Nascido: 12 de Novembro de 1940 Ordenado padre a 17 de Dezembro de 1966 e bispo a 6 de Janeiro de 1986 |
Por inerência do seu cargo, o arcebispo de Washington D.C.,
capital dos EUA, tem de enfrentar muitas questões em que a política e a
religião parecem entrar em conflito. Nos últimos anos, à medida que tem
crescido um ambiente de conflito entre liberais e conservadores que tem repercussões
tanto na política como na vida da Igreja, Donald Wuerl tem tido que tomar
muitas posições a esse respeito.
O arcebispo tem sido firme na defesa dos valores cristãos e
católicos. Recentemente manifestou-se contra a legalização do “casamento” entre
homossexuais, chegando ao ponto de dizer que a alteração do conceito
tradicional de casamento colocava em risco a prestação de serviços sociais por
parte da diocese. A lei foi aprovada à mesma, e a maioria dos serviços
continuou, mas as agências de adopção católicas, por exemplo, fecharam por se
recusarem a considerar casais homossexuais para adopção.
Noutras questões Wuerl tem sido menos rigoroso que alguns
dos seus colegas mais conservadores. No que diz respeito a dar a comunhão a
católicos que defendem publicamente ideias contrárias à fé católica, como por
exemplo políticos que sejam a favor do aborto, Wuerl tem sido moderado, dizendo
que a Igreja prefere procurar convencer as pessoas do que fechar-lhes as
portas.
Esta atitude, bem como uma relutância pública em relação ao
rito tridentino, valem-lhe a desconfiança de muitos conservadores mais
tradicionalistas.
Pelo contrário, a forma como tem agido em relação ao
escândalo de abusos sexuais tem sido muito positiva e louvada desde que chegou
a Washington. O arcebispo tem deixado claro que a principal responsabilidade da
Igreja é para com as vítimas, depois para com as famílias das vítimas e só em
último lugar deve estar qualquer preocupação com a reputação da Igreja.
Em vários casos o arcebispo conseguiu reduzir ao estado
laical padres acusados de cometer abusos na sua diocese, incluindo numa
instância em que para o fazer teve de contrariar pessoas no Vaticano que
estariam a tentar proteger o sacerdote em causa.
Há, contudo, algumas acusações contra a actuação do mesmo
arcebispo aquando do seu tempo à frente da diocese de Pittsburgh, que todavia
não parecem ter levado a qualquer intervenção por parte das autoridades.
Apesar de Wuerl só ter sido elevado ao colégio dos cardeais
em 2010, este será o seu segundo conclave. Isto porque o então padre Wuerl era
secretário pessoal de um cardeal americano aquando do conclave que elegeu João
Paulo II e, nessa altura, foi-lhe permitido acesso ao conclave para poder
empurrar a cadeira de rodas do cardeal.
Wuerl é certamente uma figura a ter em conta neste conclave,
onde participam 11 cardeais americanos, mas não é provável que o arcebispo de
72 anos seja eleito.
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