Tuesday 31 January 2012

Princesas centenárias e Anglicanos prontos para o combate

Há dias em que não se passa nada e outros em que não temos mãos a medir!

Várias notícias hoje. Foi divulgado o programa da visita de Bento XVI ao México e a Cuba, que tem em conta o “jet lag” e tudo.

Hoje faz 100 anos uma heroína portuguesa. Dona Maria Adelaide de Bragança (na foto) foi perseguida por nazis, condenada à morte e esteve para ser deportada para a Sibéria. Hoje recebeu uma bênção apostólica de Bento XVI.


Os deputados já podem ter um santo padroeiro específico para eles. Para além de ter sido deputada, Hildegard Burjan tem a particularidade de ser de origem judaica.

A China demonstra ser igualitária e, para além de perseguir os cristãos, aperta o cerco também aos muçulmanos.

Igreja Anglicana e homossexualidade

Se para os menos atentos a posição assumida pela Igreja Anglicana de que vai opor qualquer lei que legalize o “casamento” homossexual possa parecer evidente, é na verdade longe disso.

A homossexualidade e a aceitação ou não das relações homossexuais é neste momento a pedra de toque de um conflito que é muito mais profundo e que ameaça romper a comunhão anglicana ao meio.

Aqui estão alguns factos curiosos sobre a comunhão anglicana e a homossexualidade que poderão ajudar a compreender a complexidade do assunto.

Da incompatibilidade com o Evangelho às bênçãos
Em 1998 a Conferência de Lambeth, que reúne todos os bispos anglicanos uma vez por década, declarou que as relações homossexuais são incompatíveis com as Escrituras.

Contudo, bastou quatro anos para a província anglicana do Canadá, que é das mais liberais da comunhão, permitir a bênção de uniões homossexuais.

O grande momento de clivagem surgiu, todavia, com consagração de Gene Robinson como bispo anglicano de New Hampshire, nos EUA. Gene Robinson já vivia, na altura, numa relação homossexual de longa data e é um vigoroso defensor do “casamento” entre homossexuais.

Na mesma altura um homossexual assumido, também ele a viver numa relação com outro homem, era candidato a bispo de Reading, em Inglaterra. Perante a polémica que surgiu entretanto, Jeffrey John acabou por retirar a sua candidatura.

Passados nove anos, existem actualmente dois bispos anglicanos a viver em relações assumidamente homossexuais. São eles o tal Gene Robinson e Mary Glasspool, bispa auxiliar de Los Angeles. Glasspool foi ordenada bispa depois de fortes avisos por parte de outras províncias [Igrejas nacionais] de que poderiam cortar relações com a Igreja Episcopaliana, como é conhecido o ramo americano da Comunhão Anglicana.

Mary Glasspool

Entretanto Jeffrey John, que hoje alega ser celibatário, foi falado como sendo candidato a mais duas dioceses, mas o nome acabou sempre por ser retirado. O Arcebispo de Cantuária, Rowan Williams, foi fortemente criticado por alegadamente ter “traído” o seu amigo Jeffrey John.

Arcebispo de Cantuária
Nesta matéria a posição pessoal de Rowan Williams, o Arcebispo de Cantuária, assume muita importância, uma vez que embora não tendo poderes efectivos é visto como “primus inter pares” da comunhão anglicana e a sua principal figura.

Mas determinar a posição de Rowan Williams não é fácil, uma vez que as suas opiniões pessoais não coincidem com a posição oficial da comunhão a que preside. Quando era Arcebispo do País de Gales, Williams defendeu que a união de duas pessoas do mesmo sexo era equiparável a um casamento. Defendeu esta posição numa carta pessoal a uma psicóloga evangélica que o questionou sobre o assunto referindo que, todavia, enquanto bispo tinha de defender a posição oficial e da maioria, que era precisamente o contrário da sua.

Também interessante é um ensaio escrito por Williams em 1989 chamado “The Body’s Grace”. Neste texto o agora Arcebispo de Cantuária afirma que o aspecto da procriação não é essencial para a legitimidade de um acto sexual, isto é, que uma relação sexual que seja estéril por natureza (como são as relações homossexuais) é legítima por si só. Rowan Williams conclui o seu ensaio da seguinte maneira dizendo que para uma igreja que já aceita a legitimidade da contracepção (caso da Igreja Anglicana), a condenação das relações homossexuais não faz sentido.

Chegamos finalmente à posição assumida agora por John Sentamu, que enquanto Arcebispo de York é a segunda figura da hierarquia anglicana e que afirma que a Igreja Anglicana vai combater qualquer medida que vise legalizar o “casamento homossexual”.

John Sentamu e Rowan Williams
Sentamu é em vários aspectos um aliado de Rowan Williams mas neste campo é bastante mais conservador. Embora tenha condenado as recentes leis que penalizam duramente as relações homossexuais na sua Uganda nativa, não é de modo algum um liberal neste campo. É por isso significativo que a) tenha sido ele a fazer as declarações e não Rowan Williams e b) que tenha envolvido toda a Igreja Anglicana e não tenha falado apenas em nome próprio.

Monday 30 January 2012

Friday 27 January 2012

Como se diz colaboracionista em língua gestual?

Homem de Deus ou agente Hristov?
Tem curiosidade em saber como é uma missa para surdos-mudos? Amanhã celebra-se uma em Leiria, às 19h. Trata-se de uma iniciativa importante, o ministério para surdos-mudos tem muito que caminhar na Igreja. Mas pode uma missa ser celebrada em língua gestual? A resposta a essa e outras questões, aqui.

A Igreja Ortodoxa da Bulgária está a ser abalada pela revelação de que 11 dos 15 membros do Santo Sínodo eram colaboradores da polícia secreta do regime comunista. Falámos com o padre da comunidade ortodoxa búlgara em Lisboa, que fala numa tentativa de descredibilizar a Igreja.

Seja como for, a Bulgária será um dos últimos países do Bloco de Leste a ser abalado por este escândalo que também afectou a Igreja Católica, por exemplo na Polónia.

Na Nigéria as preocupações são outras. A Ajuda à Igreja que Sofre fala em 35 mil cristãos que já fugiram do Norte do país. Sobre este assunto volto a chamar atenção para este artigo de The Catholic Thing, que publicámos em português no blogue.


A Igreja e os surdos

Há uns anos a minha mãe foi falar a uma turma numa escola para surdos-mudos. Enquanto falava uma professora interpretava tudo em língua gestual. Acontece que o sinal para “Deus” consiste em apontar para cima. Mais tarde ela contou-me que sempre que a intérprete fazia esse gesto, os miúdos olhavam todos para cima.

É só uma história, mas reflecte bem a dificuldade que tantos surdos têm em viver plenamente a sua espiritualidade numa Igreja que é muito centrada na palavra e na proclamação dessa palavra, com liturgias em que o som é um elemento fulcral.

Uma coisa é ir a uma missa numa língua diferente. Podemos não perceber nada, mas mesmo o som ambiente transmite-nos o sentimento que estamos a presenciar a algo sagrado. Retira-se o som e temos apenas gestos que, por mais solenes que sejam, podiam tão simplesmente ser um teatro.

A iniciativa da diocese de Leiria, de ter uma missa com interpretação em língua gestual uma vez por mês e, de igual importância, sessões de catequese para adultos, é muito bem-vinda e preenche uma lacuna importante na Igreja.

Pelo que percebi, neste caso a missa será celebrada normalmente, com recurso a uma intérprete. Contudo, há outros casos em que os próprios sacerdotes conhecem a língua gestual. Mas pode uma missa ser celebrada inteiramente em língua gestual?

Homilia em Língua Gestual numa missa em Medjugorje

É um assunto que está em discussão. Oficialmente, e pelo que consegui averiguar, a Santa Sé não reconhece a validade dos sacramentos em língua gestual. Vejamos. Se um padre absolve um penitente na confissão, não basta pensar as palavras da absolvição, a intenção não basta, é preciso dizer as palavras. O mesmo se aplica com outros sacramentos.

Uns argumentam que sendo a língua gestual precisamente uma língua, essas palavras já estão a ser “faladas”, mas a Santa Sé, pelo menos por enquanto, não aprovou essa teoria.

Logo, na celebração de uma missa seria necessário que as palavras da consagração, pelo menos, fossem expressas de forma audível. Há pelo menos uma pessoa a fazer uma tese de doutoramento que tenta provar o contrário, que língua gestual serve perfeitamente, mas a posição oficial ainda é outra.

Isto levanta outra questão. Pode um homem surdo-mudo ser ordenado padre? Tal como noutros casos de deficiência, podem, mas precisam de autorização dos seus bispos. (Esta regra não é exclusiva para surdos, sei de um rapaz que era profundamente disléxico que precisou de dispensa para ingressar num seminário e é sabido que homens que não possuam órgãos genitais, por exemplo, não podem ser ordenados). Presumo, pelo que escrevi acima, que esse sacerdote teria de poder pelo menos pronunciar as palavras da consagração para celebrar missas.

Padre Tom Coughlin
Fora de Portugal há vários casos de padres surdos-mudos e nos Estados Unidos, na diocese de São Francisco, Califórnia, há um seminário só para surdos-mudos, associado ao seminário diocesano.

Este seminário foi iniciado por iniciativa do padre Tom Caughlin, um dos primeiros padres surdo de nascença a ser ordenado na história recente dos Estados Unidos. Foi por sua iniciativa também que nasceu aquela que será provavelmente a única ordem religiosa formada quase inteiramente por homens surdos, o Dominican Missionaries for the Deaf Apostolate.

Como se vê, este é um caminho que a própria Igreja apenas começou a percorrer recentemente e onde ainda haverá muito por descobrir.

Thursday 26 January 2012

Wednesday 25 January 2012

Cristãos sírios pela democracia e Papa pelo ecumenismo

Na Síria, um ano depois do começo dos protestos contra o regime, a questão continua particularmente complicada. A maioria dos cristãos parece ser contra as revoltas, mas alguns são a favor. Leia aqui o que têm a dizer.

Como de costume, a transcrição completa da entrevista, no inglês original, está aqui.

Hoje é Quarta-feira e por isso publicamos mais um artigo do site americano The Catholic Thing, em português. Robert Reilly fala das raízes teológicas do terrorismo islâmico na Nigéria e da questão da importância da razão para as religiões.

Bento XVI falou hoje da questão do ecumenismo, no dia em que acaba a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Leiam ainda o comentário de D. Manuel Clemente à mensagem de Bento XVI para o dia Mundial das Comunicações Sociais.

Em Israel continuam a suceder-se episódios desagradáveis na luta entre ultra-ortodoxos e secularistas em certas zonas do país. Ontem uma mulher foi violentamente atacada e o seu carro destruído num bairro de maioria ortodoxa.

A causa da chuva e as fontes da violência na Nigéria

Robert Reilly
Neste Natal que passou um grupo islamista no Norte da Nigéria, conhecido como Boko Haram, colocou bombas em duas igrejas cristãs, matando mais de quarenta pessoas, incluindo trinta e sete paroquianos que estavam a deixar a repleta missa matinal na Igreja Católica de Santa Teresa, em Madalla. Muitos outros ficaram feridos. O seu líder actual, o Imam Abubakar Shekau, já avisou que vai haver mais ataques. Porquê? Qual é a relação entre a visão da realidade que este grupo tem e a violência que pratica?

Fundado em 2002 por Mohammed Yusuf (1970-2009), o Boko Haram tem o objectivo de implementar um governo Sharia. O nome oficial do grupo é Jama’atu Ahlis Sunna Lidda’awati wal-Jihad, o que em árabe significa Pessoas Comprometidas com a Propagação dos Ensinamentos do Profeta e com a Jihad. Boko Haram, como é mais familiarmente conhecido, significa “A educação ocidental [não islâmica] é sacrilega”.

Quando interrogado pelos aparelhos de segurança do estado, Yusuf terá proclamado: “Todo o conhecimento que contradiz o Islão é proíbido pelo Todo Poderoso.” De que conhecimentos estava a falar? Numa entrevista à BBC, pouco antes de ter sido morto por forças nigerianas em 2009, explicou:

Há pregadores islâmicos distintos que viram e compreenderam que a educação ocidental actual está embrenhada de questões que são contrárias às nossas crenças islâmicas. Como a chuva. Nós acreditamos que é criada por Deus e não que é água evaporada pelo sol que se condensa e se torna chuva. Como dizer que a terra é esférica. Se é contrário aos ensinamentos de Alá, rejeitamo-lo.”

Nesta afirmação, Yusuf revela estar perfeitamente familiarizado com a explicação científica da chuva, mas rejeita-a por razões religiosas. Para muitos isso parecerá estranho, excêntrico, mesmo, mas esta visão tem fortes raízes numa parte significativa do Islão Sunita. Radica na concepção da omnipotência de Deus e o problema da causalidade no mundo natural.

O actual líder do Boko Haram

O dilema é este: Se Deus não é a causa de tudo, pode Ele ser omnipotente? Por outras palavras, se Deus não é a causa directa da chuva, se esta é antes causada por forças naturais (causas secundárias em linguágem filosófica técnica), não estão essas forças a concorrer com Deus? Se A for a causa de B no mundo físico (como por exemplo a condensação que causa a chuva), isso não exclui Deus da equação, ou pelo menos não põe em causa a sua liberdade?

Estas são, claro está, verdadeiras questões teológicas e filosóficas com as quais se debateram todas as formas de monoteísmo. A teologia Ash’arita, que domina o Islão Sunita, concluiu que, se Deus é omnipotente então nada mais pode ser sequer potente.

Quer isto dizer que não pode haver algo como a lei natural ou causa e efeito no mundo natural. Consequentemente, tudo o que acontece se torna o equivalente a um milagre, porque Deus intervém directamente.

Esta visão tem efeitos a nível prático. Durante o governo do General Zia ul-Haq, no Paquistão, os boletins meteorológicos foram suspensos durante vários anos devido a queixas de clérigos muçulmanos que alegavam que as previsões eram ímpias. Se Deus causa o tempo sem qualquer intermediário, como é que podemos prever o que vai acontecer? Como não existe qualquer ordem inerente à natureza, quem pode dizer se vai chover ou nevar? Pretender ter tais conhecimentos é blásfemo e pretencioso.

Um amigo meu que vive no Bahrein estava a conversar com um homem de negócios árabe, muito sofisticado, que lhe disse que ia levar a família a viajar no fim do Ramadão, mas não sabia quando é que ia partir porque isso dependia do aparecimento da lua nova.

O meu amigo explicou-lhe que isso não era problema, ele podia dizer-lhe quando ia aparecer a lua nova. “Como?” perguntou o árabe. O meu amigo explicou que tinha um almanaque. O homem de negócios explicou por sua vez que ninguém pode possuir tal conhecimento. Ele teria de esperar até que o imã confirmasse o aparecimento da lua nova.

Um problema mais grave surge a respeito do uso da violência para propagar a fé. Será moralmente permissível? Esta foi a questão levantada por Bento XVI no seu discurso em Ratisbona. Podemos saber que é irracional recorrer à violência em nome da religião sem uma revelação divina nesse sentido? E como, já agora, é que a razão se torna a bitola para saber o que é moral ou imoral?


Reflectindo sobre a existência de uma ordem na natureza, os filósofos gregos concluíram que Deus é logos. Foi a ordem racional inerente às coisas criadas que levou à apreensão de que a ordem em Deus é a própria racionalidade. Se Deus é racional, então o comportamento irracional torna-se uma questão moral. Conclui-se que seria irracional usar da força contra a consciência no que diz respeito à fé.

Mas o que é que acontece se começamos com a ideia à priori de que não existe ordem no mundo natural, porque isso atenta contra a omnipotência de Deus? Isso não significa que Deus também não é logos? Se Deus não é racionalidade, então não existe qualquer obstáculo à utilização da violência para promover a fé. A combinação desta visão, com algum apoio corânico à jihad armada torna-se letal.

É esta teologia que permite que muçulmanos radicais possam transformar a sua versão de omnipotência divina numa política de poder ilimitado (que usam inclusivamente contra outros muçulmanos). Como instrumentos de Deus, eles são os canais deste poder.

Foi isto que levou Osama bin Laden a abraçar a afirmação surpreendente do seu mentor espiritual, Abdullah Azzam, que citou num vídeo em Novembro de 2001, depois dos atentados do 11 de Setembro: “O Terrorismo é uma obrigação na religião de Alá.” Esta afirmação de que a violência em promoção da fé é uma obrigação, só pode ser verdadeira se Deus está desprovido de racionalidade, como Bento XVI recordou em Ratisbona.

Se Deus está desprovido de racionalidade então não podemos prever a meteorologia, mas podemos obrigar o nosso vizinho a abraçar a nossa religião, e matá-lo caso recuse. Esta é a lógica que está por detrás do Boko Haram e as suas bombas homicidas.


(Publicado pela primeira vez no Sábado, 14 de Janeiro 2012 em www.thecatholicthing.org)

Robert Reilly é o antigo editor de Voice of América. Leccionou na National Defense University e serviu tanto na Casa Branca como no Gabinete do Secretário da Defesa. O seu mais recente livro é “The Closing of the Muslim Mind: How Intellectual SuicideCreated the Modern Islamist”.

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The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Esteartigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de TheCatholic Thing. 

Interview with Syrian Christians for Democracy

Full transcript of interview with George Stifo, spokesman of Syrian Christians forDemocracy. Article can be found here (Portuguese).

How representative are the Syrian Christians for Democracy of the Syrian Christian population?
Syrian Christians for Democracy is a new organization that was established almost two months ago. The point for establishing it was to show that Christians are represented in the on-going revolution and that we are supportive of the revolution.
Syrian Christians for Democracy consists of 13 people who established the organization and who are from all the different denominations and churches of the Christian community. We have Orthodox, Catholics, Protestants, as well as different ethnic communities such as Assyrians, Armenians and Arabs.

Up to what point do you represent the Christians who are actually in Syria and who in their public declarations up to now have seemed to be either sitting on the fence or supportive of the regime?
Currently we are receiving many messages of support from Christians in Syria. We are not a political organization, as much as a lobby group for Christians who are residing in Syria. What we are doing is trying to help the people in the country, and we are receiving a lot of support from people inside the country. Many groups and individuals as well as political organizations have spoken to us and shown support of our organization.

These include Syrian Christians in Syria?
Many have contacted us, asking to join, asking to support, and to help in any way, shape or form.

When we see images of the protests, are there Christians on the streets as well?
Syrian Christians have been protesting since the beginning. One of the main organizations doing so is the Assyrian Democratic Organization. They have been public about it, their members have been detained and arrested. They have been attacked. Other Christians in other areas whether in Damascus, Homs or suburbs of Damascus have been protesting. Many have been detained, some have been killed.
In many cities, mainly Homs and suburbs of Damascus you’ll see many Christians protesting alongside their Muslim brothers, this is a country that unites all different groups and Christians are no different from any other group. Christians are indigenous to the land of Syria, they have been there for thousands of years, they have been fighting the battles of the country for thousands of years, and this is another battle for the people of Syria and the Syrian Christians are a part of this community, will support it, have been supporting and will continue to support the revolution.


Hierarchies have been either wavering or outright in their support for the regime. Are they constrained in their freedom to speak, or do they genuinely like the regime?
Usually we know that dictatorships do not allow people to speak their mind. The hierarchies are under heavy watch from the Syrian government. So what happens is that they are constrained from speaking. If you notice in the recent months their tone has shifted from pure support to being passive and calling for peace and an end to violence. We have noticed that some of the Patriarchs, including the Melkite Patriarch has openly said that the Christians of Syria are not bound by any regime or person, and they are not bound by any regime or person and they are supportive of any regime that rules the country as long as that person or group receives the support of the people. We understand the kind of constraints that the hierarchies are under, and we notice that most of them do not speak, and the ones who do are bound by what the Government tells them to do. We have lived in these countries for years and we know what’s going on and we know how they act, how they harass people and scare people, how they attack them and their families. This has been going on for decades, it’s nothing new, and it will continue as long as the regime exists.

Syrian Christians look to Iraq and Egypt, and they worry that the same will happen in Syria. Is there a real risk of sectarian conflict?
These fears are understandable, especially from minorities. Human nature teaches us that we are afraid of the future, especially if we don’t know what the future is. In the case of minorities it is even scarier, especially because of what happened in Iraq in the past years. However, what happens is that there are changes coming to the region and certain Christians recognize that, and they are trying to see which side of the opposition is going to support them, and most of the opposition and the public has been openly speaking about a Government which will be civil or secular in nature, and democratic.
Christians are not tied by a single individual or regime. We are a group within Syria, we are part of the community and not a single group or Government represents us. One of our goals is to calm these fears and make sure that the opposition and any group working for the future of Syria, has the best interests of the Syrian people, including Syrian Christians, and that the rights of Christians are represented in the future Government of Syria and that Christians are represented in these opposition groups and the Syrian Government. This is our goal and we are working hard on this, and we will try to get the support of other Syrian Christians that are working on this in Syria and we will all continue to work hard to make sure that every group within Syria and the opposition to the Syrian Government does recognize Syrian Christians and their rights in the future of Syria.

Could Christians become tainted by association to this regime and suffer a backlash if it falls?
There are many Syrian Christians participating in the protests, and they have been vocal. Many of the opposition groups have been Christian Syrians. The current regime does not constitute a single group, it’s a combination of different groups, it has every single sect and denomination within it and the people of Syria recognize this. So the issue of a backlash won’t affect the entire population, a few individuals might be tainted by it, those who have openly spoken in favour of the regime and who are fighting alongside it against the people, however the opposition groups have openly been saying that people will not be targeted in the future, they will make sure this will not happen. Everybody is seeking a civil country based on law, so anybody who has been killing or stealing the money of the people will be tried in a court of law. Other than that, a backlash might take place on an individual basis, but we don’t believe that will be the case, or that we should fear this. The people of Syria have been living together for thousands of years without any issues. We do not believe that the future is going to be any different.

Tuesday 24 January 2012

Silêncio, unidade e Golias

Bento XVI fez hoje um elogio do silêncio, num discurso muito interessante em que falou ainda da importância das redes sociais e motores de busca.

Já o Patriarca de Lisboa falou da unidade dos católicos. Poderá ser coincidência, mas é interessante que o tenha feito numa altura em que se discute bastante (por exemplo aqui) a aprovação dos estatutos do Movimento Neocatecumenal que alguns acusam de ter um efeito divisivo nas paróquias onde está implantado e que tem uma presença significativa em Lisboa.

Por fim olhamos para os EUA. Ontem cumpriu-se a marcha anual pela vida. O Arcebispo de Nova Iorque compara a luta pela vida como uma contenda entre David e Golias.

Amanhã publicamos mais um artigo semanal de The Catholic Thing, estejam atentos. As novidades mais importantes continuarão a ser colocadas no grupo do Facebook, que em poucos dias ultrapassou a centena de membros.

Monday 23 January 2012

Portas e Nigéria, Obama e Bispos, Jonas e Baleia


Nos Estados Unidos as relações entre a administração de Obama e a Igreja Católica estão cada vez mais frágeis devido ao que os bispos descrevem como sendo um forte ataque contra a liberdade religiosa e de consciência individual.

Sem grandes esperanças de encontrar mais sobreviventes a bordo do Costa Concordia, as equipas de resgate têm estado a retirar objectos e imagens importantes. Recentemente “salvaram” uma imagem de Nossa Senhora de Fátima que estava na capela do navio.

O Banco de Israel ganhou o prémio de Moeda do Ano com uma representação de Jonas na barriga da Baleia. Esta moeda faz parte de uma série comemorativa com motivos bíblicos, veja aqui alguns dos exemplos mais bonitos.

As moedas bíblicas do Banco de Israel

Em 1994 o Banco de Israel lançou uma colecção de moedas com motivos bíblicos.
Estas são algumas das minhas favoritas, a terminar com a moeda de Jonas na barriga da baleia, que venceu agora um prémio mundial.

Abraão prestes a sacrificar Isaac

A Arca de Noé

Torre de Babel

Jacob e Raquel

Moisés com os 10 mandamentos

A hospitalidade de Abraão

A separação do Mar Vermelho

Sansão luta com o leão

Jonas a rezar na barriga da baleia

Friday 20 January 2012

"Kikos" aprovados, migrantes discutidos e bilhar episcopal

O “nosso” grupo no Facebook arrancou bem e já conta com cerca de 70 pessoas. Divulguem entre os possíveis interessados, é uma boa forma de partilharmos opiniões e sugestões.

O Vaticano aprovou hoje, de forma definitiva, os estatutos e a liturgia do movimento Caminho Neocatecumenal. O movimento tem os seus admiradores e detractores, uma das questões polémicas é precisamente a liturgia. Aqui podem ver um vídeo que mostra um pouco do espírito dos “Kikos” como são conhecidos, por causa do seu fundador Kiko Arguello.

Hoje entrevistei o Arcebispo de Liverpool, recém-chegado da Terra Santa. Patrick Kelly (na foto a jogar bilhar em Nablus) comenta a situação da Igreja local e, interessantemente, compara-a à Irlanda. Aqui podem encontrar a transcrição completa desta curta entrevista, no inglês original.

Hoje esteve em discussão a Maternidade de Substituição, ou “barrigas de aluguer”. O Padre Vítor Feytor Pinto dá aqui a sua opinião sobre o assunto.

E por fim, durante este fim-de-semana a Igreja debate a situação dos migrantes. Tudo bem com os que vêm para cá, menos bem com os nossos que estão fora…

“To be pro-Israel is to be pro-Palestinian”

Full transcript of the interview with Archbishop Kelly, of Liverpool, about his recent trip to the Holy Land

What exactly is the Holy Land Coordination meeting, what is its mission?

These meetings were set up about 12 years ago by the Holy See. The initial idea was that the presidents of the Bishops conferences or a representative, of the countries which played a political role in establishing the present reality of the Holy Land would come together to the Holy Land above all to support the local church in two things, in its endeavours never to be silent in the face of injustice wherever it comes from, but also always to be a church which seeks to reconcile, and that has always been the focus.

As we know, the Christian community in the Holy Land has been diminishing, is that something you feel on your trips?

Every year when we go we are made ever more aware of the diminishing numbers and there is no doubt that a number of factors weigh down upon them. They feel very much, especially in a place like Bethlehem, that they are almost living within prison walls, their restriction of movement is so great, and indeed the movement across the West Bank. In our final communiqué we used the word was that they are living in a state of occupation.

We also experienced that very often there is wonderful work done in education, but for reasons I can understand, not least as a son of an economic migrant from Ireland to England, very often education opens up opportunities to go to other countries where they have more space and freedom.

So the diminishing numbers are a real factor, but there are many factors that bring that about.

Despite that, do you feel there is hope for the future?

There must always be hope for that. I always go back to the first pilgrim pope to the Holy Land who said, “If you want peace, seek justice”, then I am sure, if there is justice for the two peoples and three ways of walking before God, which are the reality of that land. If that justice is achieved then there will be peace and then the communities have more hope for the future. At the present time there is still the clear teaching of the Holy See in favour of a Two State Solution. One thing we also mention in our final Communiqué is that to be pro-Israel is to be Pro-palestinian, it is not an either or, for there to be peace for both peoples there has to be justice for all.

Archbishop Kelly plays snooker in Nablus, Palestine

Just a few weeks ago we witnessed a fight between monks in the Church of the Nativity. The same thing often happens in Jerusalem, around Easter Time. Were these bad examples discussed?

It was mentioned. I gather it was more complex as to who was involved, certainly the leaders were not involved.

I know well the story of Ireland and have always found that wherever you have people suffering under a sense of injustice behaviour can go very wrong indeed. It is so hard to have a normal discourse in a context which has so many factors which weigh down upon you. It is tempting for me to say that this should not happen, but if I lived with this reality every day I am sure I would probably break out into words and actions which I wish were not there.

Neocatecumenais aprovados pelo Papa

O Vaticano aprovou hoje definitivamente os estatutos e as práticas litúrgicas do Movimento Neocatecumenal.

Em Portugal existem cerca de 300 comunidades neocatecumenais, juntamente com dois seminários. O movimento tem os seus aspectos polémicos, em várias dioceses ou mesmo países é, ou já foi, proibido. Penso que de momento no Japão a sua actividade está suspensa a pedido da Conferência Episcopal.

Por outro lado, quem já viu ao vivo a fé e a vivacidade dos seus membros, sobretudo em eventos como as Jornadas Mundiais da Juventude, não pode deixar de ficar admirado.

Deixo aqui um video de uma celebração neocatecumenal que mostra um pouco do espírito do movimento. Não sei se a dança estava integrada na missa, ou se decorreu antes ou depois, mas claramente tem lugar dentro de uma igreja e à volta do altar, que tem as velas acesas. O video permite ainda ver a estrutura particular das igrejas, com o altar no meio da sala.

Thursday 19 January 2012

Blog no Facebook, padres raptados no Sudão, Vaticano discute abusos

Custou mas foi. O Actualidade Religiosa chegou ao Facebook. Hoje criei um grupo, convido-vos a juntarem-se. Peço ainda que tenham paciência porque a coisa acabou de nascer e pode levar alguns dias até estar tudo a 100%. Abrindo a página, cliquem no botão a pedir para se juntarem, é simples.

Quanto a notícias, o Vaticano promove um congresso onde será debatida a resposta a dar ao problema dos abusos sexuais na Igreja. Portugal será representado pelo porta-voz da Conferência Episcopal.

Depois da independência, continua a violência no Sudão do Sul. Dois padres foram raptados, como explica o missionário português José Vieira.


Actualidade Religiosa no Facebook

É verdade! O Actualidade Religiosa chegou ao Facebook.

Na página deste grupo serão colocadas as actualizações ao blogue e ainda mais algumas coisas.

O grupo ainda agora foi criado, há-de levar alguns dias a estar 100% funcional, por isso peço a vossa paciência, compreensão e, como sempre, sugestões!

É só clicarem no link e pedirem para serem adicionados, bastante simples!

Wednesday 18 January 2012

Concertação Social, Ecumenismo e The Catholic Thing

No dia em que só se fala do acordo de concertação social, temos D. Jorge Ortiga a comentar que o entendimento é bem-vindo e o porta-voz da CEP, o padre Manuel Morujão, a falar dos feriados. Se o Governo só cortar um civil, então a Igreja também só “cede” um religioso.

Hoje começa a Semana de Oração Pela Unidade dos Cristãos. O Papa aproveitou para se referir ao assunto na sua audiência-geral. Hoje a Escola de Oração de São José (órgão do Patriarcado de Lisboa), publica uma reflexão da autoria de D. Fernando Luz Soares, bispo da Igreja Lusitana, a primeira de uma série de contribuições de membros de diferentes confissões cristãs.


Para finalizar uma novidade importante. A partir de hoje no blogue serão publicados textos do site americano The Catholic Thing, gerido pelo autor e académico Robert Royal, no âmbito de uma parceria. Está tudo explicado aqui.

O artigo que hoje publicamos fala do trabalho feito em conjunto por cristãos e muçulmanos para derrotar propostas pró-aborto nas Nações Unidas e das questões que isso levanta. Não percam.

The Catholic Thing chega ao mundo lusófono

O Actualidade Religiosa dá hoje início a uma colaboração com o site americano “The Catholic Thing”.

The Catholic Thing assume-se como um fórum de opinião católica inteligente. Todos os dias publica uma crónica de um autor convidado. Os temas variam, mas têm sempre em comum uma visão católica do mundo.

O site foi criado e é mantido por Robert Royal, uma figura importante do activismo católicos nos EUA e a nível mundial. Royal é autor de vários livros, pelo menos um dos quais está traduzido para português: Os Mártires do Século XX

Segundo a colaboração acordada o Actualidade Religiosa compromete-se a reproduzir pelo menos um artigo por semana de The Catholic Thing. Salvo algo em contrário esse artigo será publicado aqui no blog todas as Quartas-feiras.

Esta parece-nos ser uma boa oportunidade tanto para The Catholic Thing, que assim consegue fazer chegar os seus conteúdos a um novo universo de leitores, como para o Actualidade Religiosa que assim enriquece a oferta que tem para os seus leitores. Agradecemos por isso qualquer divulgação que possam fazer da iniciativa.

Filipe d’Avillez

Colaborando com os muçulmanos

Austin Ruse

A reunião das 22h00 iria durar toda a noite. Esta era a última noite de um processo de duas semanas que estava a ser planeado há anos. Todas as decisões mais complicadas seriam feitas durante aquela noite. Estavam todos cansados, a cantina estava fechada, os tradutores tinham ido para casa.

Dirigi-me ao centro da sala de reuniões, na cave do edifício das Nações Unidas. De cima a baixo via-se uma cascata de meios-círculos concêntricos de secretárias, com cento e oitenta e tal bandeiras nacionais, organizadas de forma alfabética. Das janelas via-se o East River, iluminado pela lua.

Na sala aproximei-me de um embaixador muçulmano a quem disse: “Esta sessão vai durar a noite toda e vai ser muito dura. Quando as coisas se tornarem mesmo complicadas, quero que olhe para ali”, disse, apontando para uma secção de cadeiras mais elevadas, “onde estarão vinte cristãos a rezar por si.”

Nessa noite aquele homem foi um autêntico tigre em defesa das crianças por nascer. Os governos ocidentais, juntamente com os burocratas das Nações Unidas, estavam sedentos por consagrar um direito ao aborto que requereria que as nações permitissem a matança sem restrições dos seus bebés por nascer.

Vezes sem conta ele levantou-se para impedir que linguagem perigosa entrasse naquele documento. Bateu na mesa. A certa altura até se levantou em defesa de organizações não governamentais cristãs que tinham sido atacadas pela União Europeia. Quando o sol se levantou os seus esforços, os nossos esforços, tinham valido a pena. Um alegado direito ao aborto tinha sido impedido mais uma vez.

Muitos dos que aplaudem o resultado desta reunião, e outras que tal, não gostam do facto de conseguirmos estes resultados com o apoio dos governos que permitem a perseguição dos nossos irmãos na fé. Seria bom que a coligação nas Nações Unidas dos que defendem a vida dos nascituros fosse grande. Não é.

Se ao menos as chamadas nações cristãs estivessem do nosso lado. A Europa pós-cristã lidera a luta pela legalização mundial do aborto. Até países de confiança, como a Polónia ou Malta se juntam à Alemanha, França e Reino Unido quando a União Europeia adopta uma posição comum, que é quase sempre a favor da cultura da morte.

E a América Latina católica? Há uma série de razões pelas quais não nos apoiam. Há muito que as suas elites se juntaram à Europa na questão do Aborto. Vêem o aborto quase como um sacramento e uma marca de sofisticação. Os seus governos também não querem ser assediados pela comissões de “direitos humanos” da ONU, que defendem um direito universal ao aborto.


Também tendem a tentar agradar às suas feministas radicais permitindo-lhes que representem os seus países nas negociações nas Nações Unidas. Estes governos não querem ser catalogados como sendo parte daquilo a que alguns media chamam a “profana aliança” entre o Vaticano e os países islâmicos. Por isso, a América Latina católica tende a baldar-se nestes assuntos.

África? São tão pobres que não podem sacrificar um só cêntimo do dinheiro que a ONU e os países doadores lhes dão. Há alguns anos uma diplomata nova questionou o facto de o seu país patrocinar uma certa resolução. Logo a seguir um lobbista do Fundo de População das Nações Unidas ameaçou o seu Estado com o corte de fundos financeiros. É uma arma potente.

Podia falar de todas as regiões do mundo e encontrar um sem número de razões pelas quais a nossa coligação nas Nações Unidas é tão pequena.

Há quem diga que não vale a pena defender a vida dos nascituros se isso implicar estarmos do lado de países islâmicos. Recentemente, no site “Big Peace” de Andrew Breitbart, a respeitada Diana West sugeriu que, ao trabalhar em conjunto com os muçulmanos, as ONG pró-vida cristãs ajudavam a divulgar a Sharia e o Islão radical. Ela acredita que a perseguição religiosa é um assunto mais importante do que proteger bebés do seu próprio holocausto.

Muitas pessoas e muitos grupos concordam. Trabalham pela liberdade religiosa e ignoram a luta pela vida dos nascituros. Estão no seu direito. Os grupos devem escolher as suas missões. Mas West e outros vão mais longe. Eles querem que nós paremos o nosso trabalho porque os custos são demasiado altos se os muçulmanos estiverem incluídos.

Ninguém sabe bem quantos morrem por ano devido ao aborto. Serão 50 milhões? Os dados “oficiais” dizem que sim, mas é natural que sejam mais, talvez muitos mais. Isto representa a maior tragédia humana do nosso tempo e pode tornar-se ainda pior se os radicais das Nações Unidas conseguirem levar a sua avante.

Se estivessemos simplesmente a somar mortes, esta coluna tornaria todas as outras insignificantes; todas as guerras, todas as perseguições, todas as purgas e todas as soluções finais. É ainda mais bárbaro porque estas vítimas não têm como se defender, não têm para onde fugir.

E é suposto deixar passar tudo isto porque são os muçulmanos que tornam possível a defesa dos bebés por nascer?

Nós que trabalhamos no movimento pró-vida junto das Nações Unidas acreditamos que somos chamados para esta luta em particular. Aplaudimos todos os que defendem outros assuntos legítimos de direitos humanos, como a perseguição religiosa, mas acreditamos que o direito à vida está em primeiro lugar. É o direito que torna possíveis todos os outros direitos e liberdades, incluindo o direito à liberdade religiosa.

Acreditamos ainda que, à nossa maneira, defendemos a liberdade religiosa. Trabalhando com diplomatas muçulmanos, tornando-nos amigos deles, amando-os até, acreditamos que podemos mudar as suas mentes e os seus corações. E à nossa própria maneira, - misteriosa, talvez – ajudamos os nossos irmãos e irmãs perseguidos. Este caminho, muitas vezes incompreendido, é o caminho de Cristo.

Austin Ruse
(Publicado pela primeira vez na Sexta-feira, 13 de Janeiro 2012 em www.thecatholicthing.org)

Austin Ruse é presidente do Catholic Family & Human Rights Institute (C-FAM), sedeado em Nova Iorque e em Washington D.C., uma instituição de pesquisa que se concentra unicamente nas políticas sociais internacionais. As opiniões aqui expressas são apenas as dele e não reflectem necessariamente as políticas ou as posições da C-FAM.

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Tuesday 17 January 2012

Bispos presos, rusgas em dioceses, Deus no banco dos réus

Nas últimas semanas tem-se falado na hipótese de fechar as igrejas durante mais horas, por causa da crise e por causa dos perigos dos assaltos. Em Viseu, D. Ilídio Leandro considera que isso é o oposto do que é preciso neste momento.

Na China continuam vários bispos e padres detidos pelo Governo sem acusação e sem explicação. A agência AsiaNews quer que sejam libertados a tempo do Ano Novo chinês.

Os escritórios de três dioceses belgas foram alvo de buscas pela polícia, ontem, por causa de processos relacionados com abusos sexuais.

E por fim, hoje faz anos que Deus foi julgado e condenado à morte por um tribunal popular soviético. Ao longo do século XX há pelo menos mais dois casos em que se repetiu um julgamento do género. Conheça-os aqui.

Os carrascos de Deus

Faz hoje 94 anos que Deus foi julgado e condenado à morte por um tribunal popular soviético.

O processo levou cinco horas e até teve direito a defesa, se bem que os esforços dos advogados do arguido se tenham limitado a tentar argumentar a sua inimputabilidade por “grave demência e perturbações psíquicas”.

Anatoly Lunacharsky, o arquitecto desta manobra de propaganda e juiz no processo, decidiu, sem grandes surpresas, condenar Deus pelos crimes de genocídio e crimes contra a humanidade.

Se durante o julgamento Deus tinha sido representado pela colocação de uma Bíblia no banco dos réus, no dia seguinte o pelotão de fuzilamento decidiu-se por uma abordagem mais prática e disparou uma salva de tiros para o… céu.

Tanto quanto foi possível averiguar, esta foi a primeira vez que Deus foi julgado (exceptuando o julgamento de Jesus Cristo, para quem é cristão). Mas não a última!

Na Guerra Civil de Espanha tornou-se famosa a imagem de um pelotão de fuzilamento republicano a executar a sentença de morte contra uma imagem de Cristo Rei.

Mas a história mais interessante que mete Deus no tribunal ter-se-á passado num campo de concentração Nazi, durante o holocausto. Na verdade não há provas concretas que tenha tido lugar, mas a lenda teve força suficiente para ter entrado no imaginário e ser representado num filme.

Um grupo de prisioneiros judeus, discutindo como era possível acreditar em Deus na situação em que se encontravam, decidiram julgá-lo num tribunal rabínico. No filme o processo é levado a cabo com muita seriedade. O advogado de defesa cumpre o seu papel com a maior devoção, mas isso não chega para que o Senhor seja ilibado.

Talvez o mais engraçado seja o crime pelo qual os judeus o condenam: quebra de contrato.

Pelo menos no filme, contudo, fica a ideia de que no final, mesmo para quem considerou Deus culpado, a história não é assim tão simples. Aqui podem ver uma parte do julgamento. Neste canal de YouTube (de um ateu militante brasileiro) podem ver o resto, se assim quiserem, legendado em português.


Monday 16 January 2012

Relíquias salesianas e santidade do matrimónio

Atenção a todos os amigos da ordem salesiana e devotos de São João Bosco, as relíquias do fundador da ordem estarão em Portugal em Setembro.
Quarta-feira começa a semana de oração pela unidade dos cristãos. As Igrejas entendem que não devem competir entre si.
O Papa falou ontem a propósito do dia mundial do refugiado. Bento XVI exaltou os homens e mulheres que procuram viver em paz.
Também ontem o Patriarca falou do matrimónio como caminho para a santidade.  

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