Friday 28 April 2023

"Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor"

Foi ontem apresentado o Grupo Vita, que tem por objectivo trabalhar na prevenção de abusos na Igreja e no acompanhamento de vítimas e, caso solicitem, de abusadores ou pessoas acusadas de abuso. É uma iniciativa da Conferência Episcopal e pretende ser um projecto temporário que tem por missão essencialmente dotar as Comissões Diocesanas dos conhecimentos e capacidades técnicas para depois serem elas a continuar o trabalho. Eu estive na SIC Notícias para comentar a apresentação (quarta-feira, entre as 14h20 e as 15h10, mais coisa menos coisa, para quem tiver muita vontade de ir ver), mas encontram aqui a informação essencial sobre este novo órgão. Da minha parte renovo o meu apelo a todos os que tenham informação sobre abusos, ou que sejam elas mesmas vítimas: denunciem. É a melhor forma de ajudar a implementar a reforma que a Igreja pretende.

O Papa visita a Hungria a partir de amanhã. Vai ser uma visita interessante. A Hungri
a e o seu governo têm feito um trabalho notável em áreas como a promoção da natalidade e da família, bem como no respeito pela liberdade religiosa e apoio às minorias cristãs perseguidas no mundo, mas ao mesmo tempo defendem abertamente uma política em relação aos refugiados que choca com as minhas próprias posições e também com as do Papa Francisco. Aqui podem ler uma entrevista com o embaixador da Hungria em Portugal precisamente sobre este tema.

Todas as semanas tento ter pelo menos um texto próprio, de análise, para vos apresentar. Nos últimos meses tem sido quase sempre sobre os abusos, e tem havido muito para dizer, mas há alturas em que falha a inspiração. Felizmente, hoje tive uma ajuda do PAN, que ao contrário do que todos pensávamos, afinal até defende a extinção de algumas populações de animais, nomeadamente os seres humanos que têm a ousadia de ter mais do que três filhos e que pratiquem a monogamia. Fica aqui a minha resposta – e a da minha família – a esta posição do PAN.

E a propósito de famílias e monogamia, o artigo desta semana do The Catholic Thing é uma daquelas pérolas que gostaria muito de poder dizer que fui eu a escrever. Mas não fui. Peter Laffin conta-nos como se sentiu envolto por uma sensação de verdadeira liberdade no dia do seu casamento e reflecte, a partir daí, sobre como os cristãos e o mundo têm diferentes entendimentos daquilo que significa liberdade, entre outras coisas. Vale mesmo a pena ler e partilhar, sobretudo com jovens que estejam numa idade de tomar decisões que vão definir o seu futuro.

Morreu esta quinta-feira o Pe. João Aguiar. O Pe. João era presidente do Conselho de Gerência da Renascença quando eu fui para lá trabalhar e embora não nos tenhamos mantido em contacto desde que ele voltou para Terras do Bouro, de onde era natural, era um amigo por quem eu tinha muita estima. Deixa saudades entre todos os que o conheceram e esperemos que esteja a descansar agora nos braços de Deus.

Quando abri o obituário da Renascença fiquei surpreendido ao ver que tinham pedido a um jornalista novo para o escrever. Porquê, se ainda há lá tantos que o conheceram? Devia ter guardado a minha reacção para depois de ler este belo texto do Diogo Camilo. Logo eu, que sempre adorei escrever obituários, e escrevi tantos sobre pessoas de quem nada sabia antes de me ser lançado o desafio.

No campo das notícias internacionais, aconselho este testemunho de um padre do Burkina Faso, que explica como os católicos – acossados de todos os lados – usam as suas Kalashnikov para se defenderem (não é o que parece, obviamente). A simpática história da Irmã Selestina, que percorre centenas de quilómetros sozinha, de carro, para combater a solidão e o isolamento dos poucos católicos que vivem na Islândia, e ainda o testemunho dos dois sucessores de bispos ortodoxos que foram raptados há dez anos na Síria e de quem nada se sabe. Quer vivamos, quer morramos, somos do Senhor, dizem. E que bem dito!

3 comments:

  1. "defendem abertamente uma política em relação aos refugiados que choca com as minhas próprias posições e também com as do Papa Francisco" mas afinal quais são as suas posições e as do Papa Francisco? portas abertas? apoio à imigração ilegal? há distinção entre refugiados vs imigrantes? há limites?

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  2. Li a entrevista da Aura Miguel. É inaceitavel que não seja abordado as mais que fantasticas politicas de familia e politicas anti LGBT. O polticamente correcto mata, devagar mas mata.

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  3. e por acaso o Papa Francisco não está reiteradamente a repetir que a ideologia genero é uma monstruosidade e isso não faz nem pestanejar os "jornalistas" quando o papa visita paises onde se promove e ensina às crianças nas escolas??????????????????????????????????? isso não choca os jornalistas?

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