Espero que tenham tido uma Santa Páscoa! Para mim, o ponto alto foi poder ouvir de novo o Precónio Pascal cantado durante a vigília de Sábado.
O mail da semana passada tinha
como título “Para alguns cristãos toda a vida é uma Sexta-feira Santa”. Na altura ainda não
sabia que na Nigéria, em plena Sexta-feira Santa, um novo ataque a um campo de deslocados de maioria cristã fez dezenas de mortos. É uma
situação de desespero a que se vive naquele país, sem fim à vista.
Onde está Deus nestes momentos
de horror? A resposta, por vezes, só é compreensível anos mais tarde. Leiam esta entrevista feita a um padre ruandês que acompanha e ajuda a reintegrar
na sociedade reclusos que foram condenados por participar no genocídio contra
os tutsis. No Ruanda existe um ditado: “Deus passa os dias noutros países, e
vem passar a noite ao Ruanda”, mas este sacerdote garante que hoje pode dizer
que “Deus estava com os seus filhos sofredores, com os justos perseguidos,
sinal da vitória da vida sobre a morte, sinal da esperança num futuro melhor em
Jesus Cristo”.
Como já devem ter percebido, o
podcast Hospital de Campanha está em hibernação. Em larga medida por falta de
tempo, não temos gravado novos episódios. Mas a Renascença acaba de anunciar um
novo podcast de assuntos religiosos que estreia amanhã. Fiquem atentos.
A questão dos abusos parece
ter caído da agenda mediática, mas isso não significa que tenha perdido
importância, e tenciono ir acompanhando o assunto. Entretanto no final do mês
será entregue a lista de alegados abusadores dos institutos e ordens
religiosas, portanto podemos esperar novo interesse dos meios de comunicação. Vale a pena ler esta entrevista ao padre Pedro Fernandes, provincial dos
Espiritanos e vice-presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de
Portugal sobre este assunto.
A semana passada chamei
atenção para uma série de reportagens de José Pedro Frazão sobre a fé na linha
da frente na Ucrânia. Entretanto foi acrescentada uma importante entrevista com
o responsável da Cáritas da igreja latina na Ucrânia, mais reportagens de
Zhaporizhzhia e de Kharkiv. Está tudo aqui.
Uma simpática leitora
chamou-me atenção a semana passada por não ter feito referência à homilia do Patriarca D. Manuel na missa crismal, em que ele assume que foi
a última vez que presidia à celebração na qualidade de Patriarca. Foi de facto
um lapso da minha parte. Não só a homilia é bonita, como a referência, não
surpreendente, é importante. Deduz-se que para D. Manuel ter dito tal coisa é
porque já recebeu alguma garantia de que a sua renúncia vai ser aceite,
provavelmente logo a seguir à JMJ. Já no Domingo de Páscoa o Patriarca assumiu
também que a crise dos abusos foi a mais difícil dos seus dez anos no cargo.
E para terminar, não percam o artigo desta semana do The Catholic Thing. Randall Smith questiona movimentos como o “Caminho Sinodal” da Alemanha, que considera existirem apenas como caprichos de uma elite aburguesada, com a agravante de minarem as próprias fundações daquilo que pretendem avançar, a justiça social.
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