Angelo Scola
Nascido: 7 de Novembro de 1941, em Itália
Ordenado padre a 18 de Julho de 1970 e bispo a 21 de Setembro de 1991
|
Historicamente há duas grandes dioceses conhecidas por fornecerem
Papas: Veneza e Milão contribuíram, juntas, cinco pontífices nos últimos dois
séculos.
Foi por isso muito significativo que Bento XVI tenha nomeado
para arcebispo de Milão o então Patriarca de Veneza, Cardeal Angelo Scola.
Há quem tenha interpretado a mudança como um claro indicador
por parte de Bento XVI de que era este o homem que lhe deveria suceder.
Scola é um homem da confiança de Bento XVI e é membro do
movimento Comunhão e Libertação, que tem ganho muita influência ao longo dos
últimos anos em Roma.
Há mais uma série de características que poderão jogar a seu
favor no conclave. Scola tem apenas 71 anos, pelo que não sendo novíssimo, é
definitivamente mais novo do que Bento XVI era quando foi eleito. Para além
disso mistura experiência académica, curial e pastoral.
Ainda novo foi um dos colaboradores da revista “Communio”,
juntamente com nomes de peso como Henri de Lubac, Hans Urs Von Balthazar e...
Joseph Ratzinger. Fundou também o boletim “Oasis”, que aborda o Médio Oriente e
contribui para o conhecimento do Islão e do Cristianismo daquela parte do
mundo. Pastoralmente tem tido atitudes de abertura para com os divorciados e
recasados, convidando-os a frequentar as igrejas e a aproximarem-se do altar
para receber uma bênção especial, embora não possam comungar.
A questão do amor conjugal tem sido objecto da sua reflexão
e o único livro que tem editado em português é sobre este assunto: “Homem –
Mulher”. Nas palavras da editora portuguesa: “Partindo das origens do
sentimento amoroso e das suas raízes católicas, o autor disserta, neste livro
de cariz essencialmente teológico, sobre a essência deste sentimento e a
importância que nele assumem a partilha, a aceitação das diferenças entre os
sexos e a inerente procriação, salientando permanentemente a complementaridade
entre o Homem e a Mulher.”
Em 1986 começou a colaborar com a Congregação para a
Doutrina da Fé, como consultor, um posto que ocupou até 1991, quando foi
nomeado bispo de Grosseto.
Em 1995 voltou para Roma para servir como reitor da
Universidade Lateranense e desde então esteve muito envolvido na cúria romana,
fazendo parte da Congregação para o Clero, a Congregação para a Família, a
Congregação para a Cultura e ainda a Congregação para a Promoção da Nova
Evangelização.
A sua actividade pastoral foi entretanto retomada com a
nomeação em 2002 para Patriarca de Veneza, o que o colocou automaticamente na
lista de potenciais futuros papas. Esse estatuto foi aumentado ainda mais com a
transferência para Milão em 2011.
Acresce que Scola esteve algum tempo nos Estados Unidos e
fala correctamente inglês.
Apesar de os italianos constituírem o maior número de
cardeais eleitores, de longe, não se deve esperar que votem todos em bloco uma
vez que não são um grupo unido. Contudo, se a vontade de ter um Papa italiano
falar mais alto, poder-se-ão unir à volta de Scola, independentemente de alguma
desconfiança de alguns em relação ao Comunhão e Libertação, tornando-o um
candidato formidável.
vá de retro
ReplyDelete