Friday 26 November 2021

Ninguém é tão frágil que não possa rezar

A diocese do Algarve está a investigar um alegado caso de abusos sexuais, que terá mais de três décadas. Este caso já foi acrescentado à cronologia que mantenho no blog.

Não há ninguém tão frágil que não possa rezar, diz o Papa Francisco, numa mensagem em que criticou as pessoas que tentam impedir o acesso dos deficientes aos sacramentos.

Viana do Castelo vai ter um novo bispo a partir deste fim-de-semana, e em Lisboa vão ser ordenados 14 novos diáconos.

O outro dia chamei a vossa atenção para a venda de objetos de artesanato feitos por cristãos da Terra Santa. O cartaz em questão diz que a venda será na Rua Anchieta, mas fui informado de que na verdade será dentro da Basílica dos Mártires, logo ali ao lado, no Chiado. Não deixem de lá ir.

E não deixem de ler o artigo desta semana do The Catholic Thing sobre famílias numerosas e a discriminação de que são alvo nos nossos tempos.

Wednesday 24 November 2021

Missões Várias

As bravas mulheres religiosas da rede Talitha Kum, contra o tráfico humano, vão lançar amanhã uma campanha para alertar para o risco acrescido deste problema com o aumento da pobreza. Saiba mais sobre esta missão aqui.

Com a aproximação do Natal a Fundação Fé e Cooperação também volta à campanha dos Presentes Solidários. É outra forma de missão.

E por falar em solidariedade, os cristãos de Belém, na Terra Santa, têm alguns artigos de artesanato à venda em Lisboa. Os próprios não conseguiram vir cá vender este ano, mas o material estava armazenado e cada peça comprada é uma ajuda na grande missão de manter a fé em Cristo viva na terra onde Ele nasceu. Vejam mais informações no cartaz.

Desafio-vos a ler a entrevista desta semana da Renascença e da Ecclesia ao responsável pela Missão País, talvez um dos melhores exemplos de nova evangelização que existe na actualidade!

A sua família é numerosa? A do David Bonagura é e ele refere neste artigo do The Catholic Thing algumas das bocas e preconceitos de que tem sido alvo ao longo destes anos. Devo admitir que a minha experiência tem sido mais positiva, embora também tenha algumas histórias para contar. Aproveitem para partilhar as vossas histórias e experiências nos comentários.

O Último Preconceito Socialmente Aceite

David G. Bonagura Jr.
“Julgava-te mais inteligente que isso”, e “já chega!” foram dois dos comentários que recebi de amigos de infância que voltei a ver recentemente num velório, depois de vários anos. Estavam em choque com a notícia de que eu tenho seis filhos.

Como muitos leitores do The Catholic Thing, alguns dos quais com o dobro dos meus filhos, sabem, estes estão entre os comentários mais polidos que os pais de famílias numerosas recebem de pessoas incrédulas, gozonas ou frequentemente hostis. Nesta minha experiência recente pelo menos esses dois amigos não recorreram a golpes sujos, como às vezes acontece. Desse género o menos pessoal é o recorrentemente usado: “mas vocês não têm televisão?”

A nossa sociedade já não tolera comentários ofensivos sobre a aparência ou a etnia de alguém. Não é aceitável, na maior parte dos casos, ridicularizar uma pessoa por causa da sua religião, apesar de a religião em si ser um alvo comum dos intelectuais “iluminados” e das figuras públicas. Já lá vai o tempo em que o anticatolicismo era considerado o “último preconceito socialmente aceite”. Mas as acções preconceituosas, desde comentários ofensivos a vandalismo de estátuas, costumam ser recebidas por legiões de defensores, tanto institucionais como individuais, que estão dispostos a dar o corpo ao manifesto pela fé. Pelo menos os detratores não podem ser anticatólicos e sair incólumes.

De igual forma, hoje estamos proibidos de comentar sobre o “estilo de vida” de outro – ou pelo menos de certas escolhas. O caixa do supermercado não dirá nada sobre o cliente com vários piercings, tatuagens, roupa rasgada e cabelo pintado de roxo. As redes sociais suspendem as contas de utilizadores que fazem comentários negativos nesse sentido, ainda que a admissão dessas mesmas “escolhas de estilo de vida” fosse impensável há uns anos. 

Mas quando se chega ao “estilo de vida” de ter uma família numerosa, o filtro pessoal e social desaparece. Depois de deixar passar o punk, porque é que o caixa se sente obrigado a perguntar-me se são todos meus quando me aproximo com os meus filhos? As redes sociais exercem algum tipo de vigilância em defesa daqueles que são ridicularizados por ter famílias numerosas? Desde estranhos a conhecidos, parece que as pessoas simplesmente não conseguem deixar de comentar as famílias grandes. “Eles têm, tipo, seis filhos”, disse recentemente o dentista à sua nova assistente, como se esse facto tivesse alguma coisa a ver com o arranjo dos dentes do meu filho.

Às vezes até gente de ir à missa, bem-intencionada, contribui para este assalto às famílias numerosas. Há anos que ouço, pelo menos uma vez por mês, uma variação da boca “deves ter as mãos cheias”. Mais do que uma vez, depois da missa, alguém usou os dedos para contar os meus filhos na minha presença, como se fosse incompreensível para ele o que estava a ver.

Mas o pior, porém, são as ofensas que os meus filhos adolescentes ouvem dos seus pares, de tempos a tempos, sobre os seus pais. Não os posso reproduzir aqui para este público bem-educado, mas não terão dificuldades em imaginá-los.

Tantos golpes, vindos de todos os lados, levam-me a concluir que esta animosidade para com famílias numerosas é o último preconceito aceitável na América.

Os pais de famílias numerosas sabem muito bem que estão nas margens de uma sociedade que transformou as crianças em comodidades, em vez de as colocar no centro, enquanto objetivo, da vida de casal. Na Cultura da Morte as famílias pequenas são a norma esperada. Afinal de contas, quantas pessoas são encorajadas agora a pensar na maçada que é criar crianças durante anos a fio, prejudicando assim o tempo de lazer do pai e da mãe.

A família d'Avillez saúda a Cultura da Morte

E agora, com a ideologia do clima no pico da moda, devemos esperar que as famílias pequenas se tornem não apenas a norma, mas mesmo um requisito? Os especialistas em alterações climáticas dizem-nos que a melhor forma de cortar com as emissões de carbono é reduzir o número de filhos. Da ridicularização dos pais que têm muitos filhos até à pressão para que não os tenham, é um curto passo.


A Cultura da Morte e a ideologia do clima têm sido perigosamente bem-sucedidas na sua missão: em vários países do mundo há uma queda populacional, com governos na Europa e na Ásia a pagar às famílias para terem mais filhos. E por “mais” querem dizer um, dois ou pelo menos três, por oposição a nenhum. Estes esforços não acontecem para afirmar o bem que são as crianças, porém, mas para limitar as consequências de um inverno demográfico. Já não há nação sobre a terra que cultive aquilo que em tempos era compreendido pelo termo “típica família católica irlandesa”.

Num mundo assim as famílias numerosas continuarão a ser um alvo a abater. São sinais de contradição: testemunhos de vida, amor e sacrifício numa cultura que optou pela morte, apatia e egoísmo. As reações automáticas quando se vêem muitos filhos revelam claramente uma consciência pesada.

Uma vez que a principal razão pela qual pais católicos optam por ter muitos filhos, nos dias de hoje, é o amor a Deus, encontramo-nos novamente, nesta nossa era descristianizada e secular, na posição do Povo de Israel, diante da escolha apresentada por Deus.

Ponho diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida para viveres, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a Ele, porque Ele é a tua vida. (Deut. 30, 19-20)

Talvez nunca tenhamos o equivalente a uma Liga Católica dos Direitos Civis e Religiosos para defender as famílias numerosas da discriminação. Não faz mal, não procuramos defensores neste mundo. Que as famílias numerosas sejam o último preconceito socialmente aceite diz mais sobre os perseguidores do que os perseguidos, que sabiam bem no que se estavam a meter, “porque acreditou em mim, hei de salvá-lo, hei de defendê-lo, porque conheceu o meu nome.” (Salmos, 91,14).

Os pais de famílias numerosas até se podem cansar das bocas e piadas, mas aturá-las-ão com paciência, porque procuram a aprovação de Deus, e não a da sociedade. Temos do Senhor a promessa de que a exclusão social traz a inclusão celestial. Ironicamente, sendo a inclusão o último grito da moda nos círculos iluminados, as famílias numerosas estão a percorrer o caminho mais duro: “Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu”. (Mt. 5, 11-12)


David G. Bonagura, Jr. leciona no Seminário de São José, em Nova Iorque. É autor de Steadfast in Faith: Catholicism and the Challenges of Secularism, que será lançado no próximo inverno pela Cluny Media.

(Publicado pela primeira vez na segunda-feira, 22 de Novembro de 2021 no The Catholic Thing)

© 2021 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Thursday 18 November 2021

Honestidade, Escuta, Drama e o Casarão

Os meninos de "O Casarão"
O Cardeal Sean O’Malley pede que se façam investigações “honestas e independentes” aos casos de abusos na Igreja.

Em Portugal os Jesuítas abriram um Serviço de Escuta para vítimas de abusos sexuais.

A Cáritas chama atenção para o que descreve como uma “situação muito dramática” na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia.

E estreia esta quinta-feira, no Cinema City em Alvalade, um filme sobre um seminário que foi um farol de liberdade durante o Estado Novo. Podem ler sobre “O Casarão” aqui, mas o melhor é mesmo irem ver o filme! (Trailer no final do post).

Não deixem de ler o artigo desta semana sobre como amar a Igreja, apesar de tanta coisa má que a aflige. É só seguir o exemplo de São Francisco de Assis!


Wednesday 17 November 2021

Antes do Black Friday, o Red Week

Sílvio Alves Moreira, possível futuro beato
Sabemos como o mundo da liturgia pode ser polémico e cheio de divergências. Nos Estados Unidos, mais do que em muitos outros países! Por isso os bispos americanos escolheram um luso-descendente para pôr a casa em ordem. O bispo Steven J. Lopes tem um percurso peculiar, que vale a pena conhecer.

Estarão a caminho dois novos beatos jesuítas? Pode ser que sim, e um é português.

Por falar em jesuítas, conseguiram resgatar e acolher 220 cidadãos afegãos em Portugal.

Se vir um monumento iluminado de encarnado esta semana, lembre-se dos cristãos perseguidos! Começa hoje o Red Week. É uma iniciativa da AIS.

Ontem fez um mês que foram raptados 17 missionários no Haiti, incluindo cinco crianças. Há que rezar para que estejam bem!

Como amar uma Igreja que está assolada por crises, guerrinhas e polémicas? Seguindo o exemplo de São Francisco, explica o padre Thomas Weinandy, no artigo desta semana do The Catholic Thing em português.

E por fim, um desafio para que se inscrevam num curso sobre Ciência e Religião, organizado pela Brotéria, e que se realiza nos dias 20 e 27 de novembro. Podem inscrever-se num dos dias, ou no curso completo, e o programa completo está aqui.

Amar a Igreja

Thomas G. Weinandy

Às vezes é difícil amar a Igreja Católica Romana. Os infindáveis escândalos de abusos sexuais não só nos desencorajam como nos tornam cínicos sobre o estado actual da Igreja; ficamos zangados com a sua aparente incapacidade de se reformar. Mas há outras razões para nos preocuparmos. Muitos católicos, hoje, dão a impressão de que não amam a Igreja, não por causa dos seus membros pecaminosos, mas porque não gostam da Igreja no seu estado tradicional.

Consideram as suas doutrinas antiquadas – dogmas mortos do passado, cuja presença sufocante impede a verdadeira renovação. Da mesma forma, consideram os seus ensinamentos morais tradicionais, em especial no que diz respeito ao casamento e à sexualidade, rígidos, impiedosos e inflexíveis que não permitem às pessoas “ser quem verdadeiramente são”.

Estas leis, acreditam, agrilhoam a liberdade dos homens e das mulheres e o seu direito inerente a escolher o que é melhor para si. Na sua opinião os princípios morais da Igreja não fazem mais do que alimentar uma vida infeliz e de recheada de culpa. Uma Igreja assim não pode ser amada. Para ser amada, dizem, a Igreja deve mudar aos níveis mais profundos do seu ser. E os que estão vivos no Espírito são chamados a usar o seu poder político e financeiro para garantir que essa mudança se realiza.

Quando rezava na igreja abandonada em São Damião, São Francisco de Assis ouviu o Jesus crucificado falar com ele: “Francisco, vai e recupera a minha casa que, como vês, está a cair em ruína”. Francisco, na sua simples inocência, começou a pegar em pedras para restaurar aquela capela e outras. Só mais tarde é que percebeu que era a própria Igreja, Corpo de Cristo, que precisava de ser restaurada.

Então o que é que Francisco fez? Saiu para mudar os ensinamentos doutrinais e morais, acabando por rejeitar a própria Igreja? Afinal de contas era isso que alguns dos “movimentos de reforma” dentro da Igreja no seu tempo estavam a propor. Não. Francisco, enquanto filho fiel da Igreja, sabia que ela só podia ser restaurada se a verdade vivificante das suas doutrinas voltasse a ser as pedras sobre as quais ela é edificada. Assim, Francisco, tanto por palavras como por ações, devolveu vida aos mistérios da fé no seio da Igreja.

A sua pregação centrava-se na doutrina da Encarnação. O Filho de Deus existiu realmente como homem no seio de Maria. Tornou-se pobre na nossa humanidade, para que nós nos tornássemos ricos na sua divindade. E que melhor maneira de manifestar esta enorme verdade que encená-la? Então foi isso que ele fez. Encenou a cena do presépio na vila de Greccio. Rodeado de ovelhas, vacas e burros, a Encarnação ganhou vida. E consta que o menino Jesus, filho de Maria e eterno Filho do Pai, apareceu nos braços de Francisco.

As vidas das pessoas foram transformadas. Escutaram o chamamento ao arrependimento do pecado e à fé no seu Salvador. Voltaram a tornar-se pedras vivas da Igreja de Cristo.

Se a Encarnação foi fundacional para o esforço de Francisco de reconstruir a sua Igreja, o seu amor por Jesus crucificado tornou-se o cume. Na Cruz, o pobre Jesus ofereceu a sua vida santa e impecável para remissão do pecado e assim fez por merecer a sua gloriosa ressurreição. Nesta cena dupla Jesus, pelo sangue e pela água que jorrou do seu lado trespassado, gerou a esposa santa e pura – a Igreja.

Por essa mesma esposa, essa mesma Igreja, Francisco sacrificou a sua vida, para a tornar santa de novo. Os estigmas, as marcas físicas dos pregos e da lança, não são simplesmente um sinal de que Francisco era uma imagem viva de Cristo crucificado, mas mais, na medida em que ele, em imitação de Jesus, se ofereceu pela renovação da Igreja. Tal como Cristo é o esposo eterno, adorável e crucificado da Igreja, Francisco foi o esposo adorável e crucificado da Igreja do seu tempo.  

Enquanto os falsos defensores da renovação desprezavam os sacramentos da carne, Francisco gloriava-se na sua materialidade, porque a matéria manifestava a glória de Deus: Irmão sol e irmã lua, irmão fogo e irmã água. A Eucaristia, a mais material de todos os sacramentos, era a maior alegria de Francisco. O próprio pão e o vinho transformavam-se em carne e sangue ressuscitados do Jesus ressuscitado em corpo.

Dessa forma a pessoa entra em comunhão corporal com o próprio Jesus incarnado. A pobreza da nossa carne é enriquecida pela carne ressuscitada de Jesus – uma convivência mútua para a vida eterna. Para Francisco a Eucaristia não era uma doutrina obsoleta, mas sim a fonte e o cume da vida da Igreja. No contexto destas doutrinas carregadas de verdade e de vida, Francisco exortaria os seus contemporâneos a arrepender-se dos seus pecados e viver vidas santas. Francisco não encarava os ensinamentos morais do seu dia como decretos rígidos impossíveis de cumprir. Pelo contrário, tal como experimentou na sua própria vida, Francisco sabia que a crença no Senhor Jesus e o cumprimento dos seus mandamentos, como professados pela Igreja, conduzem a uma liberdade, santidade e felicidade cheios do Espírito.

Francisco reconheceu, à luz da sua insensatez juvenil, que defender a mudança dos ensinamentos morais da Igreja equivalia a oferecer ao mundo a morte – uma vida atormentada na terra e agonia eterna no Inferno. Francisco, no seu amor sacrificial, queria restaurar a Igreja de Jesus e fazer dela um santuário de luz e de vida num mundo escurecido pelo pecado e pela morte.

É difícil amar uma Igreja neste estado. Porém, as palavras que Jesus crucificado proferiu a Francisco ecoam nos nossos ouvidos. “Recupera a minha casa que, como vês, está a cair em ruína”. Francisco e todos os santos são os nossos exemplos. Não somos chamados a edificar uma “nova igreja” sobre as mentiras enganadoras de Satanás. Antes, devemos restaurar a Igreja antiga, mas perenemente nova de Jesus, um templo edificado com as pedras vivas da verdadeira doutrina apostólica, os mistérios da fé que alimentam a santidade na vida.

Fazê-lo é amar a esposa de Cristo – a Igreja desposada por Jesus.


Thomas G. Weinandy, OFM, um autor prolífico e um dos mais conhecidos teólogos vivos, faz parte da Comissão Teológica Internacional do Vaticano. O seu mais recente livro é Jesus Becoming Jesus: A Theological Interpretation of the Synoptic Gospels.

(Publicado pela primeira vez em The Catholic Thing no domingo, 11 de Novembro de 2021)

© 2021 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Monday 15 November 2021

Pessoas primeiro, depois pobres

Greg Epstein, o capelão ateu
Ontem a Igreja assinalou o Dia Mundial dos Pobres, um facto assinalado pelo Papa Francisco, que diz que é neles, de forma especial que Cristo está presente e pediu ao mundo para não lhes virar a cara.

Em entrevista à Renascença e à Ecclesia, a vice-presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza recordou que “uma pessoa pobre, antes de ser pobre é pessoa” e o ex-sindicalista Carvalho da Silva destacou o papel do Papa no combate a este fenómeno da pobreza.

A Aliança Evangélica está a comemorar o centenário da sua criação em Portugal.

E no final de uma semana em que se falou muito na resposta da Igreja à crise dos abusos sexuais, a Renascença traz-lhe um explicador sobre a comissão que foi criada pelos bispos portugueses para coordenar o trabalho das comissões diocesanas.

O artigo da semana passada do The Catholic Thing é sobre os capelães. Numa altura em que instituições prestigiadas como Harvard nomeiam capelães ateus, John M. Grondelski pergunta para que serve e o que é um capelão, dando como exemplo os “quatro imortais”, cuja história irá querer conhecer melhor.

Wednesday 10 November 2021

O que é um Capelão?

John M. Grondelski
O autor Steven T. Collis acaba de publicar um livro chamado The Immortals, que conta as histórias do padre John Washington, do Rabino Alexander Goode e dos pastores Clark Poling e George Fox. Os “quatro capelães” tornaram-se famosos por se terem sacrificado para salvar homens a bordo do Dorchester, um navio americano que foi torpedeado por um submarino alemão, afundando-se ao largo da Gronelândia em Fevereiro de 1943. Deram espiritualmente, como no caso do Pe. Washington, que absolveu soldados que se lançavam para as águas frigidas do Atlântico do Norte para abandonar o navio, e deram fisicamente, todos eles ofereceram os seus coletes salva-vidas a outros homens e as luvas de Goode permitiram a um homem manter-se agarrado a um bote salva-vidas durante oito horas. Revelaram fé em ação, pelas suas obras acalentaram outros (Tiago, 2,16).

Também nos ocorre o sacerdote inglês a quem recentemente foi negado acesso ao deputado Sir David Arness, enquanto este morria depois de ter sido esfaqueado, no dia 15 de Outubro. O padre acorreu rapidamente ao local – como já foi hábito os padres fazer – para administrar a Extrema Unção, mas foi impedido de aceder à vítima para “evitar contaminar” o local do crime. Claramente era mais importante que o homicida enfrentasse um juiz britânico do que ajudar Arness a enfrentar o juiz eterno. Aconteceu o mesmo a padres nos atentados da Maratona de Boston, em 2013. Na mentalidade actual as vítimas de crimes não precisam de capelães.

O Concílio Vaticano II pede-nos que examinemos os “sinais dos tempos”. Mas estes nem sempre são salutares.

Vivemos numa era de secularismo agressivo. Ao longo dos últimos 70 anos os americanos foram bombardeados com propaganda sobre o “muro de separação” que requer que a vida pública seja despida de todas as influências religiosas. Algo que noutros tempos seria considerado um exercício normal da liberdade religiosa que a Constituição garante – como por exemplo o acesso a um capelão – foi transformado de repente numa espécie de súplica por isenção das normas geralmente aplicáveis.

O secularismo cresceu de forma exponencial durante a COVID. Com os opinadores a colocar todas as questões em termos de sobrevivência física, as necessidades espirituais ganharam contornos de “súplica” por “isenções” das “normais geralmente aplicáveis”. De acordo com esse modelo, numerosos políticos consideram que têm autoridade para limitar o culto religioso e hospitais negaram aos seus doentes moribundos acesso aos cuidados espirituais.

A Igreja também não ajudou. O “hospital de campanha” abandonou o barco e os sacramentos não estavam disponíveis nas igrejas encerradas. A experiência de abandono levou muitos crentes a comparar, de forma desfavorável, a fuga de tantos capelães hoje com os quatro capelães que se aguentaram firmes no navio depois de terem salvo, tanto espiritual como fisicamente, o maior número possível de homens.

Os quatro capelães imortais
À luz destas experiências, a decisão da Universidade de Harvard, em Setembro, de nomear o ateu Greg Epstein chefe de capelães até parece fazer sentido. Os defensores da medida relativizaram a sua importância dizendo que este é um cargo sobretudo cerimonial ou administrativo, uma espécie de “primus inter pares” (um termo teológico cristão), como disse um cronista na Bloomberg. Aparentemente isso significa que o capelão se limita a liderar a oração não-denominacional, dirigida a alguém, na cerimónia de abertura, para além de elaborar o orçamento para o ministério universitário e fazer marcações, para além de garantir que os capelães cumprem os seus horários.

Se é isso que ele faz, então temos aqui outra boa razão para cortar na burocracia e nos custos administrativos do ensino superior. Os outros capelães que rodem entre eles a recitação da “oração genérica” enquanto o trabalho administrativo é feito por um assistente competente. Mas eu duvido que a escolha de Epstein tenha resultado de privilegiar as suas capacidades secretariais acima do seu professado ateísmo.

Epstein foi felicitado pela universidade de Harvard pelo seu livro “Good without God”, que defende “os grandes propósitos, a compaixão e a conectividade” sem qualquer fundamento religioso. O capelão “humanista/agnóstico/ateu” de Harvard foi considerado o “padrinho do movimento humanista”. Harvard tem agora um capelão-mor que é “espiritual mas não religioso!” (sem comentários pela “apropriação cultural” de um termo religioso pelos ateus).

Pode-se ser um “capelão” espiritual mas não religioso num local seguro como Harvard, onde as “vítimas” privilegiadas podem sentir a angústia espiritual ao mesmo tempo que estão seguros de estar numa via rápida para um bom emprego e futuro seguro.  Mas desculpem-me a audácia de notar que os capelães não são conhecidos tradicionalmente por permanecer em locais seguros a beber cacau quente e a fazer festinhas a cachorrinhos enquanto conversam sobre coisas fofas e “espirituais” com pessoas que estão… seguras. Os verdadeiros capelães eram vistos antes em locais inseguros: prédios em chamas, atentados, campos de concentração e navios torpedeados.

Como o bispo Robert Barron bem notou, um “capelão” normalmente dirige o culto. Mas o que é que o humanismo ateu “cultiva” para além do seu próprio umbigo? E como disse Karol Wojtyła, uma vez que Deus não é o inimigo do homem, mas antes o seu complemento, um “humanismo” que nega o destino sobrenatural do homem é ao mesmo tempo incompleto e anti-humano. O encorajamento deste tipo de “humanismo”, designando os seus praticantes como “capelães” é um caso de publicidade enganosa.

Na sequência da Covid-19 as pessoas precisam de capelães a sério, do tipo que outrora conhecíamos. Enquanto estes têm visto os seus serviços restringidos somos presentados com “capelães” que pregam o “evangelho do homem” e, pior, políticos que não são capelães mas gostam de fingir que o são na televisão, pregando a salvação de César enquanto proíbem a de Cristo.

Maximiliano Kolbe morreu capelão. Embora não tivesse sido escolhido para ir para o bunker da fome, ofereceu-se para ir no lugar de outro. Dezasseis dias mais tarde, depois de ter mostrado bem o que é o acompanhamento de um capelão, conduziu a sua última congregação até às portas do Céu.

O autor polaco judeu/católico Roman Brandstaetter fez uma vez a seguinte observação sobre um projeto editorial:

O DISPARATE DE IONESCO

Numa entrevista concedida recentemente à imprensa francesa, Ionesco revelou que pretende escrever uma peça de teatro sobre São Maximiliano kolbe. Disse então ao jornalista: “Estou agora num difícil dilema, a pensar como é que posso escrever sobre este drama de forma que não seja transformada numa peça de propaganda à ideia cristã”.

O escritor romeno-francês completou o texto para a ópera Maximiliano Kolbe em 1987. Ajudou a criar o “Teatro do Absurdo” em França, que basicamente rejeita a ideia de que existe um sentido para a vida. Brandstaetter, que era também um excelente argumentista, capturou o absurdo em Ionesco, pois como é que se escreve uma peça de teatro sobre um padre católico que voluntariamente se oferece para morrer à fome num bunker por amor ao próximo, tentando assegurar que “não seja transformada numa peça de propaganda à ideia cristã?”

Por outro lado, talvez Ionesco estivesse a escrever a descrição de funções para aquilo que o mundo moderno procura num “capelão”.


John Grondelski (Ph.D., Fordham) foi reitor da Faculdade de Teologia da Seton Hall University, South Orange, New Jersey.  As opiniões expressas neste texto são apenas suas.

(Publicado pela primeira vez em The Catholic Thing no sábado, 6 de Novembro de 2021)

© 2021 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.

Friday 5 November 2021

A Cultura da Morte não desiste, persiste

Raffaella Petrini, a Franciscana do Francisco
Sem surpresas, o Parlamento voltou a aprovar a lei da eutanásia, agora com umas pequenas alterações que na verdade não mudam coisa nenhuma. As confissões religiosas voltaram a manifestar-se contra e a Associação de Juristas Católicas espera que o Presidente vete o diploma.

Um novo relatório sobre abusos sexuais, desta vez no estado do Nebrasca, nos Estados Unidos. Há, como sempre, histórias arrepiantes e muita coisa para envergonhar a Igreja, mas há também dados positivos como o facto de se comprovar, novamente, que as medidas de prevenção adotadas no ano 2000 resultaram e continuam a resultar.

Sobre o mesmo tópico, o Papa mandou uma carta à Igreja francesa, ainda a recuperar do escândalo do seu próprio relatório (sobre o qual escrevi aqui), a dizer que está solidário como eles para carregarem juntos o fardo da vergonha. E em Portugal os bispos prometem continuar a acompanhar o assunto.

A Grécia juntou-se aos países que proíbe a matança ritual de animais para consumo, deixando assim as comunidades islâmicas e judaicas sem outra opção que não importar carne kosher e halal e com um forte sentimento de não serem bem-vindos…

Conheça aqui a mulher que ocupa um alto cargo no Vaticano. É franciscana e cientista política.

Costuma rezar pelos padres que acompanharam a sua família? Não deixe de o fazer, porque é bem possível que mais ninguém o faça. Tudo explicado no artigo desta semana do The Catholic Thing.

Thursday 4 November 2021

Higiene democrática e orações sacerdotais

O Parlamento discutiu esta quinta-feira a nova versão da lei da eutanásia, que será votada amanhã. A Federação Portuguesa pela Vida diz que a oposição à lei é uma “questão de higiene democrática” e o presidente da Conferência Episcopal questiona a legitimidade do processo.

Há 20 anos que a eutanásia é legal na Holanda e na Bélgica, mas só agora, segundo este especialista, é que as consequências para os médicos se estão a começar a fazer sentir.

Vale ainda a pena ler a opinião de Henrique Leitão, de José Pedro Ramos Ascensão e de Manuel Fúria sobre o assunto.

Os bispos vão rezar em Fátima pelas vítimas da pandemia.

Os jesuítas abriram um “serviço de escuta” para vítimas de abusos sexuais, num dia em que o Papa apela ao fim do “silêncio cúmplice” por parte da Igreja nesta matéria.

Numa semana em que tanto se falou de morte, pelas boas razões (2 de Novembro) e pelas más (eutanásia), o artigo do The Catholic Thing em português fala da importância de se rezar pelos mortos, sobretudo pelos que não têm descendentes que rezem por eles… Os padres!

Wednesday 3 November 2021

“A Memória dos Nossos Mortos”

Tanya-Renee Laframboise

As listas têm algo de paradoxal. Por um lado, haverá coisa mais aborrecida no mundo? Uma itemização mundana de questões diversas de que não se pode dar ao luxo de esquecer, mas que também não tem importância suficiente para se dar ao trabalho de memorizar. Por outro lado, a lista tem poder. Poder real. Não interessa se é uma lista de pessoas, compras ou inventário. Alguém, algures, achou suficientemente importante para tomar nota.

Isso deve fazer-nos pensar. Porque seja o que for que se coloca numa lista, podemos ter a certeza que a pessoa que a fez lá chegará. Será tomada uma acção. (E Deus proteja aqueles que, cada vez, mais, dão por si nas listas erradas.)

Seja como for, recentemente estive a pôr a conversa em dia com um teólogo respeitado, ao longo de alguns meses. Os nossos telefonemas tendem a ser conversas sobre interesses partilhados. Da última vez que falámos ele referiu uns livros de um jesuíta dos finais do Século XIX que poderiam ajudar a aprofundar o tema.

Bom. No que toca a este tipo de assuntos eu faço listas. Eu gosto de listas.

Por isso, enquanto ele referia os nomes dos livros eu ia escrevendo na minha listagem de “Livros a Ler ou Adquirir”, que guardo debaixo da lista longa e (ridiculamente) alfabetizada de livros que atualmente possuo. Foi com surpresa que vim a perceber que já tenho algumas das suas obras. Simplesmente eu tinha-me esquecido do nome do padre.

E é sobre a recordação desses nomes em particular que eu quero falar aqui.

A verdade é que uma lista de nomes pode ser a mais aborrecida de todas, sobretudo se não virmos uma ligação a nós mesmos. Lembram-se da chamada? Quando eramos crianças parecia interminável. E hoje em dia podemos observar os olhos dos adultos a embaciar quando escutam as genealogias nas Escrituras, na Missa.

Sim, tanto a Escritura como a Igreja tratam a genealogia – linhagem e listas de nomes – com reverência. E por boas razões. Num certo sentido, os bispos e os padres que estes ordenam têm uma linhagem milenar própria, a Sucessão Apostólica.

E o Cânone Romano guarda cuidadosamente uma lista de alguns dos primeiros mártires e santos, como eram invocados desde os primeiros tempos na liturgia. Foi a Igreja que declarou canónicos e inspirados por Deus os Evangelhos de Lucas e de Mateus. Se essas genealogias do Evangelho não nos dizem nada agora é porque não lemos devidamente a Bíblia. Porque esses nomes diziam algo a Jesus. Cada um deles é simultaneamente uma pessoa e uma história. Todos somos a nossa história, incluindo Cristo.

Há anos eu era uma genealogista certificada, numa altura em que era preciso mais do que uma assinatura num site, um computador e desenrascanço. Nessa altura procurava explicar aos que me pediam para investigar as suas linhagens que deviam querer mais do que uma mera lista de nomes. Queremos conhecer os indivíduos em si. Os seus esforços, os seus triunfos, as suas dores de alma. Como é que a fé pesava nas suas vidas? Que histórias eram as suas?


Raramente ligavam ao que eu dizia. A maioria das pessoas queria era descobrir uma pessoa famosa na sua família. Caso não surgisse ninguém, ficavam desapontados e queixavam-se de ter uma lista de “ninguéns”.

Não existe tal coisa como um “ninguém.”

Há almas que, tendo vivido as suas vidas de barro, partem para o seu juízo final. E como diz nas escrituras, “que coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivo” (Heb 10,31). Merecem o nosso respeito e as nossas orações. Deram-nos vida.

Mas a outra coisa que tentava incutir nestas pessoas era de guardarem uma “árvore” dos padres que tinham ministrado às suas famílias ao longo dos anos. Os que constam dos registos baptismais e de casamento. Os homens que pregaram, absolveram e sepultaram os seus antepassados. Porque eles também fazem parte da sua história. E merecem ser recordados. 

Já vivi numa série de paróquias em que havia noites de oração semanais diante do Santíssimo para expiação dos pecados do clero. Realizavam-se em noites diferentes ao longo do mês. A experiência da primeira dessas noites marcou-me de uma forma assustadora. Nomeadamente a noção de que as almas de alguns destes homens, salvos apenas pela misericórdia de Deus e pelas orações dos outros, eram praticamente indistinguíveis dos nomes dos condenados. Nunca mais me esqueci dessa noite.

Nada que me tivesse ocorrido quando era criança. Nessa altura ainda se fazia uma procissão à luz da vela através do cemitério para rezar pelas Pobres Almas. Com grande solenidade, o padre transportava o Santíssimo pela escuridão da noite até à capela do cemitério. Os fiéis andavam em torno das campas, passando pelo monte onde estavam enterrados os padres, cantando litanias e rezando pelos mortos. Depois dispersavam, cada um para as campas dos seus familiares.

Ninguém parava junto ao monte.

Podemos perdoar o facto de uma criança pensar que os padres eram santos e não precisavam de orações. Os adultos podem ser perdoados por não quererem ficar mais tempo ao frio gélido. Mas hoje vejo as coisas de outra forma. E preocupa-me. E o padre que liderava essas procissões? Também me esqueci do nome dele. E isso também me preocupa.

Porque seja o que for que um padre é – santo ou pecador, zeloso ou indolente – não deixa de providenciar os sacramentos ao povo. Não deixa de oferecer o Sacrifício a Deus. Não deixa de se apresentar no dia do seu juízo, necessitado de orações. Mas sem herdeiros para além daqueles a quem ministraram, quem recordará os seus nomes diante do Senhor?

Todos os anos, por volta deste dia, vou buscar a mais valiosa de todas as minhas listas: as genealogias da minha família. E faço um rol dos mortos a lembrar nas minhas orações. Mas incluo na listagem os homens que tornaram possível a vida de fé da minha família. E cujo juízo final reflectirá a exigência mais alta a que foram chamados.

De facto, todos somos a nossa história. Mas estes homens formam dela uma parte crucial.


Taynia-Renee Laframboise é escritora, oradora e estudante de Sagrada Escritura, com licenciaturas de Marquette e de Notre Dame. É especializada em antropologia teológica e exegese patrística. Agradece todos os comentários e perguntas dos leitores, que podem ser enviados para tfranche@protonmail.com

(Publicado pela primeira vez em The Catholic Thing no sábado, 30 de outubro de 2021)

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Tuesday 2 November 2021

A morte, sob várias perspectivas

Estamos a dois dias da votação da nova versão da lei da eutanásia. A Associação de Juristas Católicos critica este processo, o Dr. Pedro Vaz Patto, juiz desembargador e presidente da Comissão Nacional de Justiça e Paz espera que Marcelo Rebelo de Sousa vete a lei e o especialista em bioética, Michel Renaud, explica porque é que a lei – seja aprovada ou não – não presta.

O Papa Francisco esteve esta terça-feira no cemitério militar francês em Roma, onde criticou “as vítimas da guerra que devora os filhos da pátria”. Francisco mandou também uma mensagem para a Cimeira Climática que está a decorrer em Glasgow.

Chamo a vossa atenção para a entrevista conjunta da Ecclesia e da Renascença desta semana, com o provedor da Irmandade da Misericórdia e São Roque. Os voluntários da irmandade acompanham enterros daqueles que morrem sozinhos e Mário Pinto fala sobre a terrível pandemia de solidão que afeta cidades como Lisboa.

Este fim-de-semana decorreu o V Fórum Europeu One of Us, em Lisboa. Saiba o que se passou aqui.

E temos a lamentar a morte de D. Basílio do Nascimento, um homem que marcou muito Timor-Leste e que foi fundamental em garantir uma transição pacífica para a independência em Bacau, como não aconteceu em Dili e outras partes.

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