito, independentemente das suas crenças religiosas”. Mas isso não chegou para Bernie, que argumentou que devia ser chumbado precisamente por causa dessa sua fé.

Sanders não é uma pessoa particularmente bem informada no que diz respeito a religiões mundiais e não é muito perspicaz quando sai da redoma da guerrilha política. O que ele não percebe é que ao excluir cristãos como Vought deve, logicamente, excluir a maioria dos muçulmanos também. Para os muçulmanos ortodoxos todos os não-muçulmanos são infiéis, mushrikun (politeístas, idólatras, pagãos, etc.), e como tal não podem entrar no Paraíso. Quase todos os muçulmanos acreditam que todos os infiéis são condenados.

Sobre os infiéis, por exemplo, o Alcorão diz, “São aqueles, cujas obras se tornaram sem efeito, e que morarão eternamente no fogo infernal” (9:17). Quando Hussain Nadim, professor da Universidade Quaid-e-Azam em Islamabad, Paquistão, perguntou aos seus alunos se a Madre Teresa de Calcutá iria para o Céu, “para minha grande surpresa, mais de 80% desta elite académica respondeu claramente que não. Todos os que responderam assim explicaram que embora a Madre Teresa fosse uma mulher nobre, não era muçulmana e, por isso, não podia entrar no Céu”.

A crença de que só os muçulmanos podem entrar no Céu não é professada propriamente por uma minoria de muçulmanos educados, mas é a opinião geral, o que significa que de acordo com o Bernieismo a maioria dos muçulmanos nos Estados Unidos não estão em condições de ocupar um cargo público.

Será que ele os apelidaria de cristófobos que insultam mais de mil milhões de cristãos? Duvido, seria perigoso.

Não, pessoas como Bernie Sanders vêem os cristãos que defendem posições impopulares como “o aborto é homicídio” e “o casamento é apenas entre um homem e uma mulher” como a única verdadeira ameaça ao paraíso secular que quer edificar. Há demasiados poucos muçulmanos neste país para serem uma verdadeira ameaça, mesmo que defendam as mesmas posições. Contudo, servem perfeitamente como instrumentos para classificar os cristãos como inimigos do sistema político americano.


O padre Mark A. Pilon, sacerdote da Diocese de Arlington, Virginia, é doutorado em Teologia Sagrada pela Universidade de Santa Croce, em Roma. Foi professor de Teologia Sistemática no Seminário de Mount St. Mary e colaborou com a revista Triumph. É ainda professor aposentado e convidado no Notre Dame Graduate School of Christendom College. Escreve regularmente em littlemoretracts.wordpress.com

(Publicado pela primeira vez na quarta-feira, 17 de Junho de 2017 em The Catholic Thing)

© 2017 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Monday, 19 June 2017

Não há palavras. Só cinza

A tragédia de Pedrógão Grande deixa-nos sem palavras, mas não nos deixa sem possibilidade de ajudar. Várias instituições, incluindo da Igreja, já prometeram ajuda e abriram contas para que se possa contribuir.


Ontem houve um ataque terrorista em Londres, mas contra a comunidade muçulmana. O condutor da carrinha usada foi salvo pelo imã da comunidade que atingiu.

Dos últimos dias destaque também para uma notícia que passou despercebida por cá. O líder do partido Democrata Liberal do Reino Unido demitiu-se depois de ter sido criticado pelas suas convicções cristãs e nos EUA as autoridades reuniram uns 200 cristãos originários do Iraque para serem deportados de volta para o país de origem, algo que a comunidade nem quer crer ser possível.

D. António Barroso, antigo bispo do Porto, está mais perto da beatificação.

Wednesday, 14 June 2017

A Medicina ao Serviço do Poder

Matthew Hanley
O ciclo noticioso é hoje em dia tão rápido que mesmo os assuntos mais mediáticos podem desaparecer da vista – e da memória – em tempo nenhum. Se perdeu a cobertura intensiva da recente “Marcha pela Ciência”, não se preocupe, voltará a seu tempo. A narrativa é demasiado útil para ser descartada: almas corajosas a defender a ciência contra forças antediluvianas até que um político esclarecido possa restaurá-la ao seu “devido” lugar.

Quando a coisa estava no auge surgiu a seguinte manchete: “The Perils of Trumping Science in Global Health”. Poderia vir de qualquer órgão – Washington Post, New York Times, MSNBC, NPR – certo? Mas não, é do outrora bastião da ciência, o New England Journal of Medicine (NEJM).

Os autores são médicos de Stanford e a sua queixa é antiga e gasta: a escassez de contraceptivos e a descontinuação do financiamento americano para o aborto no estrangeiro são proposições perigosamente anticientíficas que põem vidas em perigo.

Artigos deste género não são movidos por dados objectivos, mas pelo interesse em avançar uma causa política – normalmente a destruição de uma ou outra classe de pessoas. Não é propriamente uma boa premissa para um argumento, seja científica ou não. Em defesa desta minha afirmação, voltemos a nossa atenção não para o Catecismo, mas para outro artigo no NEJM.

Este começa por afirmar secamente: “A ciência, debaixo de uma ditadura, torna-se subordinada à filosofia orientadora da ditadura”. Identifica o princípio filosófico orientador, de “utilidade racional”, como sendo de natureza hegeliana e lamenta que “tenha vindo substituir os valores morais, éticos e religiosos”.  

Este não é o tipo de coisa que estamos habituados a ouvir. Como é que se reconciliam estas visões tão diferentes – na mesma revista médica?

Bom, se calhar devia referir que este último é de 1949. O seu título era: “Medical Science Under Dictatorship” e foi escrita pelo Dr. Leo Alexander, que contribuiu para o Código de Nuremberg. Trata-se de uma reflexão sobre a sua investigação da cumplicidade da profissão médica (na altura ainda não se dizia “comunidade”) com os horrores da Segunda Guerra Mundial.

Alexander realçou o rapidíssimo declínio da ética profissional, manifestada na eliminação massiva dos inúteis, indesejados, doentes crónicos e desleais. A “ciência” médica daquele tempo descobriu diagnósticos como “antipatia inveterada contra os alemães” para facilitar o processo de liquidação.

A programa geral de investigação médica estava direcionado à “destruição e prevenção da vida”. Alexander refere-se mesmo a esta iniciativa como a “ciência da aniquilação”. A conclusão de que neste contexto seria bom ser-se um “inimigo da ciência” parece-me um imperativo moral.

Chega mesmo a inventar o termo “ktenologia” para esta ciência da matança; talvez não conste de todos os dicionários, mas com todos os meios de esmagar a vida que empregamos actualmente – e que procuramos para amanhã – devíamos ter algum termo em uso corrente. (O mais próximo talvez seja mesmo “cultura da morte”).

Obviamente os abusos do regime Nazi chegaram a proporções maciças, mas o que se tornou evidente para investigadores como o Alexander foi que “começaram com coisas pequenas”. O início foi marcado por mudanças subtis de atitude – a aceitação da premissa básica do movimento da eutanásia de que algumas vidas são um fardo sem sentido. Mais vale despachá-las.

Nem toda a gente cedeu. Os médicos da Holanda ocupada foram capazes de ver para além dos lemas aparentemente inócuos, resistiram às insistências e suportaram perseguições brutais, mas não participaram nem na eutanásia nem nas esterilizações. O Terceiro Reich já pertence ao passado, mas entretanto a Holanda tornou-se o epicentro da eutanásia, o que sugere que as ideias abraçadas pelos nazis – pelo menos o seu utilitarismo impiedoso – triunfaram, tal como muito do estilo político da União Soviética persiste por entre os absurdos do politicamente correcto.

O artigo de Alexander conta muitos episódios perturbadores, mas não deixa de ser edificante devido à sua clareza. Lê-lo é como ver um daqueles filmes a preto e branco que melhorou com a idade, é qualquer coisa que nos enche de uma sensação de exílio. As fronteiras poderão não ter mudado, mas o panorama ideológico sim – de uma forma de tal maneira sísmica que é o presente, e não o passado, que parece agora um país estrangeiro.

Ezekiel Emanuel - Contra a objecção de consciência
A “mesma” NEJM causou alguma polémica o mês passado ao dar voz ao médico, agora político, Ezekiel Emanuel que defende que as “sociedades profissionais deviam declarar que a objecção de consciência viola a ética”.

Emanuel refere-se à objecção contra variadas formas de destruir, prevenir ou mutilar a vida humana que se encaixam na sua visão deturpada de “cuidados” – os mesmos meios que Alexander criticou quando Nuremberga era ainda uma memória recente. Leu bem: Emanuel considera que é contra a ética ser objector de consciência contra tais coisas; a sua posição implica, nas palavras de Wesley Smith, que toda a gente que é pró-vida devia abandonar o ramo da medicina.

Às vezes os paralelos com as atrocidades nazis podem ser exageradas, mas a descrição que Alexander faz das atitudes que conduziram a esse desastre parecem aplicar-se perfeitamente à mentalidade de Emanuel e companhia. Parecem estar a exigir o que Himmler exigiu e, eventualmente, conseguiu: a cooperação de médicos e da ciência médica da Alemanha para levar a cabo monstruosidades consideradas necessárias para promover uma agenda maior, obviamente não-científica e desumana.

Emanuel quer reavivar a tática de intimidação que Alexander criticou: “qualquer indício de tibieza ou falta de entusiasmo pelos métodos do governo totalitário devem ser considerados uma ameaça a todo o grupo”. Tal como os que o antecederam nesta ignomínia, Emanuel intui que aquele que se recusa a matar é uma ameaça aos desígnios – e consciências – de quem o fará.

Que “cientistas” como Emanuel queiram um tipo de “progresso” que abandone a ética do Código de Nuremberga devia ser uma pista para todos nós. O que Emanuel e companhia querem é, parafraseando C.S. Lewis, poder exercido por alguns – como eles – sobre todos os outros, tendo a “ciência” como instrumento. Em última análise estão a apostar na conquista final que C.S. Lewis vislumbrou: A Abolição do Homem.

É contra este tipo de coisa que devíamos estar a marchar.


Matthew Hanley é Investigador sénior no Centro Nacional de Bioética Católica. Matthew Hanley é autor, juntamente com Jokin de Irala, de ‘Affirming Love, Avoiding AIDS: What Africa Can Teach the West’, que foi recentemente premiado como melhor livro pelo Catholic Press Association. As opiniões expressas são próprias, e não da NCBC.

(Publicado pela primeira vez na Terça-feira, 13 de Junho 2017 em The Catholic Thing)

© 2017 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Friday, 9 June 2017

Papa escreve ao Irão, juristas aos deputados

Atentado no Irão fez 12 mortos
O Papa Francisco mandou esta sexta-feira uma mensagem de condolências ao Irão por causa dos atentados que tiveram lugar naquele país na passada quarta-feira.

Um grupo de mais de 100 juristas assinou uma carta aberta a pedir aos deputados que não legalizem a eutanásia nem o suicídio assistido.

Por falar em juristas, chamo a atenção para um evento no próximo dia 21 de Junho em que haverá uma assembleia geral da Associação dos juristas católicos que começa com missa às 19h15 termina com um jantar debate sobre a ideologia do género, em que falará Diogo da Costa Gonçalves. Passa-se tudo na Igreja de São Nicolau, em Lisboa.

Wednesday, 7 June 2017

Papa comovido por solidez da fé dos portugueses

Há golfe para malucos
Já passou pela dificuldade de ter de explicar aos seus filhos ou sobrinhos o drama dos refugiados? Pois Maria Teresa Maia Gonzalez escreveu um livro que ajuda nesse sentido.

O Papa escreveu esta quarta-feira ao Patriarca de Lisboa, manifestando-se comovido pela “solidez da fé” que encontrou em Fátima.

As comissões episcopais de Portugal e de Espanha que lidam com a área das comunicações sociais estão reunidas e querem reforçar a presença da Igreja nas plataformas digitais.

Pode o golfe ser uma forma de terapia na doença mental? A Fundação São João de Deus acredita que sim e está a apostar nisso.

A Outra Europa

A semana passada, enquanto o líder do mundo livre estava ocupado a destruir o sistema americano de alianças cuidadosamente construído ou a abalar a estrutura política nacional e estrangeira para poder lidar com os desafios ambientais, dependendo dos órgãos de comunicação que vêem, aconteceu algo igualmente importante – e mais fundamental – na Hungria, que passou quase despercebido.

Fui convidado para falar no 11º Congresso Mundial para as Famílias, que decorreu em Budapeste. Mas é difícil exprimir o quão inspirador e esperançoso – e inesperado – foi o evento.

Estamos tão afundados nas nossas obsessões políticas que quase nunca ouvimos falar disso, mas há milhares de activistas e organizações de defesa da família e do casamento a trabalhar à volta do mundo. A maioria esteve presente em Budapeste a semana passada. E mais importante que tudo, fora da Europa Ocidental, da América do Norte e de países culturalmente parecidos como a Austrália e a Nova Zelândia, os países não estão de todo a seguir as modas absurdas e suicidas sobre casamento e filhos que acreditamos, falsamente, terem dominado o mundo.

A Hungria é um exemplo na própria Europa. O primeiro-ministro, o ex-dissidente soviético Viktor Orban, conseguiu inverter a tendência desastrosa de casamento e nascimentos que a Hungria, à imagem da Europa ocidental, revelava há anos. É o resultado tanto de compromissos sociais como de políticas específicas.

A Constituição da Hungria de 2011, a primeira adoptada desde que recuperou a liberdade depois da queda da União Soviética, diz o seguinte:

Artigo L (1) A Hungria protegerá a instituição do casamento enquanto união entre um homem e uma mulher, estabelecida voluntariamente, e a família como base da sobrevivência da nação. Os laços familiares basear-se-ão no casamento e/ou na relação entre progenitores e filhos. (2) A Hungria encorajará o compromisso de ter filhos.

Pode parecer um gesto vazio de sentido, tendo em conta a cultura dominante entre as elites internacionais, mas há dez anos a Hungria tinha um índice de casamento de 3,6 por mil, o mesmo que países do Sul da Europa como Itália, Espanha e Portugal. Agora está perto dos 4.75 e continua a subir.

De igual forma o índice de fertilidade na Hungria passou do mesmo que a Europa Ocidental para cerca de 1,45 – e parece estar a subir em direcção aos mágicos 2,1 necessários para garantir a estabilidade demográfica. Estas mudanças levam tempo e o Governo da Hungria reconhece que não haverá estabilidade demográfica até cerca de 2030. Entretanto foram inseridas no sistema húngaro uma série de vantagens para as famílias por forma a encorajar não só o casamento e a procriação, mas famílias com três filhos ou mais.

A recuperação de atitudes saudáveis a respeito do casamento e da família não é uma impossibilidade quando a sociedade reconhece que ambos são importantes para o bem-estar humano e para a estabilidade social, e desde que os governos nacionais não empreendam uma cruzada para os destruir.

Na verdade, a resistência da Hungria aos esforços da União Europeia para expandir o “casamento” gay tem citado a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais: “O direito de contrair casamento e o direito de constituir família são garantidos pelas legislações nacionais que regem o respectivo exercício.” As relações jurídicas são sempre complexas, claro, mas a Carta Europeia, como a Constituição americana, não dá ao Governo central qualquer jurisdição sobre o casamento e a família.

E não é só a Hungria. A Eslováquia emendou a sua constituição em 2014 e definiu o casamento da mesma forma que a Hungria. E isso foi sob um Governo socialista. Na Polónia o artigo 18º da Constituição diz: “O casamento, sendo uma união entre um homem e uma mulher, bem como a família, maternidade e paternidade, serão colocadas sob a protecção da República da Polónia”. A Roménia está a seguir o mesmo caminho.

Claro, estas não são as grandes potências da Europa. A Alemanha, França e Reino Unido – e sobretudo a distante América – são quem define, em larga medida, a agenda da comunidade internacional. Pelo menos é isso que os radicais querem que se pense sobre os poderes das Nações Unidas e outras organizações como a Organização Mundial de Saúde.

Mas vejam isto:




As áreas azuis escuras são os lugares onde o “casamento” gay é legal. Mas os países encarnados são aqueles onde é ilegal – sendo o casamento definido como sendo entre um homem e uma mulher. As áreas azuis estão no meio, tanto geográfica como juridicamente: permitem algumas formas de união “não-tradicional”, mas não as equacionam ao casamento.

De certa forma até na Europa existe divisão entre estados azuis e encarnados. Apesar de todas as acusações de que o casamento, a família, a moral sexual etc. têm sido feitos reféns por “progressistas”, isto é, radicais que não sabem bem com o que é que se meteram, mesmo na Europa decadente e em colapso demográfico existe resistência significativa.

Não deve ser por acaso que é precisamente nas periferias europeias, as partes que até há pouco estavam sob domínio comunista, que a resistência é mais forte. Elas ainda se lembram dos antigos totalitarismos e não se deixam intimidar pelos novos.

Mais, têm a vantagem de poder ver – tanto na América como na Europa ocidental – onde é que a nova ética totalitária conduz: A uma perda de fibra social e uma perda, literal, daquilo que forma uma sociedade – pais com filhos.

Claro que, por terem enfrentado esta crise de frente e por se terem recusado a aceitar refugiados muçulmanos para colmatar as falhas demográficas, têm sido acusados de esmagar os direitos dos homossexuais e de estarem a encorajar uma nova forma de nacionalismo perigoso, com tons fascistas.

Viktor Orban é pai de cinco filhos. Muitos dos seus ministros e secretários de Estado são pessoas novas com famílias grandes. E no resto da Europa central e sudeste as principais figuras políticas têm filhos, ao contrário dos líderes da União Europeia, da Alemanha, de França, Itália e Reino Unido.

Os opinadores progressistas pensam que estão “do lado certo da história”. Mas é difícil dizer o que será precisamente o futuro progressista, uma vez que não parece preocupar-se com o futuro literal de crianças e sociedades suficientemente férteis para se reproduzirem.

Do nosso ponto de vista essa forma de encarar o mundo é que passou à história, no sentido de que já pertence ao passado e não tem futuro a longo prazo. Outros modelos, mais esperançosos mas que dão menos nas vistas, estão a surgir numa variedade de lugares inesperados.


Robert Royal é editor de The Catholic Thing e presidente do Faith and Reason Institute em Washington D.C. O seu mais recente livro é A Deeper Vision: The Catholic Intellectual Tradition in the Twentieth Century, da Ignatius Press. The God That Did Not Fail: How Religion Built and Sustains the West está também disponível pela Encounter Books.

(Publicado pela primeira vez em The Catholic Thing na quinta-feira, 1 de Junho de 2017)

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Tuesday, 6 June 2017

Martelo em Notre Dame, Marcelo nos Açores

Turistas retidos na Notre Dame, Paris
Mais uns dias, mais dois atentados. Um em Londres, outro em Paris, sendo que o da Catedral de Notre Dame, hoje, não causou vítimas.

A Igreja não pode desistir da Juventude, diz D. Pio Alves. Já o responsável nacional das Equipas de Jovens de Nossa Senhora considera que com o próximo sínodo a Igreja está a desafiar os jovens à proactividade.

Marcelo nos Açores. O bispo de Angra diz que o Presidente pode ajudar a resolver os problemas da região.

Luís Miguel Cintra agradece o reconhecimento da Igreja, que lhe atribuiu o Prémio Árvore da Vida.

Ontem o Papa voltou a apelar á protecção do ambiente, isto no mesmo dia em que louvou Pio XII por este se ter arriscado para salvar judeus.

E por fim, a Cáritas portuguesa quer ajudar o povo da Venezuela, mas não sabe bem como fazer chegar a ajuda ao país.

Thursday, 1 June 2017

Camisolas que Compensam Chapadas

"Francisco, toma a minha camisola"
Donald Trump poderá anunciar ainda hoje a saída dos Acordos de Paris. O Vaticano sentirá isso como uma “chapada na cara” e os bispos católicos americanos pedem ao Presidente que honre os seus compromissos.

O Papa Francisco recebeu esta quinta-feira mais uma camisola de futebol para a sua já assinalável colecção…

Morreu o antigo líder da Igreja Greco-Católica da Ucrânia. Saiba quem foi o cardeal Husar.

Decorreu ontem um seminário sobre “Paz e Futuro da Humanidade” que contou com a presença do bispo das forças armadas e do bispo da Igreja Lusitana.

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