David Warren |
Deixou um registo incomparável
de escritos, em muitos volumes de raciocínio sólido e inspiração santa e
paciente. Ele foi o Papa encarregado de dar continuidade à missão de São João
Paulo II, confirmando o melhor do Concílio Vaticano II, enquanto encerrava os
seus efeitos mais conturbados. As suas inovações litúrgicas brilhantes
mostravam como isto podia ser feito, e a Igreja há de regressar a elas. Mas
tinha um desafio impossível, que humano algum conseguiria cumprir através de um
acto de legislação eclesiástica. Contudo, apontou o caminho e mostrou qual a
atitude necessária para ser bem-sucedido.
Eu adorava o humor gentil e
seco com que ele comunicou as suas limitações e possibilidades. Fazia parte da
mesma graciosidade com que aceitava as qualidades humanas de quem o rodeava.
“Quando faço uma declaração e não recebo críticas, tenho de examinar a minha
consciência”, disse, certa vez, com ironia mas a falar a sério. Era este o
grande e fiável assessor de João Paulo II, que estava bem preparado para lhe
suceder, ainda que à custa da vida de reforma monástica pela qual obviamente
ansiava.
Eu amava-o na minha penitência,
sabendo que a sua bondade era ilimitada; que as suas ambições eram para a
Igreja, e não para si.
David Warren é o
ex-director da revista Idler e é cronista no Ottowa Citizen. Tem uma larga
experiência no próximo e extreme oriente. O seu blog pessoal
chama-se Essays in Idelness.
(Publicado pela primeira vez
na Sexta-feira, 2 de Janeiro de 2023 em The
Catholic Thing)
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