Sem pressa! |
Muitos se questionam, contudo, sobre porque é que levou
tanto tempo para começar, se o Papa já tinha anunciado a sua resignação a 11 de
Fevereiro… Essa dúvida associa-se ao do atraso dos cardeais, o último dos quais
apenas chegou a Roma quatro dias depois do início das congregações gerais. É de
facto estranho.
Claro que os cinco cardeais eleitores que levaram mais tempo
a chega podem ter razões perfeitamente válidas, mas nalguns casos o atraso
parece estranho. Uma explicação é de que o fizeram de propósito para atrasar a
marcação do conclave.
E porque é que se interessariam por atrasar o início do
conclave? Bom, aí entramos em especulação sobre politiquices internas…
Convém não esquecer que a maioria dos cardeais eleitores não
vive nem trabalha em Roma. Por isso não se conhecem tão bem uns aos outros como
os que são funcionários da Cúria. Haveria, entre os “forasteiros”, o medo de
que os “romanos” tentassem condicionar a votação, tendo já blocos de apoio
formados. É fácil compreender que para um Cardeal que vem de longe e participa
pela primeira vez num conclave, ao ver no primeiro dia 40 cardeais a votar no
mesmo sentido, se sinta impelido a fazer o mesmo, sobretudo quando não conhece
bem nenhum dos “candidatos”.
Terá sido para tentar impedir isso que os “de fora”, que
ainda assim são maioria, fizeram por atrasar o início do conclave exigindo,
logo a abrir, que as tardes fossem livres de congregações gerais para que o
trabalho decorresse mais lentamente e todos tivessem mais oportunidades para se
encontrarem, conversarem, conhecerem e estreitarem ideias.
Uma coisa parece consensual entre os observadores: quanto
mais tarde começa o Conclave, mais curto será. Isto porque os cardeais irão lá
para dentro já com alianças bem formadas e uma melhor noção do que querem no
candidato escolhido. Vamos a ver, a partir de dia 12, se essa previsão se
confirma ou não.
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