Friday, 24 November 2023

Terra Santa, antissemitismo e Arménios preocupados

Vamos já na sexta semana da guerra na Terra Santa e começa-se a falar finalmente num cessar-fogo e libertação de reféns. Isto acontece no dia depois de o Papa ter recebido em audiência delegações de ambas as comunidades, de ter ouvido protestos contra a campanha militar israelita por parte de peregrinos palestinianos na audiência geral, e de ter dito – novamente – que ninguém vence nas guerras, todos perdem. Na quarta-feira foi anunciada ainda uma campanha de oração pela paz e a fundação Ajuda à Igreja que Sofre prometeu reforçar o apoio monetário aos cristãos da Terra Santa.

A guerra na Terra Santa tem despertado muitas emoções em todo o mundo, e temos assistido a uma explosão de manifestações de antissemitismo. Neste caso em particular nem sempre é fácil de avaliar. Há quem considere uma crítica a Israel como um acto antissemítico, e quem diga que não, distinguindo o sionismo do judaísmo. É um tema complexo. Mas é por vezes o carácter antissemítico é inegável e é ingénuo pensar que ele se deve unicamente às decisões e aos actos praticados pelo Estado israelita actualmente. Este tema é explorado no artigo desta semana do The Catholic Thing, onde David Warren conclui que o antissemitismo é, lá no fundo, uma revolta contra Deus e um eco do pecado original.

Enquanto estamos todos focados em Gaza, contudo, o conflito na Terra Santa continua a decorrer noutras frentes e com outras armas. Hoje convido-vos a olhar para Jerusalém, onde há décadas decorre uma campanha levada a cabo por activistas judeus para comprar o máximo de propriedades e terreno possível, para tentar garantir uma maioria judaica na Cidade Santa. O mais recente incidente envolve um negócio obscuro que representa um quarto do sector arménio e meteu manifestações, colonos armados, cães e fantasmas de Nagorno Karabakh. Curioso? É caso para isso.

E para fechar este tema da Terra Santa, digo-vos que estarei no domingo no Atheneu Artístico Vilafranquense, em Vila Franca de Xira, para falar sobre o conflito em curso a participantes da Jornada da Pastoral Juvenil. É Às 10h. A mesma pastoral, inspirada pelo que se passou na JMJ, está a recomendar o uso de famílias de acolhimento para estudantes deslocados que estão a ter dificuldades em encontrar alojamento acessível nas grandes cidades.

Estamos em plena #RedWeek, durante a qual recordamos os cristãos perseguidos em todo o mundo. A fundação Ajuda à Igreja que Sofre organizou uma série de eventos, incluindo com o bispo do Porto e o bispo de Setúbal.

E termino com uma história curiosa. O bairro de Ciudade Chávez, na Venezuela, foi criado há uma década com o objectivo de ser um paraíso socialista, e por isso sem Deus, nem igreja. Agora, contudo, foi inaugurada a primeira paróquia. Há aqui uma lição, obviamente. Podemos revoltar-nos contra Deus, mas com paciência e tempo, Ele vence sempre. Felizmente.

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