Friday, 3 November 2023

Papa confirma Dubai e erros transparentes

Imagem gerada com
inteligência artificial

O Papa Francisco confirmou na quarta-feira que vai à COP28, que se realiza no Dubai. Francisco estará lá de 1 a 3 de Dezembro, podendo por isso ainda receber a delegação da organização da JMJ, no dia 30 de Novembro, na Santa Sé. Não é todos os dias que um jornalista consegue um furo a nível mundial, portanto permitam-me regozijar um pouco com o facto de eu ter dado esta notícia há 15 dias, publicada aqui no Expresso (só para assinantes) e aqui no The Pillar.

Na quarta-feira passada a Conferência Episcopal enviou para as redacções uma nota dando conta do número de pessoas – padres e leigos – que foram afastadas cautelarmente das suas funções por suspeitas de abuso sexual desde que foi publicado o relatório da Comissão Independente. A surpresa com que vi esses números foi grande, pela simples razão de que estavam todos errados. Não escrevi nada sobre o assunto no mail da semana passada porque precisei de mais tempo para poder verificar e ter a certeza que o erro não era meu, mas agora posso afirmá-lo com segurança. Escrevi aqui um texto a explicar como é que surgiu o erro, e a tirar algumas conclusões. Sublinho que não foi por deter informações secretas que percebi que os números estavam mal, bastou-me recorrer a dados que são públicos, seja por notas publicadas pelas dioceses, seja por informação recolhida por mim e entretanto publicada no meu blog, aqui, aqui e aqui.

Digo-o no meu texto, mas quero deixar claro aqui que não estamos perante um caso de encobrimento por parte das comissões diocesanas (de onde partiram os erros), mas sim de descuido, ou pelo menos estou disso convencido. Contudo, se todos concordamos que a transparência é um dos factores essenciais para lidar com este flagelo na Igreja, então os organismos da Igreja têm uma responsabilidade acrescida de fornecer números e informações rigorosas. Temos um longo caminho para fazer nesse sentido.

Ainda sobre o tema dos abusos, agora chegou a vez de Espanha, e houve um volte-face no caso do Pe Rupnik, que afinal vai ser julgado pelos crimes de abusos sexuais sobre freiras de quem era director espiritual.

Chegou ao fim o Sínodo sobre a Sinodalidade. Foi sem estrondo, nem dramas. Recordemos, porém, que o processo ainda vai a meio.

Continua a tragédia da guerra na Terra Santa. Os líderes cristãos da região não fizeram grandes declarações nos últimos dias, à excepção do Patriarcado Greco-Ortodoxo, que criticou duramente o facto de Israel estar a atingir centros culturais, desportivos e locais de culto em Gaza. A Ajuda à Igreja que Sofre tem estado em contacto diário com a comunidade católica que está na Igreja da Sagrada Família em Gaza. É grande o cansaço, e só não falo em desespero porque, como diz a irmã Nabila, “só temos Deus”. Rezem, por favor, pela paz em geral, mas especialmente para que Deus console estes cristãos em Gaza. E se quiserem enviem-me mensagens que eu talvez consiga fazer-lhes chegar através da AIS. No caso da minha família, enviámos uma fotografia dos filhos com um desenho a dizer que estamos a rezar por eles. Parece pouco, mas é um encorajamento para quem lá está, saber que não estão esquecidos.

E porque a guerra na Terra Santa nos pôs a falar novamente sobre a questão do terrorismo islâmico, o artigo desta semana do The Catholic Thing fala precisamente sobre a relação entre o Cristianismo e o Islão, recorrendo a citações de grandes pensadores, incluindo São João Paulo II.

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