"There aren't any women here, are there?" |
O seu historial de não implementação do “Sumorum Pontificum”
em Buenos Aires não ajudou, e o facto de nas primeiras semanas ter abandonado muitos
dos sinais exteriores que Bento XVI cultivava no campo litúrgico, agravou a
preocupação.
Hoje, contudo, surgem dois sinais contraditórios mas que
poderão ajudar a compreender melhor o Papa.
Na missa crismal, de manhã, numa homilia dirigida de forma
especial aos padres, o Papa disse o seguinte:
As vestes sagradas do
Sumo Sacerdote são ricas de simbolismos; um deles é o dos nomes dos filhos de
Israel gravados nas pedras de ónix que adornavam as ombreiras do efod, do qual
provém a nossa casula actual: seis sobre a pedra do ombro direito e seis na do
ombro esquerdo (cf. Ex 28, 6-14). Também no peitoral estavam gravados os nomes
das doze tribos de Israel (cf. Ex 28, 21). Isto significa que o sacerdote
celebra levando sobre os ombros o povo que lhe está confiado e tendo os seus
nomes gravados no coração. Quando
envergamos a nossa casula humilde pode fazer-nos bem sentir sobre os ombros e
no coração o peso e o rosto do nosso povo fiel, dos nossos santos e dos nossos
mártires, que são tantos neste tempo.
Depois da beleza de tudo o que é litúrgico – que não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado –, fixemos agora o olhar na acção…
Depois da beleza de tudo o que é litúrgico – que não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado –, fixemos agora o olhar na acção…
Ora isto é precisamente o género de coisa que muitos
tradicionalistas estavam à espera de ouvir da boca do Papa, um claro sinal de
que no seu entender pobreza e humildade não são para confundir com
miserabilismo e que a riqueza litúrgica em nada ofende a pobreza de espírito,
como aliás São Francisco tão bem demonstrou com a sua vida e os seus escritos.
Contudo, horas mais tarde, surge a notícia de que esta tarde
na prisão juvenil o Papa vai lavar os pés não só a jovens rapazes
institucionalizados, mas também a pelo menos uma rapariga. Salvo erro será
mesmo a primeira vez que um Papa o faz, embora, alegadamente, Bergoglio já o
fizesse em Buenos Aires.
E então? Bom… então muito! É que se há coisa que enerva os
tradicionalistas (e não estou a ser sarcástico, pois incluo-me, moderadamente,
neste lote), é o desprezo pelas rubricas e a mania que muitos padres têm de “inventar”
e celebrar missas não como manda a Igreja mas como lhes apetece.
E o que dizem as rubricas? Indicam claramente que neste
gesto, que é opcional, mas que é uma parte tão importante da simbologia da Ceia
do Senhor, o sacerdote deve lavar os pés a 12 homens. Em latim o termo é “Viris”,
que significa mesmo “homens” no sentido masculino e não no sentido geral de “seres
humanos”.
Vejamos como serão as reacções. Para muitos estas
preocupações podem parecer absurdas, mas para muitos outros não são.
A presença de mulheres... uma preocupação antiga...
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ReplyDeleteA informação que tenho é que serão duas jovens, mas o gesto repete o que fizera o cardeal Bergoglio em Buenos Aires, mais do que uma vez (há fotos, não é alegadamente :).
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