A nomeação do Padre Nuno Brás para bispo auxiliar de Lisboa não deixa de ser um pouco surpreendente. Não pelo candidato em si, uma vez que o seu percurso anterior indicaria um eventual cargo episcopal, mas pelo timing.
Como se sabe, D. José Policarpo está resignatário. Dentro de pouco mais de um ano haverá um novo Patriarca de Lisboa.
Por isso é natural que se especule sobre a razão pela qual o padre Nuno Brás foi agora nomeado para Lisboa que, ainda por cima, já tem dois bispos auxiliares, D. Joaquim Mendes e D. Carlos Azevedo.
Uma explicação que parece ter fortes probabilidades é de que um dos actuais auxiliares possa estar também de saída, aguardando uma nomeação para muito breve que o levará para fora de Portugal. A confirmar-se, então D. José Policarpo ficaria apenas com um auxiliar, o que é manifestamente pouco para uma diocese da dimensão de Lisboa.
Quanto ao Padre Nuno Brás, por aquilo que conheço dele fico contente com a nomeação. Quem segue as novidades da Igreja percebe que Bento XVI está a tentar imprimir à Igreja uma leitura do Vaticano II que seja mais fiel aos textos do que ao seu alegado “espírito” e por aquilo que me lembro das aulas que tive com ele, o Padre Nuno enquadra-se bem nessa filosofia.
Que Deus o guie no seu difícil ministério é certamente aquilo que todos os católicos devem desejar.
Filipe d’Avillez
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