Imagem gerada com inteligência artificial |
Na quarta-feira passada a Conferência Episcopal enviou para as redacções uma nota dando conta do número de pessoas – padres e
leigos – que foram afastadas cautelarmente das suas funções por suspeitas de
abuso sexual desde que foi publicado o relatório da Comissão Independente. A
surpresa com que vi esses números foi grande, pela simples razão de que estavam
todos errados. Não escrevi nada sobre o assunto no mail da semana passada
porque precisei de mais tempo para poder verificar e ter a certeza que o erro
não era meu, mas agora posso afirmá-lo com segurança. Escrevi aqui um texto a explicar como é que surgiu o erro, e a tirar algumas conclusões.
Sublinho que não foi por deter informações secretas que percebi que os números
estavam mal, bastou-me recorrer a dados que são públicos, seja por notas
publicadas pelas dioceses, seja por informação recolhida por mim e entretanto
publicada no meu blog, aqui,
aqui
e aqui.
Digo-o no meu texto, mas quero deixar claro aqui que não
estamos perante um caso de encobrimento por parte das comissões diocesanas (de
onde partiram os erros), mas sim de descuido, ou pelo menos estou disso
convencido. Contudo, se todos concordamos que a transparência é um dos factores
essenciais para lidar com este flagelo na Igreja, então os organismos da Igreja
têm uma responsabilidade acrescida de fornecer números e informações rigorosas.
Temos um longo caminho para fazer nesse sentido.
Ainda sobre o tema dos abusos, agora chegou a vez de Espanha, e houve um volte-face no caso do Pe Rupnik, que afinal vai ser julgado pelos crimes de abusos sexuais sobre freiras de quem
era director espiritual.
Chegou ao fim o Sínodo sobre a Sinodalidade. Foi sem estrondo, nem dramas.
Recordemos, porém, que o processo ainda vai a meio.
Continua a tragédia da guerra na Terra Santa. Os líderes cristãos da região não fizeram grandes
declarações nos últimos dias, à excepção do Patriarcado Greco-Ortodoxo, que
criticou duramente o facto de Israel estar a atingir centros culturais,
desportivos e locais de culto em Gaza. A Ajuda à Igreja que Sofre tem estado em contacto
diário com a comunidade católica que está na Igreja da Sagrada Família em Gaza.
É grande o cansaço, e só não falo em desespero porque, como diz a irmã Nabila, “só temos Deus”. Rezem, por favor, pela paz em geral, mas especialmente para
que Deus console estes cristãos em Gaza. E se quiserem enviem-me mensagens que eu
talvez consiga fazer-lhes chegar através da AIS. No caso da minha família, enviámos
uma fotografia dos filhos com um desenho a dizer que estamos a rezar por eles. Parece
pouco, mas é um encorajamento para quem lá está, saber que não estão
esquecidos.
E porque a guerra na Terra Santa nos pôs a falar novamente sobre a questão do terrorismo islâmico, o artigo desta semana do The Catholic Thing fala precisamente sobre a relação entre o Cristianismo e o Islão, recorrendo a citações de grandes pensadores, incluindo São João Paulo II.
No comments:
Post a Comment