Quando mandei o último mail estávamos no rescaldo da apresentação do relatório e a Comissão estava prestes a entregar a lista. Até parecia que as coisas podiam correr bem. Depois veio a reunião da CEP de sexta-feira passada e tudo mudou.
A conferência de imprensa foi um desastre, mas foi, a meu ver, acima de tudo
um problema de comunicação.
Esse problema de comunicação
foi piorado no domingo quando D. Manuel Clemente respondeu uma coisa e os jornalistas perceberam outra, agravando a ideia de que os
bispos não queriam cumprir as regras mais básicas da Igreja para lidar com
suspeitos de abusos.
A relação entre a comissão e
os bispos degradou-se e, muito sinceramente, a Igreja portuguesa mergulhou na
sua pior crise desde que eu me lembro. Finalmente as dioceses começaram a
emitir comunicados com alguma informação sobre as listas que receberam e aí
começaram a levantar-se sérias dúvidas sobre esta parte do trabalho da comissão, que meteu nas
listas um número significativo de padres que já morreram ou não estão activos
na Igreja. Qual é a solução para este imbróglio? Bispos e membros da comissão, fechem-se num quarto e conversem, sff.
Vou continuar atento a esta questão,
publicando sempre que achar necessário textos que ajudem a compreender o que se
está a passar. Aqui encontram a cronologia dos casos em Portugal e aqui uma listagem dos casos já conhecidos por diocese e com algum tratamento
estatístico. Tenho também sido convidado com alguma frequência para falar desta
questão na televisão e rádio. Amanhã, em princípio, estarei na edição das 10h
da SIC Notícias, caso queiram ver.
Durante esta Quaresma tenho
feito um esforço maior para ir diariamente à Igreja próxima de minha casa e
rezar um pouco diante do sacrário. Sobretudo nesta fase da vida da Igreja
portuguesa, quanto mais rezarmos melhor. E é nesse sentido que vos recomendo
que leiam o artigo desta semana do The Catholic Thing, que nos apresenta um santo
espanhol que se dedicou a encorajar a devoção eucarística.
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