A seis dias do prazo dado por Roma para uma nova resposta dos responsáveis da Sociedade de São Pio X (SSPX), fundada pelo falecido arcebispo Marcel Lefebvre, o que mais me surpreende é precisamente o silêncio acerca deste assunto.
Vamos recapitular. Depois de alguns anos de conversações a Igreja fez uma proposta concreta à Sociedade, que se encontra fora de comunhão com Roma. Caso a Sociedade aceite um “preâmbulo doutrinal”, cujo conteúdo não foi revelado, terá direito a um lugar especial, com bastante autonomia, dentro da Igreja, com a sua situação canonicamente resolvida. Mais uma vez, os detalhes não são certos, mas foram descritos como bastante generosos.
A Sociedade, chefiada actualmente pelo Arcebispo Fellay, enviou uma resposta para Roma que foi considerada insuficiente. Depois de algum estudo Roma disse-o e afirmou que esperava outra resposta até ao dia 15 de Abril. O termo “ultimato” nunca foi usado, mas tem sido entendido como tal por muitos.
Acontece que antes da Sociedade enviar a sua resposta inicial o arcebispo Fellay falou em público em várias ocasiões deixando várias vezes a impressão de que ela seria negativa.
Agora, pelo contrário, parece reinar o silêncio. Com o tríduo pascal não têm faltado ocasiões para fazer homilias em que possa expressar novamente essas ou outras opiniões, mas Fellay não o tem feito, contrastando claramente com atitudes anteriores, sobre os quais escrevi aqui e aqui.
Que quer isto dizer? Será o silêncio um bom sinal? Talvez as declarações negativas de há meses tenham sido uma forma de “bater o peito” e mostrar que a Sociedade não iria ceder de mão beijada. Não leiam isto como uma crítica, pode ser uma forma de tentar manter unida a Sociedade, onde certamente existem opiniões divergentes.
Dia 15 de Abril a resposta da SSPX será conhecida. Se é para ser tornada pública no imediato ou não, não sei, mas estaremos atentos.
Todos aqueles que desejam que essa união aconteça devem seguir o principal conselho tanto de Roma como dos membros da SSPX e rezar. Mas este silêncio, em minha opinião, pode ser um sinal prometedor.
Filipe d’Avillez
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