Nascido: 11 de Outubro de 1948 Ordenado padre a 20 de Julho de 1975 e bispo a 27 de Março de 1993 |
Desta vez, e sobretudo depois do fenómeno Obama nos Estados
Unidos, as expectativas voltam a ser grandes e aquele que é visto como o
principal candidato africano é Peter Turkson, actual prefeito do Pontifício
Conselho para a Justiça e Paz.
Tendo em conta que muitos esperam um Papa novo, Turkson, com
64 anos, tem a seu favor o factor da idade.
Para além disso o cardeal tem experiência curial, residindo
em Roma desde 2009 e sendo membro de sete congregações romanas, incluindo a
Congregação para a Doutrina da Fé.
Mas Turkson tem ainda uma grande experiência pastoral, tendo
sido Arcebispo de Cape Coast, uma das maiores cidades do Gana, e tendo acumulado
o trabalho num seminário com o de pároco antes de ser bispo. Fala também várias
línguas, incluindo italiano, inglês, hebraico, alemão e francês.
Ao contrário da Europa, onde o Cristianismo está em recuo, a
Igreja em África está em franca expansão, mas este é também um continente onde
existe um grande potencial para conflito entre muçulmanos e cristãos. Nesse
aspecto Turkson também tem factores a seu favor uma vez que tem membros da
família que são muçulmanos. Do ponto de vista ecuménico também pode ser um
candidato a ter em conta, devido ao facto de a sua mãe ser metodista. Mas estas
credenciais foram prejudicadas durante o sínodo para a Nova Evangelização, em
2012, quando o cardeal mostrou aos seus pares um vídeo do YouTube, alegadamente
sobre “demografia islâmica”, que tem sido denunciada como sendo incorrecto,
alarmista e discriminatório.
Doutrinalmente seguro, Turkson agrada também àqueles que dão
mais importância a questões de justiça social, devido ao trabalho que tem
desenvolvido à frente do Conselho Pontifício a que actualmente preside.
Contudo, os seus apelos à criação de uma autoridade global financeira causaram
desconfiança em muitos sectores.
Num tema muito polémico, por exemplo, o cardeal tem
demonstrado firmeza doutrinal mas também abertura pastoral. Questionado sobre o uso de
preservativos para combater a Sida em África, Turkson repetiu o ensinamento
católico mas disse que poder-se-ia abrir excepções em casos de casais em que um
dos membros está infectado, para prevenir contágio. Disse também, contudo, que
a aposta em preservativos para combater a doença era um perigo uma vez que a
qualidade geral dos preservativos em África é baixo, pelo que se poderia estar
a fomentar um clima de falsa confiança, e que o dinheiro gasto em
contraceptivos seria mais bem aproveitado para fornecer medicamentos retrovirais
para quem já está infectado.
Poucos dias depois do anúncio de Bento XVI, Turkson deu uma
entrevista à CNN em que disse que não era provável que o escândalo dos abusos
sexuais se espalhasse em África da mesma forma que se espalhou no ocidente,
porque em África a cultura não aceita bem qualquer forma de relacionamento
homossexual. Sendo verdade que a maioria dos casos de abusos sobre menores na
Igreja é de natureza homossexual, praticados por homens sobre crianças, as
declarações do cardeal foram interpretados por alguns como querendo estabelecer
uma ligação entre a orientação homossexual e a pedofilia.
Entretanto, uma coisa é certa: Se Peter Turkson for eleito
Papa os teoristas da conspiração terão um autêntico festival, uma vez que
segundo a profecia de São Malaquias o último Papa deve chamar-se Pedro e, de
acordo com a lista de Papa da profecia é chegado agora o momento de eleger o
último…
[Um leitor avisou-me que tinha colocado Cape Town em vez de Cape Coast. Agradeço o reparo, já foi corrigido]
[Um leitor avisou-me que tinha colocado Cape Town em vez de Cape Coast. Agradeço o reparo, já foi corrigido]
Cape Coast, não Cape Town
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