O cardeal Zuppi, que o Papa encarregou de tentar obter um acordo de paz entre a Ucrânia e a Rússia, viajou para Moscovo, onde se encontrou com altas figuras quer do Estado, quer da Igreja Ortodoxa. A Rússia garante que não há nada de concreto por enquanto, mas sabendo que grande parte destes processos passa por ganhar a confiança dos parceiros de diálogo, o mero facto de a viagem ter existido é um bom sinal.
Por falar em abusos, há ainda
algumas novidades que não merecendo a publicação de um novo post, devem ser
partilhadas. A Actualidade Religiosa apurou recentemente que os três padres da
diocese de Lamego que foram referidos nas listas entregues às dioceses viram os
seus casos arquivados e por isso estão em plena actividade. Isto inclui o padre
que tinha sido referido por engano na lista de Bragança, mas era de facto de Lamego.
Apurou ainda que o padre originalmente
de Setúbal que residia em Vila Real, e que por engano vinha referido em ambas
as listas, com as duas dioceses a disputar quem tinha de facto responsabilidade
sobre ele, vai ficar sob a alçada de Vila Real, por decisão do Vaticano. O
padre já se encontra provisoriamente afastado, por isso a grande novidade é que
agora o seu processo pode avançar. Por fim, a informação que não foi apurada
por mim, mas que só encontrei recentemente, de que um padre “jovem, no activo”
de Braga, que foi denunciado pela mãe de uma alegada vítima ainda no tempo de
D. Jorge Ortiga, é afinal o padre Albino Meireles, que constava da lista da Comissão
Independente. Isto significa que nas minhas listagens ele estava duplicado. A
situação foi corrigida, e os números finais e estatísticas actualizados. O
padre Albino é suspeito de ter abusado de cinco vítimas e ainda de ter acedido
a material pornográfico infantil, para além de ser acusado de posse de arma e
munições proibidas.
Recordo que tenho três posts
de referência sobre estes assuntos. Uma cronologia actualizada de todas as situações públicas de abusos na Igreja; um relato mais detalhado, por diocese, de tudo o que se sabe e o que não se
sabe sobre todos os casos que são conhecidos e por fim um outro post só sobre
os casos referidos nas listas da Comissão Independente.
A semana passada falei-vos do Relatório da Liberdade Religiosa, publicado pela fundação Ajuda à Igreja
que Sofre. Esse relatório está cheio de casos terríveis e um dos países mais
preocupantes é a Nigéria. Pois bem, esta semana partilho convosco uma outra
história vinda da Nigéria que mostra que há sempre esperança! Leiam sobre os muçulmanos de uma aldeia no norte que juntaram dinheiro para pagar
o resgate dos seus vizinhos cristãos que tinham sido raptados.
Deixo-vos ainda com o link
para o meu mais recente artigo no jornal dos Combonianos World Mission, sobre a dupla tragédia que atinge a Síria, e convido-vos a ler este artigo sobre o
conflito interétnico que se tornou uma perseguição aos cristãos em Manipur, na Índia.
Eu sei que muitas das notícias que partilho convosco são tristes, ou são assustadoras. Mas a Bíblia diz-nos muitas vezes para nada temer (há quem diga que são 365 vezes, mas cheira-me a mito urbano). Na verdade, diz-nos Jesus, a única coisa que devemos temer é Aquele que tem poder sobre a vida e sobre a alma: Deus. Mas afinal de contas devemos temer ou não? E o que significa temer a Deus? O padre Paul Scalia explora essa questão magnificamente no artigo desta semana do The Catholic Thing.
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