Neste post juntei alguns que me ocorreram. Convido-vos a acrescentar outros, que podem colocar na caixa de comentários.
As perguntas em itálico foram acrescentadas depois da publicação, por sugestão de leitores
Leia também: Casos de abusos em Portugal. O que já sabemos, o que falta saber e Cronologia de casos de abusos em Portugal
- De todos os testemunhos, quantos dizem respeito a padres/religiosos e quantos dizem respeito a leigos?
- Tendo em conta que um abusador pode ter originado vários casos de abuso, qual o número total de padres/religiosos e de leigos alegadamente abusadores, de acordo com os testemunhos?
- Qual era o universo total, nem que seja estimado, de padres/religiosos em Portugal no quadro temporal a que diz respeito o relatório? E com base nisso, qual a proporção ou percentagem de padres que são suspeitos de ter cometido abusos?
- Para ter um termo de comparação, qual é, em média, o número anual de queixas de abusos de menores, e, segundo o fenómeno do iceberg, qual é o número estimado de abusos de menores por ano em Portugal?
- Há algum testemunho de abusos praticados por mulheres, religiosas ou leigas?
- Qual a distribuição geográfica dos testemunhos recebidos? Se possível, por diocese.
- Qual a distribuição temporal dos testemunhos recebidos? Nomeadamente, quantos dizem respeito aos últimos 25 anos? Quantos aos últimos 10 anos?
- A comissão usou algum método para avaliar a credibilidade das acusações, ou contabilizou todas, sem as avaliar?
- Tanto quanto a comissão sabe, existem casos revelados no relatório que já tenham sido alvo de processo judicial? Se sim, sabe-se quantos foram alvo de condenação, quantos de absolvição, ou quantos foram arquivados por falta de indícios?
- Tanto quanto a comissão sabe, existem casos revelados no relatório que já tenham sido alvo de processo canónico? Se sim, sabe-se quantos foram alvo de condenação, quantos de absolvição, ou quantos foram arquivados por falta de indícios?
- Havendo testemunhos anónimos, e outros que não identificam os abusadores, a comissão pode ter a certeza de, nos seus números, não haver duplicação de casos?
- Numa conferência de imprensa Pedro Strecht disse que houve situações em que o abuso foi “endémico”. Quantos casos desses é que a Comissão identificou? Quais são?
- O relatório apresentado à CEP e o que será tornado público são idênticos? Se não, o que os distingue? Que conteúdos são só dadas a conhecer aos bispos que não são inseridos no relatório público?
- Qual é o sexo das vítimas?
- Qual a relação entre o sexo do abusador e o sexo das vítimas?
- Quais os contextos mais específicos de abuso identificados (seminários, colégios, catequese, escutismo, acólitos, casa das vítimas, contextos exteriores à acção da Igreja, etc)?
- Tendo havido denúncia, que tipo de acolhimento houve por parte das estruturas eclesiais (catequistas, chefes de escuteiros, padres, bispos etc)?
- Qual a relação das vítimas com a Igreja após os abusos (mantêm-se integrados na paróquia/movimento, há uma ruptura imediata, há uma ruptura gradual, há uma ruptura posterior, perdem a fé)?
Já não há pachorra para tanta investigação onde o problema não é na Igreja, Chega!
ReplyDeleteMuito bom! Haja quem leve tão a sério que faça questão no detalhismo que a consideração de tais práticas moralmente exige, mesmo. É de justiça para com a sociedade, e de grande apreço para Deus este assumir da gravidade da doença da Igreja. Por isso, muito obrigado por este importante trabalho voluntário!
ReplyDeletehttps://www.religionenlibertad.com/europa/693650229/extranas-cifras-estudio-portugues-abusos-4800-victimas-solo-34-testimonios.html
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