Bispo Rolando Alvarez, um de muitos detidos na Nicarágua |
Um dos meus trabalhos na fundação Ajuda à Igreja que
Sofre é manter uma lista de todos os padres e religiosos que são assassinados,
detidos ou raptados ao longo do ano. No início do ano seguinte escrevo um
artigo a dar conta dos números. Ora, este ano a grande notícia é uma autêntica explosão em detenções de sacerdotes/religiosos
– sendo que só contabilizamos as detenções por motivos de perseguição, e não
por delitos comuns. A única boa notícia é uma queda no número de assassinatos e
de raptos, embora esta ainda seja uma realidade importante.
A polémica da semana é o facto de alguém ter desenterrado
um livro do actual prefeito para o Dicastério da Doutrina da Fé, escrito há
décadas, que versa temas de sexualidade, chegando a empregar termos bastante
crus. Vou ser sincero: não li o livro, nem está na minha lista de prioridades,
mas li, isso sim, uma análise da situação do reputado jornalista John Allen
Jr., da Crux, e recomendo que o leiam também, pois tendo a concordar com as suas
conclusões.
As escolas católicas pediram ao Presidente da República
que vete a lei da audoterminação de género nas escolas. Veremos como é que isso
corre.
De Bragança chega uma notícia interessante. A diocese
está a receber uma visita de frades franciscanos itinerantes, e por isso o
bispo D. Nuno Almeida aproveitou o balanço e vai acompanhá-los, fazendo assim visitas pastorais às localidades. Excelente ideia!
Henrique Leitão, historiador da ciência e comentador, foi nomeado para o Comité Pontifício de Ciências Históricas. É mais um português
em lugar de destaque no Vaticano. Parabéns!
E caso tenham estado atentos às notícias, parece que o
Ecuador está a mergulhar no caos. Os bispos locais esperam que a violência não tenha a última palavra.
O artigo desta semana do The Catholic Thing é sobre
educação, com Randall Smith a tecer algumas observações sobre a mania de se
tratar os alunos universitários como a “nata da sociedade”, quando na verdade
estão (ainda) muito longe disso. Leiam, que é um artigo divertido e cheio de pontos válidos.
Deixo-vos com dois desafios. Um curso da Escola de Leigos, sobre o Concílio de Niceia e ministrado pelo meu tio Pe. Peter Stilwell, e uma conferência sobre Bento XVI organizada pela fundação Maria Ulrich, e que será dado pela Aura Miguel.
O Allen é falacioso como habitualmente. O Papa São João Paulo II nunca desceu ao nível do Cardeal Fernández, numa linguagem tão escabrosa nem abriu caminho para o desastre absoluto que é a "Fiduca Supplicans". Mas concordo que este livro, menos conhecido do que o dos beijos seria suficiente para o Cardeal Fernández, alguma vez ter sido escolhido para Prefeito para o Dicastério da Doutrina da Fé. O Allen há muito que caiu no politicamente correcto e na "papolatria" e é sintomático que se sirva de definições ideológicas, como "centro-esquerda" para definir pessoas da Igreja, como o Cardeal Cupich.
ReplyDeleteLi o artigo do Allen, parece-me bastante manipulador, entendo aonde ele quer chegar mas convenhamos que em termos teológicos o Cardeal Fernández não é nenhum Papa São João Paulo II, que sempre procurou manter uma linha teológica ortodoxa na CDF, que foi agora interrompida pela nomeação do Cardeal Fernández. Gostaria de lhe perguntar, acha que o Papa São João Paulo II descreveria assim um encontro amoroso com Jesus: "No livro, o cardeal conta a história de como seria um encontro apaixonado [de uma crente] com Jesus: «Acaricio as tuas mãos, Senhor, entrelaço os teus dedos com os meus, sinto o calor e a delicadeza da tua pele. Acaricio as pontas dos seus dedos, enquanto contemplo aquela ferida santíssima que você guarda na palma da sua mão. Beijo essa ferida, Senhor, e por isso te amo. Aqui onde ninguém mais sabe, onde todos os segredos da minha alma te são revelados, sem medo, sem vergonha. Para que o seu amor cure tudo, ilumine tudo, ordene tudo. Acaricio seus lábios e, num impulso de ternura sem precedentes, você me permite beijá-los suavemente. Pensei ter ouvido o seu convite que aparece na Bíblia: “Beije-me com os beijos da sua boca”. Mas só agora me atrevo a te obedecer, e neste beijo delicado não é você quem recebe alguma coisa; É a minha pequena humanidade que recebe tudo, tudo de você." Pergunto eu, depois de um livro como este, não é mais do que suficiente para Fernández resignar, no mínimo? Isto parece mais religiosidade neopagã ou hindu do que católica.
ReplyDeleteAinda sobre o Allen, eu gostaria de explicar que o Papa São João Paulo II nunca se arrependeu de escrever o livro a que ele se refere, nem o removeu da lista das suas obras, ao contrário do que fez o Cardeal Fernández, que disse mesmo que "se fosse hoje não o escreveria". Por isso mesmo a comparação do Allen não podia ser mais falaciosa.
Li o artigo do Allen, parece-me bastante manipulador, entendo aonde ele quer chegar mas convenhamos que em termos teológicos o Cardeal Fernández não é nenhum Papa São João Paulo II, que sempre procurou manter uma linha teológica ortodoxa na CDF, que foi agora interrompida pela nomeação do Cardeal Fernández. Gostaria de lhe perguntar, acha que o Papa São João Paulo II descreveria assim um encontro amoroso com Jesus: "No livro, o cardeal conta a história de como seria um encontro apaixonado [de uma crente] com Jesus: «Acaricio as tuas mãos, Senhor, entrelaço os teus dedos com os meus, sinto o calor e a delicadeza da tua pele. Acaricio as pontas dos seus dedos, enquanto contemplo aquela ferida santíssima que você guarda na palma da sua mão. Beijo essa ferida, Senhor, e por isso te amo. Aqui onde ninguém mais sabe, onde todos os segredos da minha alma te são revelados, sem medo, sem vergonha. Para que o seu amor cure tudo, ilumine tudo, ordene tudo. Acaricio seus lábios e, num impulso de ternura sem precedentes, você me permite beijá-los suavemente. Pensei ter ouvido o seu convite que aparece na Bíblia: “Beije-me com os beijos da sua boca”. Mas só agora me atrevo a te obedecer, e neste beijo delicado não é você quem recebe alguma coisa; É a minha pequena humanidade que recebe tudo, tudo de você." Pergunto eu, depois de um livro como este, não é mais do que suficiente para Fernández resignar, no mínimo? Isto parece mais religiosidade neopagã ou hindu do que católica.
ReplyDeleteAinda sobre o Allen, eu gostaria de explicar que o Papa São João Paulo II nunca se arrependeu de escrever o livro a que ele se refere, nem o removeu da lista das suas obras, ao contrário do que fez o Cardeal Fernández, que disse mesmo que "se fosse hoje não o escreveria". Por isso mesmo a comparação do Allen não podia ser mais falaciosa.