Ao longo dos últimos dias tenho sido chamado a pronunciar-me algumas vezes sobre a mais recente declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé "Fiducia Supplicans".
Junto aqui links para os que estão disponíveis.
Aqui encontram o meu texto para o Expresso online. É apenas para assinantes. Vai sair outro texto na edição impressa desta semana.
Aqui encontram as minhas declarações à Rádio Observador.
Aqui encontram a minha participação na SIC Notícias de quarta-feira de manhã.
Aqui podem ouvir a minha participação no podcast Expresso da Manhã.
E por fim, aqui encontram o artigo que escrevi sobre esta questão em Outubro, quando foram publicadas as respostas às dubia, em que este assunto apareceu.
Caro Filipe, sabia que as práticas homossexuais estão criminalizadas em quase todos os países de África, e noutras partes do mundo? Será mesmo que o Vaticano ignorava que iria ser rejeitado nestas partes do mundo? Enfrentamos um cisma na Alemanha e a melhor solução é um documento desses? Esse documento é absolutamente ruinoso para a Igreja, pretende uma coisa e ao mesmo tempo, aparenta outra, a de que se podem "abençoar" uniões homossexuais. O coro da imprensa ocidental apresentou mesmo o documento desta maneira, como a cedência da Igreja à homofilia. A Igreja não pode ser uma Igreja de meias verdades ou de meias tintas. O anterior documento, de 2021, que afirmava que não se pode abençoar o pecado, mantem-se. Esperemos que a rejeição massiva deste recente documento pelas conferências episcopais africanas seja suficiente para o Vaticano rescindir o documento. Julgo também que o Papa Francisco e o Cardeal Fernández, que já demonstrou sua total inadequação para o lugar que ocupa, dada a sua tradição de ortodoxia do Dicastério para a Doutrina da Fé, deviam começar seriamente a pensar em resignar. A Igreja enfrenta a maior crise da sua história contemporânea e está a precisar de um São Pio X para o séc. XXI que a governe com mão de ferro e discipline a Igreja homófila da Alemanha e afins.
ReplyDeleteAbençoar o pecado ou relações homossexuais?
DeleteEngano, as benções são para os pecadores, não para o pecado, assim como as benções são para os homossexuais, não para as suas relações!
Caro senhor, li o documento e entendo aonde quero chegar. O que preocupa é que a Igreja diga uma coisa e a imprensa secular interprete de outra maneira. A culpa não é só da imprensa secular, neste caso, infelizmente. Veja só a reacção dos média seculares (copiei do Catholic World Report): "CNN: “Pope Francis authorizes blessings for same-sex couples.”
DeleteBBC: “Pope says priests can bless same-sex couples”
Drudge: “Pope says priests can bless same-sex unions”
CBS: “Pope approves blessings for same-sex couples under certain conditions”
ABC: “Pope approves priests blessing same-sex couples”
NBC: “Pope says priests can bless same-sex couples, a radical change in Vatican Policy”. Uma tristeza, realmente este Pontificado.
Caro senhor, infelizmente, apesar do que o documento, que eu li, sustenta, a imprensa secular e os homófilos têm sustentado o contrário. Então em que ficamos?
DeleteNinguém vai abençoar o pecado. Seja honesto.
DeleteSobre o Papa São Pio X eu queria acrescentar, apesar da idolatria hipócrita que alguma extrema-direita religiosa lhe faz, que ele foi o mais anti-reaccionário do séc. XX. Por uma razão muito simples, a condenação que ele fez de todas as heresias modernistas, engloba também todas as ideologias de extrema-direita, incluindo o salazarismo, que assentam precisamente nelas. Não é verdade que a Igreja nunca deveria ter permitido a interferência do antigo regime na nomeação de bispos para o Ultramar (o regime tinha o direito de veto!), devia ter condenado a Mocidade Portuguesa, por organizações equivalentes terem sido condenadas pelo Papa Pio XI, na sua condenação do fascismo italiano, pela sua negação de direitos sociais essenciais, como o direito à greve e à livre associação sindical, defendidos para doutrina social da Igreja? Como vemos, a Igreja, tanto em Portugal, como no Vaticano, não foi fiel aos seus ensinamentos no tempo do fascismo (uso a expressâo em sentido lato) em Portugal. Se isso tivesse acontecido Portugal talvez ainda fosse mesmo um país católico, e não apenas católico de nome.
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