Eu tive o privilégio de poder viver a JMJ de uma forma
muito intensa. Estando ao serviço como comentador da SIC, pude estar sempre
presente sem ter a necessidade de andar sempre a correr para fazer reportagem
ou cumprir prazos. Tive muitas oportunidades para andar pelos eventos, falar
com peregrinos de todos os tipos e de dezenas de países, para recolher
histórias e momentos engraçados para os artigos diários que escrevi para o ThePillar. Tendo credencial de imprensa, podia também andar livremente pelos
diferentes espaços do recinto e apanhar uma visão mais global de tudo o que se
estava a passar.
Dificilmente poderia destacar pontos individuais que não
foram já sublinhados por outros, mais cedo, como o ambiente contagiante nas
ruas, a simpatia demonstrada por toda a gente, aquele momento de profundíssimo
silêncio na adoração ao Santíssimo, durante a vigília, e a profusão de bandeiras,
que demonstra que é possível um saudável amor pelo nosso país ou região conviver
com um sentimento de fraternidade universal, isto é, católica. Que importante
lição numa era do recrudescimento dos nacionalismos.
Quem quiser ler mais atentamente as minhas impressões
pode fazê-lo no diário que fui escrevendo para o The Pillar, embora estejam em
inglês, mas este texto não é para isso. É para agradecer.
Agradecer do fundo do coração a todos os que vieram à
JMJ, de outros países, nalguns casos do outro lado do mundo. Agradecer a todos
os que abriram as suas casas para acolher peregrinos. Agradecer a todos os donos
de cafés, restaurantes e outro tipo de lojas que ajudaram a fazer com que os
peregrinos se sentissem acolhidos. Aos paramédicos, polícias, militares,
agentes da Protecção Civil e Bombeiros. Quero agradecer profundamente ao Papa,
que esteve tão bem e tão contente no meio dos jovens e restantes peregrinos. Agradeço
ainda a todos os que foram acompanhando as minhas intervenções na SIC, na Rádio
Observador, ou os meus artigos no The Pillar e que não deixaram de me elogiar e
encorajar.
Mas acima de tudo quero agradecer a todos os que trabalharam
na JMJ para que ela se realizasse. Aos voluntários, muitos dos quais
sacrificaram a sua própria liberdade de movimentação na Jornada para estar ao
serviço, nomeadamente aos que se ofereceram logo de início e tiveram tanto
tempo longe de suas casas, nalguns casos, a trabalhar por todos nós. E também
aos trabalhadores pagos, mas que também se sacrificaram tanto, que deram à JMJ
o toque profissional que evitou que tudo se transformasse em caos.
Acima de tudo, quero agradecer profundamente a quem nunca
deixou de acreditar nesta JMJ. Para muitos – entre os quais me incluo – depois de
anos a ouvir falar disto a toda a hora e por qualquer razão, houve pontos de
saturação a partir das quais dizíamos que já nem queríamos saber do assunto,
não queríamos ouvir falar. Eu estive várias vezes nessa situação, por mais que
soubesse que depois, na altura, iria entusiasmar-me outra vez. Os que nunca tiveram,
os que nunca deixaram adormecer esse entusiasmo, esses são verdadeiros heróis e
merecem os nossos aplausos.
Obrigado, obrigado, obrigado.
E depois disto fica só por fazer uma recomendação. Aos
bispos, aos sacerdotes, aos funcionários paroquiais, aos líderes dos movimentos
na Igreja: não deixem que este entusiasmo seja apenas uma onda que passa e
dispersa na areia. Aproveitem a energia destes milhares de voluntários que acabaram
de descobrir esta dimensão universal da Igreja e agora querem meter a mão na
massa. Portugal tem uma oportunidade absolutamente única, que não pode mesmo
ser desperdiçada, e todos temos a obrigação de contribuir para que assim seja.
Muitos parabéns pelo texto Filipe! Senti o mesmo e senti-me também verdadeiramente privilegiado por ter participado com a minha empresa voluntariamente na organização da JMJ, mais precisamente na comunicação, por mais de um ano. Passámos momentos únicos, alguns dos quais referiste. Abraço. Francisco Mendia
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