tag:blogger.com,1999:blog-90548374565148989002024-03-18T03:03:37.818+00:00Actualidade ReligiosaUnknownnoreply@blogger.comBlogger2525125tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-71815204923566439532024-02-08T12:12:00.002+00:002024-02-08T12:12:43.201+00:00Novo site!<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnGCnNzD9jZ75f3uiG1TwDyuL2qNFPtjv952AJDSfsMT_dTVYIfeQoNwJ4wZ_-ILmoC1UcxB_D7ObNY5xgAMIMQ0565_Gzo10uF-7bTzg00arfzKs1DM5ssKwpNa_8DCK6R8assM_Q1RsAtlGkqBFVky5Mo5SgxDVF7wKsvN1cTCuJUAfbyrsBDVxJDvjl/s1901/Novo%20site.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="877" data-original-width="1901" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnGCnNzD9jZ75f3uiG1TwDyuL2qNFPtjv952AJDSfsMT_dTVYIfeQoNwJ4wZ_-ILmoC1UcxB_D7ObNY5xgAMIMQ0565_Gzo10uF-7bTzg00arfzKs1DM5ssKwpNa_8DCK6R8assM_Q1RsAtlGkqBFVky5Mo5SgxDVF7wKsvN1cTCuJUAfbyrsBDVxJDvjl/s320/Novo%20site.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p style="text-align: justify;">Depois de cerca de 10 anos de pessoas a dizerem-me que o blog estava completamente ultrapassado em termos de imagem, e que devia investir num novo site, finalmente mexi-me e assim fiz. </p><p style="text-align: justify;"><a href="https://actualidadereligiosa.pt/" target="_blank">Apresento-vos o novo site da Actualidade Religiosa</a>. </p><p style="text-align: justify;">A partir de hoje deixarei de postar neste blog. Todos os artigos novos serão colocados no <a href="https://actualidadereligiosa.pt/" target="_blank">novo site</a> apenas. Estou a migrar alguns dos posts mais recentes, e sobretudo aqueles que vou actualizando, ou que versam sobre temas que acompanho com mais atenção, como por exemplo os abusos na Igreja, mas o blog continuará no ar, servindo de arquivo.</p><p style="text-align: justify;">Convido-vos a ver o <a href="https://actualidadereligiosa.pt/" target="_blank">site novo</a> e a <a href="mailto:filipe@actualidadereligiosa.pt" target="_blank">indicar-me</a> qualquer erro que encontrem, ou melhoria que gostariam de ver. Peço que tenham paciência com o arranque, enquanto vou aprendendo a trabalhar melhor com o backoffice. </p><p style="text-align: justify;">Muito obrigado!</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-2034233509652153242024-02-02T10:00:00.001+00:002024-02-02T10:00:00.132+00:00Ajudar trapistas no Palaçoulo e desbaptismos na Bélgica<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzWdT3RidM82vkspyOtfLpurn5_S9AIu_pes6lStGJK3rZejb6P8Wx013Nn0QGSo9-KCQ5077aZGBvYn7XQycbm1_btMDS8U5E3kUzfjdImEB5ZSlqkMoRllz9RcvpdzM7mVyQARubcVvhsu-p8WpJOxa6sGCmdzyBy_4kV619yWiEWp2VHsy9aMq63FCd/s1037/SevilleHolyWeek.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1037" data-original-width="775" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzWdT3RidM82vkspyOtfLpurn5_S9AIu_pes6lStGJK3rZejb6P8Wx013Nn0QGSo9-KCQ5077aZGBvYn7XQycbm1_btMDS8U5E3kUzfjdImEB5ZSlqkMoRllz9RcvpdzM7mVyQARubcVvhsu-p8WpJOxa6sGCmdzyBy_4kV619yWiEWp2VHsy9aMq63FCd/s320/SevilleHolyWeek.jpg" width="239" /></a></div>A polémica da semana é <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/30/cartaz-da-semana-santa-gera-polemica/364773/" target="_blank">o cartaz da Semana Santa de Sevilha 2024</a>. O cartaz dividiu opiniões, levando
até um grupo a <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/02/01/marcada-missa-de-desagravo-em-malaga-pela-polemica-imagem-de-cristo-em-cartaz/365022/" target="_blank">marcar uma missa de desagravo</a>. Tendo falado com especialistas na área da arte,
admito que estou algo dividido sobre o assunto. Aproveito, por isso, para convidar
os meus leitores que tenham alguma opinião fundamentada sobre o cartaz para me
enviarem por mail as vossas ideias. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Na Bélgica existe outra
polémica que, parecendo até cómica ou distante, poderá bem vir a ter repercussões
em Portugal e toda a União Europeia. Uma pessoa pediu à sua paróquia para
apagar o seu registo dos assentos de baptismo. A paróquia recusa. Noutros
países em que isto aconteceu, os tribunais têm-se colocado do lado da Igreja,
mas aqui o Tribunal deu razão à pessoa e à Autoridade de Protecção de Dados. A Igreja
recorreu, e isto pode mesmo chegar a um tribunal europeu. Este é, para mim, um
sinal perfeito dos tempos em que vivemos, os tempos do pensamento mágico, em
que alguém acha que só porque lhe apetece, pode obrigar todo o resto do mundo a
alinhar numa fantasia, neste caso fingindo que um facto histórico – o facto de
ela ter sido baptizada – simplesmente não aconteceu. Há aqui uma ligação
evidente com a ideia de que é possível, por exemplo, mudar de sexo. É uma ideia
que desenvolvo neste artigo “<a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/02/a-consagracao-da-mentira.html" target="_blank">A Consagração da Mentira</a>”, que vos convido a ler. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como muitos já saberão, as
Monjas Trapistas do Palaçoulo tiveram um incêndio na sua hospedaria, onde viviam
enquanto esperam a construção do mosteiro. Já muita gente contribuiu para
ajudar a financiar os reparos, de tal forma que o MBWay das monjas ultrapassou
o limite mensal. Felizmente há sempre a possibilidade de fazer transferência. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/ajudemos-as-trapistas-do-palacoulo.html" target="_blank">Aqui encontram todos os detalhes necessários</a>. Toda a ajuda é preciosa!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Papa Francisco pergunta <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/02/01/mensagem-do-papa-para-a-quaresma-o-grito-de-oprimidos-mexe-connosco-comove-nos/365051/" target="_blank">se nos incomoda o grito dos oprimidos</a>. É uma excelente pergunta para ir
preparando a Quaresma, que está a quase a chegar!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E da China chega uma notícia
interessante. Depois de vários actos unilaterais por parte do Governo, que punham
em causa a posição do Vaticano naquele país, foi agora instalado um novo bispo,
de uma nova diocese, criada por Roma. Mais do que pontos a favor de um ou
outro, se Deus quiser isto poderá demonstrar que o acordo entre a China e Roma
está finalmente a permitir uma normalização das relações. <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/29/china-tem-um-novo-bispo-e-uma-nova-diocese-com-o-apoio-do-papa/364607/" target="_blank">A notícia está aqui</a> em português, <a href="https://www.pillarcatholic.com/p/back-in-business-vatican-creates" target="_blank">e analisada aqui pelo The Pillar</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p><span style="text-align: justify;">O artigo desta semana do The
Catholic Thing é sobre a autoridade de Cristo. O Pe Paul Scalia explica que ao
contrário no nosso tempo, em que pomos em causa a autoridade de tudo e todos,
os contemporâneos de Jesus davam uma enorme importância ao conceito, e queriam
mesmo saber com que autoridade Cristo pregava e actuava. </span><a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/como-quem-tem-autoridade.html" style="text-align: justify;" target="_blank">É um artigo que vale bem a pena ler</a><span style="text-align: justify;">, com base no Evangelho do passado
domingo.</span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-15721362577726903652024-02-01T16:16:00.002+00:002024-02-01T16:16:44.884+00:00A Consagração da Mentira<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVMwA1uBa7Mv_349MMOOnvqCxX-vDRnJcRrXnBLlWK2biKGDNLSC2uV9wcRzhODLmx0zRnybs1SH24dvBBXnHsrys6WGndjM2YO8tEjjA8ZyJBvms4bZF26Mue0kciRSdE-Dr-GYke4co33gQ4N5FxJAtaLijfOQMxd_prPHbmFoXHskfWuShitPsyioDX/s640/Corrector.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="640" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVMwA1uBa7Mv_349MMOOnvqCxX-vDRnJcRrXnBLlWK2biKGDNLSC2uV9wcRzhODLmx0zRnybs1SH24dvBBXnHsrys6WGndjM2YO8tEjjA8ZyJBvms4bZF26Mue0kciRSdE-Dr-GYke4co33gQ4N5FxJAtaLijfOQMxd_prPHbmFoXHskfWuShitPsyioDX/s320/Corrector.jpeg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Uma das características da mentalidade que começa a ser dominante
no nosso tempo é a sua difícil relação com a verdade. Não falo aqui da
divulgação de notícias falsas, pois isso, infelizmente, não é um exclusivo de
nenhum grupo social, e não há falta de casos de “fake news” em meios católicos.
Falo, sim, da dificuldade em aceitar que existem factos cuja realidade não
depende dos nossos sentimentos ou estado de espírito, que há verdades que estão
acima da “minha verdade”. Neste contexto, qualquer sugestão de que existem
verdades imutáveis torna-se uma fonte insuportável de opressão, que deve ser
silenciada.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Decorre actualmente na Bélgica <a href="https://www.pillarcatholic.com/p/belgian-church-fights-order-to-erase">um
delicado processo jurídico</a> que pode vir a ter repercussões para toda a
Igreja Católica na União Europeia. Tornou-se moda, ao longo dos últimos anos, a
ideia de pedir para ser “desbaptizado”. Isto é, pessoas que mais tarde
abandonam a fé ficam de tal forma ofendidas pelo facto de terem sido baptizadas
no passado, que pedem que os seus nomes sejam retirados dos assentos de baptismo
das paróquias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A Igreja, obviamente, tem recusado fazê-lo. Nalguns casos,
como na Bélgica, perante estes pedidos a Igreja insere uma nota, na margem do
livro de registos, manifestando que a pessoa expressou essa vontade, mas o
próprio registo não é apagado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Contudo, pelo menos uma pessoa considerou que isso não é
suficiente e queixou-se à Autoridade de Protecção de Dados, que mandou a Igreja
apagar o registo. A Igreja recorreu e o caso está agora em tribunal. Uma vez
que outros tribunais nacionais emitiram sentenças a favor da Igreja nestes casos,
se o tribunal belga se puser do lado da Autoridade de Protecção de Dados o caso
pode ter de ser resolvido ao nível do Tribunal Europeu e, nesse caso, terá
repercussões para toda a União Europeia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O problema aqui não está no facto de haver uma pessoa que
se quer desvincular totalmente da Igreja, e que naturalmente se está a marimbar
para a doutrina cristã de que o baptismo deixa uma marca indelével na alma, pelo
que o “desbaptismo” não é possível. O problema está, antes, no facto de a
pessoa pensar que a sua vontade e o seu estado de espírito actual podem fazer
desaparecer um facto histórico. E o facto histórico é que aquela pessoa foi
baptizada na Igreja X, pelo ministro Y, no dia Z de um determinado ano. Pensar
que a Igreja deve ser obrigada a apagar esse momento da história, ou que pode
sequer fazê-lo, com um golpe de caneta correctora, é viver no reino do
pensamento mágico. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">É o mesmo paradigma que leva pessoas a imaginar não só que
é possível “mudar de sexo”, como se a biologia fosse um factor irrelevante na
nossa composição física, mas que toda a sociedade deve ser obrigada a alinhar
nessa fantasia, sob pena de perseguição jurídica. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Aliás, esta é uma realidade que já existe na legislação
portuguesa, segundo a qual uma pessoa que fez uma “mudança de sexo” pode exigir
que a sua certidão de nascimento seja alterada para o sexo da sua preferência.
Também aqui há a consagração de uma mentira. A certidão de nascimento não
existe para consolo emocional de ninguém, mas sim como prova de um facto
histórico. Naquele dia, o médico José das Couves assinou um documento em como
fez o parto a um nado vivo do sexo masculino. Estar a alterar os termos 20 anos
mais tarde, com base numa intervenção cirúrgica, faz do José das Couves um mentiroso
e transforma um registo histórico numa arma de afirmação de uma vontade
pessoal, desligada dos factos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b>Uma questão de liberdade religiosa?</b></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Para além deste atentado claro à verdade e aos factos, que
por si já é preocupante, levanta-se aqui um problema de liberdade religiosa,
tanto no caso dos assentos de baptismo, como no caso da mudança das certidões
de nascimento. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Por um lado, a Igreja Católica não aceita o “rebaptismo”,
por acreditar precisamente que um baptismo não pode ser “desfeito”. Caso a
Igreja seja obrigada a extirpar dos seus registos o baptismo de um fiel, pode
acontecer essa pessoa mais tarde pedir para ser baptizada de novo, sem explicar
o seu passado, e a Igreja não ter forma de saber que o baptismo já aconteceu.
Dir-me-ão que não é a coisa mais grave do mundo, e que até há casos de pessoas
que são baptizadas à condição, por não se saber se já foram baptizadas em criança
mas não houve registo, ou o registo se perdeu, ou foram baptizados de uma forma
que poderá não ter sido válida. Mas o ponto não é esse, o ponto é que os
registos de baptismo são propriedade da Igreja, usados para questões de
organização e disciplina interna, e como tal não vejo como pode ser o Estado a
obrigar à sua alteração. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Mas o caso apresenta-se como mais grave na questão da
mudança da certidão de nascimento. Caso uma mulher, que foi sujeita a operação
de “mudança de sexo” e agora apresenta-se como homem, se aproxima da Igreja e
pede para ser baptizada, mesmo que existam dúvidas sobre a sua verdadeira
identidade, não há documento que a Igreja possa pedir para a comprovar. E se,
mais grave, essa mulher mais tarde pedir para ser admitida ao seminário e
eventualmente ordenada, e caso ninguém desconfie, pode dar-se o caso de a
Igreja “ordenar” uma mulher, em clara contradição com a sua doutrina, sem ter
forma de saber a verdade. Claro que muitos acham isto irrelevante, por acharem
absurdo e antiquado a proibição de ordenação de mulheres, mas é precisamente
porque há gente que assim pensa que a Igreja tem de estar protegida pela
liberdade religiosa, para não ser obrigada a agir contra as suas convicções. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E isto para não falar em eventuais problemas de saúde. Há
doenças que são mais preponderantes entre mulheres do que entre homens. Se uma
pessoa que nasceu mulher, mas agora se apresenta como homem e tem documentos
que indicam ser homem e ter nascido homem, aparece no hospital com uma série de
sintomas, os médicos poderão descartar certos cenários por pensar estarem
dianto de um homem, e assim falhar o diagnóstico. Isto não é apenas um problema
individual, é um problema de saúde pública, ou pode sê-lo. É por isso que quando
o Sistema Nacional de Saúde pede às pessoas para preencher o seu sexo, não está
interessado em saber o que se passa nas suas cabeças, nem as suas deambulações
mentais sobre a construção social dos géneros. É uma questão de cromossomas, e
de bom-senso. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b>Viver na verdade<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Cristianismo professa a verdade. É certo que para os
cristãos a verdade vai para além de uma questão factual, pois a verdade para os
cristãos não é um acontecimento histórico, ou uma conclusão lógica, mas uma
pessoa. Mas também é verdade que o por Cristo se identificar como o Caminho, a
Verdade e a Vida, e por ter dito que a Verdade nos libertará, o Cristianismo
defende o valor e a importância de se professar a verdade, mesmo quando essa
verdade é desconfortável (e quantas verdades desconfortáveis temos tido de
enfrentar nas últimas décadas!).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E é por isso, por acreditar que não se deve compactuar
com a mentira, e que a verdade é em si um valor, que o Cristianismo rejeita
este novo-pensamento, e é também por isso que o pensamento moderno rejeita o
Cristianismo e defende, apesar de todos os apelos à tolerância por todos os
outros tipos de pensamento e ideias, a sua eliminação e subjugação. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Contudo, a verdade é um bicho teimoso. Recusa-se a simplesmente
desaparecer, e mais cedo ou mais tarde ressuscita e manifesta-se mais forte que
nunca. Às vezes demora anos. Às vezes demora três dias. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-57550821479678649742024-01-31T09:34:00.002+00:002024-01-31T09:34:23.098+00:00Como quem tem autoridade<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg1sa7hAQlLD5IYvNADD0DujplIyjfunHxTBEae101rp1pXLV2nqK4o60jBi-vSan0Y0ANwdJ3oOfxGlJfOWghHDa-d_xpL26CkuOM277lfkRKIUgYtdy7MMHF1nL-bQfUGRkFfqsuuyftqpJ_bW5-UjewAMVJ5ZTCWL7LVUNRtxx8CuAUL4wiZpfcwwus/s312/Paul-Scalia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="250" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjg1sa7hAQlLD5IYvNADD0DujplIyjfunHxTBEae101rp1pXLV2nqK4o60jBi-vSan0Y0ANwdJ3oOfxGlJfOWghHDa-d_xpL26CkuOM277lfkRKIUgYtdy7MMHF1nL-bQfUGRkFfqsuuyftqpJ_bW5-UjewAMVJ5ZTCWL7LVUNRtxx8CuAUL4wiZpfcwwus/s1600/Paul-Scalia.jpg" width="250" /></a></p><div style="text-align: justify;">O Evangelho do passado domingo (Marcos 1, 21-28) diz-nos
que as pessoas ficaram “admiradas” e “espantadas”.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“Ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros:
‘O que é isto?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até
nos espíritos maus, e eles obedecem!’” Não devemos simplesmente passar por cima
deste espanto e admiração, como se isso fosse apenas Jesus a ser Jesus, antes
devíamos pensar no que o causou. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A autoridade está no centro da vida e da missão do
Senhor, e está também no centro dos seus conflitos com os líderes de Israel. A
legitimidade da sua vida pública – e, na verdade, da sua própria Pessoa –
resume-se a esta simples questão: “Com que autoridade fazes estas coisas, ou
quem te dá autoridade para as fazer?” (Marcos 11,28). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Os chefes dos sacerdotes, escribas e anciãos fazem essa
pergunta no final da vida pública de Jesus. Mas a questão estava na ordem do
dia desde o início. Logo no princípio do seu ministério na Galileia, sob o
olhar crítico dos escribas e dos fariseus, Jesus curou um paralítico, demonstrando
que “o Filho do Homem tem a autoridade de perdoar os pecados na terra” (Marcos
2, 10). Isto é, tem autoridade divina. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">No Evangelho de João, o seu ministério público começa com
a questão da sua autoridade sob o Templo. “Que sinal nos dás para fazer isto?”
(João 2,18). Em resposta, Jesus estabelece a prova que será dada, a prova de
que tem autoridade até sobre o Templo. “Destruí este templo, e em três dias eu
o reedificarei” (João 2, 19). Assim, promete a sua ressurreição como prova da
sua autoridade divina. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Com que autoridade? Essa é a questão central. Hoje, um
ouvido moderno entenderá isto como uma pergunta retórica que descarta a própria
noção de autoridade. Mas, pelo contrário, os contemporâneos de Nosso Senhor
apreciavam a realidade da autoridade, ainda que abusassem dela (como acontece
com os homens em todas as idades). Eles compreendiam que existe uma autoridade
divina e uma autoridade terrena. Tinham era dificuldade em acreditar que o
carpinteiro de Nazaré a possuía.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Também não devemos pensar na autoridade de Cristo como
algo que Ele meramente possui (como se de alguma forma fosse possível não a
possuir). A razão pela qual é central para a sua missão e vida pública é porque
faz parte dele, parte do seu ser Filho de Deus. Ele é a Palavra de autoridade
de Deus, o autor de todas as coisas, e revela o Pai, com autoridade e
autenticidade, porque está eternamente no seio do Pai. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Isto também aponta para o propósito da autoridade de
Cristo. Ela está ordenada para o nosso bem, que no final de contas é a
reconciliação com o Pai. Como vemos na sinagoga em Cafarnaum, Jesus exerce a
sua autoridade para ensinar e para curar; para comunicar verdade e graça. Verdade
para iluminar e graça para santificar. A maior verdade que comunica é a
revelação de Deus enquanto Pai, e de Ele mesmo enquanto Filho eterno. A maior
graça que comunica é ter parte na vida do Pai, tornando-nos “participantes da natureza
divina” (2 Pedro 1, 4). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMO07zCNAoFbzNGj2z1KWn5KAo1_i_owtsbDvA0gpprQsoUsdR6II31a026SOQqp-TCFg2yoEtowQMeXgj3VhXHyJl2FPUSE-FkRFdJTG9i_kudgusYL9pC9Mcvxb0ZPKzuK8BVzAyQUvg2uLY-Sk72Xnwv5MGIKH4acnOaKB7LQ6a6sfXn6owzcqkZ94P/s1000/CristoEntradaJerusal%C3%A9m.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="750" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMO07zCNAoFbzNGj2z1KWn5KAo1_i_owtsbDvA0gpprQsoUsdR6II31a026SOQqp-TCFg2yoEtowQMeXgj3VhXHyJl2FPUSE-FkRFdJTG9i_kudgusYL9pC9Mcvxb0ZPKzuK8BVzAyQUvg2uLY-Sk72Xnwv5MGIKH4acnOaKB7LQ6a6sfXn6owzcqkZ94P/s320/CristoEntradaJerusal%C3%A9m.jpg" width="240" /></a></div><div style="text-align: justify;">Tal como Jesus recebe a sua autoridade do Pai, também
concede à Igreja uma participação na sua autoridade. “Como o Pai me enviou, eu
vos envio” (João 20,21). A Igreja existe enquanto presença contínua de Cristo
que comunica o duplo dom de verdade e graça. Ela ensina com autoridade, como a
voz autêntica de Cristo a ecoar do seio do Pai ao longo da História, por todo o
mundo. Ela comunica a graça de Cristo que expulsa os demónios, liberta as almas
do domínio do mal e as imbui da sua própria vida.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A realidade e a gravidade da autoridade da Igreja
deveriam humilhar os seus pastores, que a exercem em nome de Cristo. O seu
dever não é o de reinterpretar o Evangelho, ou de mudar paradigmas, mas de
transmitir fielmente a verdade e a graça que vêm do Pai. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Um dos frutos mais nefastos do pensamento moderno é a
confusão de autoridade com poder, levando-nos a crer que tudo não passa de um
golpe de poder. Assim, quem possui autoridade é por isso mesmo um opressor. A
autoridade é sempre autoritária. Logo, a autoridade das instituições e do
próprio passado devem ser desmantelados, por não passar de um instrumento dos
opressores. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como todas as revoluções, esta contra a autoridade acaba
por comer os próprios filhos. Tendo rejeitado o princípio da autoridade, o
pensamento moderno veio a desconfiar da autoridade do próprio pensamento.
(Haverá alguma disciplina nas universidades que não seja considerada opressora
e a precisar de ser desconstruída?). Ironicamente, é a Igreja Católica – a mais
autoritária e opressiva das instituições – que entra em campo e confirma que
sim, na verdade, a mente humana é capaz de alcançar a verdade. A autoridade da
Igreja vem libertar a mente humana dos grilhões do cepticismo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“Não queremos que este homem seja nosso Rei” (Lucas
19,14). Estas palavras, de uma das parábolas mais assombrosas do Senhor,
expressam bem a rejeição autodestrutiva da autoridade de Cristo. A alma fiel,
contudo, longe de desprezar essa autoridade, deseja submeter-se a ela. Sabemos
que, não fosse a sua autoridade sobre nós, estaríamos ainda mergulhados no erro
e no pecado. Quanto mais Cristo domina sobre nós com a sua autoridade, mais
claramente vemos a verdade e mais livremente vivemos pela graça. E, quanto mais
nos submetemos à autoridade da sua verdade e graça, mais nós mesmos nos
tornamos pessoas que falam e agem com autoridade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><hr style="text-align: justify;" /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Pe. Paul Scalia é sacerdote na diocese de Arlington,
pároco da Igreja de Saint James em Falls Church e delegado do bispo para o
clero. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado pela primeira vez no domingo, 28 de Janeiro de
2024 em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2024/01/28/as-one-having-authority/" target="_blank">The Catholic Thing</a>) <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">© 2024 The Catholic Thing. Direitos reservados. </span>Para os direitos de
reprodução contacte: <a href="mailto:info@frinstitute.org">info@frinstitute.org</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum de opinião católica
inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus
autores. <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">Este
artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The
Catholic Thing</a>. </p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-43515542022459139992024-01-30T09:37:00.003+00:002024-01-31T12:35:25.492+00:00Ajudemos as trapistas do Palaçoulo a reerguer-se depois do incêndio<p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFMhylXFSL2LF7zO1T2XuFQGSkX1uBhrj7h-4FkvgH0uv2R0cXgxQiQVbTRNkUEBLzCZycNfNKQ8A-GCXySmgE3QtugBVyYQS2kpm3BH4zQvj_6BKn-DNUK03UYq6Vc1mfwspyHGSlV2PbRxqppNaUj6-OKArhRj8wVNa9djs6iCbqHS9zof1xAgux9jtD/s1536/Mosteiro-Trapista_incendio_antonio-cangueiro-3-1536x700.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="1536" height="146" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFMhylXFSL2LF7zO1T2XuFQGSkX1uBhrj7h-4FkvgH0uv2R0cXgxQiQVbTRNkUEBLzCZycNfNKQ8A-GCXySmgE3QtugBVyYQS2kpm3BH4zQvj_6BKn-DNUK03UYq6Vc1mfwspyHGSlV2PbRxqppNaUj6-OKArhRj8wVNa9djs6iCbqHS9zof1xAgux9jtD/s320/Mosteiro-Trapista_incendio_antonio-cangueiro-3-1536x700.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: António Cangueiro</td></tr></tbody></table><b>NOTA: Várias pessoas me disseram que o MBWay náo está a funcionar. Eu tentei e também não deu. Já perguntei às irmãs o que se passa, e aguardo resposta, mas presumo que tenha sido ultrapassado o limite de transferências por mês. Entretanto o IBAN está a valer.</b><br /><br /><div>Na madrugada do passado sábado, 27 de janeiro, um <a href="https://agencia.ecclesia.pt/portal/palacoulo-incendio-atingiu-o-telhado-da-casa-de-acolhimento-do-mosteiro-trapista/" target="_blank">incêndio destruiu boa parte da hospedari</a>a onde dormiam as monjas trapistas do Palaçoulo, em Miranda do Douro.<p></p><p>Cabe-nos, enquanto comunidade, contribuir para a reconstrução, ajudando quem dedica a vida a rezar por todos nós.</p><p><strike>Mbway +351 910 909 388 (número verificado e confirmado por mim) </strike> As monjas ultrapassaram o limite mensal de transferências por MBWay - o que é bom sinal - e por isso agora não podem receber mais, o que não é tão bom. O IBAN, abaixo, continua a funcionar e é a melhor forma de fazer chegar ajuda!</p><p>Iban PT50 0045 2260 4029 1080 1063 2 </p><p>Qualquer valor, por pequeno que seja, é uma ajuda preciosa nesta altura. </p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw2gSrLFWPdohbRDdZl1v6Vy2I_Ej_qZtB97pHWGj5bTeqxeNQPHz6uDD1H9IVrDwskQZ7gBMp36wvV3-2vEQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><p>Junto aqui uma declaração que me chegou de alguém próximo da construção do novo mosteiro das monjas trapistas:</p><p></p><p><i>Caríssimos amigos. Hoje acordei com a notícia de que a hospedaria do Mosteiro estava em chamas. Os estragos são mesmo muito grandes. Todo o corpo central da Hospedaria está danificado pelo fogo e pela água.</i></p><p><i>No entanto, fomos recebidos pelas irmãs com um sorriso indescritível. Sinal vivo da presença de Cristo no rosto de cada uma. Não consigo explicar por palavras o que vi e senti ao estar com as irmãs.</i></p><p><i>"Estamos todas bem, temos meia casa, cama e Nosso Senhor. Não precisamos de mais nada"</i></p><p><i>A aldeia rapidamente se deslocou ao Mosteiro e ajudaram em todas as frentes, alimentação, limpeza e trabalho de braços. </i></p><p><i>"Não sabemos bem porque é que isto aconteceu, mas o que é certo é que será para um bem maior, iremos descobrir", disseram ainda as irmãs.</i></p><p><i>Tudo bem, agora só teremos que recomeçar. Mas nosso Senhor e a Igreja ajudam</i></p></div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-30009139129428268042024-01-26T10:00:00.001+00:002024-01-26T10:00:00.148+00:00Mortes suspeitas de padres e freiras raptadas - e libertadas - no Haiti<p><span style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTNR-ZaPs9mHVNBL0S5dYB2pLoZiTso84J3WBHmdMcHEtd0NEjhCZtmfuY-5hkKMD4QEYCvKVbTxGbbx9wGiY37Vz69TgC6YynYi4LOZVd6X_-Py_Dszauw19NIrErEmwhyphenhyphenF3PRT4AyQ-lsizHcQeKbZ8dVvLL-gGMxUCr5GmxFCYJlJ7347ry5ZDBqtlm/s619/PNG.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="387" data-original-width="619" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTNR-ZaPs9mHVNBL0S5dYB2pLoZiTso84J3WBHmdMcHEtd0NEjhCZtmfuY-5hkKMD4QEYCvKVbTxGbbx9wGiY37Vz69TgC6YynYi4LOZVd6X_-Py_Dszauw19NIrErEmwhyphenhyphenF3PRT4AyQ-lsizHcQeKbZ8dVvLL-gGMxUCr5GmxFCYJlJ7347ry5ZDBqtlm/s320/PNG.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Papua aguarda Papa</td></tr></tbody></table></span></p><div style="text-align: justify;">Abrimos com uma notícia triste
e trágica. Um padre foi encontrado morto na cidade de Valência, em Espanha,
pelo porteiro do prédio onde vivia. Para surpresa de todos, poucos minutos depois
o porteiro recebeu uma mensagem do número do dito padre… <a href="https://www.pillarcatholic.com/p/priests-strange-death-shocks-spanish" target="_blank">Tenho os detalhes da descoberta do cadáver e do assassinato aqui</a>, em inglês, e o “<a href="https://www.lasprovincias.es/sucesos/envian-mensajes-movil-canonigo-asfixiado-encontrado-cadaver-20240123210952-nt.html" target="_blank">Las Províncias</a>”, de Valência, tem uma excelente cobertura em espanhol. Infelizmente,
as <a href="https://www.levante-emv.com/sucesos/2024/01/25/detenido-joven-asfixio-canonigo-emerito-catedral-de-valencia-97314075.html" target="_blank">mais recentes notícias</a> apontam para um homicídio levado a cabo por um homem a quem
o padre estava no hábito de pagar por favores sexuais. Tudo lamentável, mas
ainda em fase de investigação.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O cónego de Valência é o
segundo padre a aparecer morto em circunstâncias suspeitas este ano. O outro
caso teve lugar logo no dia 1, quando um missionário queniano foi encontrado enforcado
de uma árvore numa zona remota da Venezuela. As autoridades concluíram que foi
suicídio, mas os católicos locais – sobretudo os indígenas warao com quem ele
trabalhava – <a href="https://www.pillarcatholic.com/p/in-venezuela-activists-cry-foul-after" target="_blank">rejeitam essa teoria e dizem que ele pode ter sido assassinado</a> pelo trabalho que
desenvolvia em defesa do seu povo, contra traficantes de droga e de mulheres. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Seis freiras foram raptadas há
dias no Haiti, um país que está basicamente transformado num estado falhado.
Felizmente, esta quinta-feira tivemos a <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/25/libertadas-freiras-raptadas-no-haiti/364088/" target="_blank">boa notícia da sua libertação</a>. Ainda assim, foi um começo pouco auspicioso para
2024, e representa mais raptos de religiosos do que em todo o ano de 2023
naquele país. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Papa Francisco volta a
mostrar que leva muito a sério o seu compromisso de visitar os países das
periferias. Depois de em Agosto do ano passado ter visitado a Mongólia, agora tem
viagem marcada para o mesmo mês, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/25/papa-visita-papua-nova-guine-em-agosto/364066/" target="_blank">mas para a Papua-Nova Guiné</a>. Tendo em conta que Ramos Horta já veio a público
dizer que o <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/22/papa-vai-a-timor-ainda-este-ano-garante-jose-ramos-horta/363693/" target="_blank">Papa pretende visitar Timor</a> este ano, presumo que as visitas sejam feitas numa
só viagem, mas veremos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Esta semana soubemos que o
padre de Lamego que tinha sido acusado de abuso sexual de um maior de idade
vulnerável foi reintegrado pela diocese, depois de um ano afastado, tendo visto
o seu processo canónico arquivado. A diocese costuma esperar pela conclusão dos
processos civis, mas neste caso, com base em “fortes indícios de que o processo
civil também estava prestes a ser arquivado”, antecipou-se. Outro caso que
decorria em Lamego também foi arquivado. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/12/casos-de-abusos-sexuais-em-portugal.html" target="_blank">Está tudo na cronologia, actualizada</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Arcebispo de Cantuária,
Justin Welby, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/22/arcebispo-de-cantuaria-visita-portugal-em-fevereiro/363694/" target="_blank">visita Portugal em Fevereiro</a>. Trata-se do líder espiritual da Comunhão Anglicana,
e vem participar no sínodo da Igreja Lusitana, que é o ramo português do Anglicanismo.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Já ouviu falar da doutrina da “impanação”?
Eu também não tinha. Mais grave, contudo, é que muitos católicos desconhecem a
doutrina da transubstanciação, ou então conhecem mas rejeitam. Uma sondagem nos
EUA em 2019 revelou que apenas um em cada três católicos acredita que o pão e o
vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, na Eucaristia. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/eucaristia-e-transubstanciacao.html" target="_blank">No artigo desta semana do The Catholic Thing</a>, Randall Smith explica o conceito
e demonstra porque é que não faz qualquer sentido os católicos rejeitarem um
conceito que afinal de contas é mais simples do que a Encarnação, por exemplo. Leiam
que vale a pena, e ainda ficam a saber o que é, afinal, a “impanação”.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-71131003590346957242024-01-25T11:24:00.002+00:002024-01-25T11:24:20.232+00:00Longevidade e Liberdade Religiosa<p>Aos interessados, as III Jornadas de Espiritualidade e Longevidade decorrem em Fátima, de 17-19 de Maio de 2024, com o programa que se vê neste cartaz. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLCNozypKft0CvxDKFjQcB2ftoQ5hDOIVBOZcxQWPjjcBYiRb6pj-FKENV8FjwMdyLqXIzpkcI0iGYR7v5E_AnTxZX-vXBwVFHC6k9rMFAFqyzpSH6XLFX6gDmERb7TXMQNrh8ajQxYHcIb9jB78l9eYfYCXk_nLnpeFYt6QPECDH6SfkEqDJwCp78FHKc/s2245/Longevidade.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2245" data-original-width="1587" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLCNozypKft0CvxDKFjQcB2ftoQ5hDOIVBOZcxQWPjjcBYiRb6pj-FKENV8FjwMdyLqXIzpkcI0iGYR7v5E_AnTxZX-vXBwVFHC6k9rMFAFqyzpSH6XLFX6gDmERb7TXMQNrh8ajQxYHcIb9jB78l9eYfYCXk_nLnpeFYt6QPECDH6SfkEqDJwCp78FHKc/s320/Longevidade.jpg" width="226" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>Entretanto, está patente na Assembleia da República uma exposição com curadoria de António Marujo sobre Liberdade Religiosa. <span style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">A exposição “</span><a href="https://setemargens.com/parlamento-promove-exposicao-sobre-a-lei-da-liberdade-religiosa-e-coloquio-com-cardeal-tolentino/" style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;" target="_blank">Os Caminhos da Liberdade Religiosa em Portugal</a><span style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">” está
patente no Palácio de São Bento até 28 de Fevereiro e pode ser visitada de </span><b style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">2ª
a 6ª feira (10h-12h e 14h-17h)</b><span style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">, gratuita e livremente, mas mediante
marcação para os telefones </span><b style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">213 910 843</b><span style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;"> e </span><b style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;">213 917 101</b><span style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;"> ou
para o endereço </span><a href="mailto:dmc.correio@ar.parlamento.pt" style="font-family: Georgia, serif; text-indent: 1cm;" target="_blank">dmc.correio@ar.parlamento.pt</a>.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-15954488085983145942024-01-24T08:54:00.003+00:002024-01-25T11:28:58.770+00:00Eucaristia e Transubstanciação<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaqw9LwqkIHb56vLPUcinYdceOqbqgyQciTV_wSxsj6EHni8ZDLAdlyN8omgwyJGcoGsvbMH9LSc-GqbPBaG29MuYD6QoHjX2in4POTckz3jCWlRPPLHjOyK4tucO8kNrbHoAlU3FTx56FudC22w3q1GLXOqxIC5rUe5jypuYkrpiW2n2zWGRmPNtLVaEs/s200/smith.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="150" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaqw9LwqkIHb56vLPUcinYdceOqbqgyQciTV_wSxsj6EHni8ZDLAdlyN8omgwyJGcoGsvbMH9LSc-GqbPBaG29MuYD6QoHjX2in4POTckz3jCWlRPPLHjOyK4tucO8kNrbHoAlU3FTx56FudC22w3q1GLXOqxIC5rUe5jypuYkrpiW2n2zWGRmPNtLVaEs/s1600/smith.jpg" width="150" /></a></div><div style="text-align: justify;">Em 2019 uma sondagem preocupante da Pew Research Centre,
revelou que apenas um em cada três católicos acredita que a Eucaristia é
verdadeiramente o Corpo e Sangue de Cristo.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Claro que o resultado destas sondagens depende em larga
medida de que perguntas são feitas, e a quem. Assim, por exemplo, se a pergunta
era sobre a crença na transubstanciação, alguns podem ter tido a mesma reacção
que eu tive quando me perguntaram recentemente se acredito na “impanação”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Mas que raio é a impanação? Fui investigar. Ao que
parece, “impanação” é a crença de que Cristo está presente no pão e no vinho,
mas estes não deixam de ser pão e vinho. Por isso, não, não acredito na
“impanação”. Até poderia ser uma coisa inocente, mas não é, e eu não estava
disposto a concordar sem compreender. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Houve quem pensasse que eu tinha professado essa crença
porque tinha escrito que Cristo está “verdadeiramente presente no pão e no
vinho”. O que eu estava a realçar era o “verdadeiramente presente”. Mas em bom
rigor, já não se trata de pão e vinho, mas sim do Corpo e Sangue de Cristo.
Claro que não faria sentido eu dizer que o Corpo e o Sangue de Cristo estão
“verdadeiramente presentes” no Corpo e no Sangue de Cristo. Por isso, para
simplificar, dizemos que Cristo está presente no pão e no vinho. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Certa vez uma jovem rapariga disse-me que nunca poderia
ser católica, porque não conseguia aceitar a doutrina da transubstanciação.
“Espera”, respondi, “vamos dar um passo atrás”. A doutrina da transubstanciação
é uma tentativa de descrever a “Presença Real” de Cristo na Eucaristia, usando
categorias da física medieval. A substância é agora o Corpo e Sangue de Cristo,
mas os acidentes de pão e vinho mantêm-se. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Mas o objectivo da doutrina era de exprimir o que
significa dizer que Cristo está verdadeiramente presente no pão e no vinho – ou
no que era pão e vinho e ainda parece pão e vinho mas que é, em substância, o
Corpo e o Sangue de Cristo. O termo “transubstanciação” pode parecer estranho,
mas de facto faz bastante sentido. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A minha amiga deu a resposta habitual. “Bom, eu acredito
que Ele está espiritualmente presente”. Respondi: “Calma aí. Isso não é estar
realmente presente. Na Igreja antiga afirmavam claramente a crença de que
Cristo está realmente presente na Eucaristia, tão presente como esteve em vida,
e tão presente como estava quando ressuscitou dos mortos”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Não foi uma coisa fácil de aceitar nessa altura, nem é
fácil de aceitar agora. Foi por isso que tantos abandonaram Cristo quando Ele
insistiu que deveriam comer o seu corpo e beber o seu sangue. Esse abandono em
massa não faz qualquer sentido se pensarmos que ele estava a usar uma linguagem
simbólica. Poderia facilmente ter dito: “Espera, não estou a falar do meu corpo
e sangue verdadeiros, isso seria nojento. Não, estou a falar simbolicamente,
metaforicamente”. O problema ficaria resolvido num instante. Mas não foi isso
que aconteceu. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“Vamos, então, começar do fim e andar para trás”, disse
eu. “Acreditas que Cristo viveu, que verdadeiramente conquistou a morte e
ressuscitou de entre os mortos?” Ou achas que Ele só está simbolicamente vivo,
tipo, ‘vivo nos nossos corações’?”. Respondeu-me de forma clara. “Acredito que
Cristo ressuscitou e ascendeu à direita do Pai. Digo-o todos os domingos quando
vou à Igreja.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“Ok, então acreditas que Cristo ressuscitou corporalmente
dos mortos, de forma que o apóstolo Tomé poderia ter tocado nos buracos
deixados pelos pregos nas suas mãos, e na ferida da lança no seu lado? Ou será
que Cristo estava ‘presente’ na sala apenas metaforicamente, porque eles o
recordavam em amor, ou algo desse género?” Também não aceitou esta ideia de que
Cristo estava apenas presente de forma simbólica ou metafórica entre os
apóstolos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: right;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEQAckLca_YQh77ap3pi7joLqtbhyp-AKCCjoYDn6F3iGUZaM3nn_eAorXOF3brz_Z2CBKTprSHtA-27dMeKFVd8yr7SOAMUMOUlOGmnZ6rjp8x9RzzQguM0qHARjYNc1LlksxR3mqfmk9Pt-FIIZhKenCt4bD5lxE8MGvKTaJwQediPvNTQFZzWz2o0Da/s454/communion.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="387" data-original-width="454" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEQAckLca_YQh77ap3pi7joLqtbhyp-AKCCjoYDn6F3iGUZaM3nn_eAorXOF3brz_Z2CBKTprSHtA-27dMeKFVd8yr7SOAMUMOUlOGmnZ6rjp8x9RzzQguM0qHARjYNc1LlksxR3mqfmk9Pt-FIIZhKenCt4bD5lxE8MGvKTaJwQediPvNTQFZzWz2o0Da/s320/communion.jpg" width="320" /></a></p><div style="text-align: justify;">“Então, se acreditas que Deus encarnou verdadeiramente, e
se acreditas que Jesus Cristo era Deus encarnado, o Verbo feito carne; e se
acreditas que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, não apenas de
forma ‘espiritual’ ou ‘metafórica’, mas verdadeiramente, enquanto unidade de
corpo e de alma, e se sabes que esta era a fé dos Apóstolos e da Igreja antiga;
e se reconheces que a doutrina da ‘transubstanciação’ era uma tentativa honesta
de descrever a crença da Igreja de que Cristo está verdadeiramente presente na
Eucaristia, mas que quando a consumimos não estamos a mastigar os seus ossos,
porque embora seja agora o Corpo e o Sangue de Cristo, ainda mantém as
propriedades, os ‘acidentes’ de pão e vinho; isso tudo ajuda a contextualizar o
estranho termo ‘transubstanciação’?”</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Mas a questão mais de fundo, existencial, é a seguinte:
Jesus era Deus encarnado? E será que acreditamos que Deus ama a humanidade
pecadora de tal forma que verdadeiramente se “esvaziaria da sua divindade” e
tomaria para si a nossa humanidade, sacrificando-se depois por nós na Cruz?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Porque (a) é isso que significa consumir a Eucaristia; é a
nossa participação encarnada, sacramental, no sacrifício de Cristo, e (b) se
consegues acreditar em tudo aquilo sobre Deus e o amor de Deus ser tão grande
que Ele se tornou homem, viveu entre nós e morreu pelo perdão dos nossos
pecados, e a restauração da nossa comunhão com Deus, então parece estranho
insistir que Deus não pode estar presente na Eucaristia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Deus criou cada átomo do universo, fez coisas incríveis,
mas não consegue, ou não quer, tornar-se presente de forma contínua, de forma encarnada, na Eucaristia?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Sejamos honestos, então. O problema é mesmo a
“transubstanciação”? Ou a crença num Deus Criador que nos ama de tal forma que
se fez homem e morreu na Cruz? É um conceito compreensivelmente difícil de
aceitar, mas, só para ficar muito claro, a Boa Nova é isso mesmo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Ah, e caso estejam preocupados, essa minha amiga
tornou-se católica há anos, e assim continua. Parece que afinal a doutrina da
transubstanciação não era um problema tão grande como pensava.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"></p><hr /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Randall Smith é professor de teologia na Universidade de
St. Thomas, Houston.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado pela primeira vez em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2024/01/23/eucharistic-faith-and-the-survey/">The
Catholic Thing</a> na terça-feira, 23 de Janeiro de 2024)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">© 2024
The Catholic Thing. Direitos reservados. </span>Para os direitos de
reprodução contacte: <a href="mailto:info@frinstitute.org" target="_blank">info@frinstitute.org</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum de opinião católica
inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus
autores. <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">Este
artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The
Catholic Thing</a>.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-24184612380588874032024-01-19T10:00:00.001+00:002024-01-19T10:00:00.133+00:00Nicarágua sem liberdade religiosa, e com menos padres<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDEdY2LUy1l3hZaeCoCFkYog7WnqURpPQ9px8epdQ7BvPoE9uTYABwKjlbkx3iNxAz8e32HZqbbZ_IiWJR4l7_SC5oEq6jJMoifoDLJLjihFRzQk_wgnAXXxKGQZyZH7COrP7xM9enR1sjlpe4rUyi2Dd13W7bOTzVSz82si0RMpHQUUsSzXx5MNySqCYh/s2048/DiaMundialReligi%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1449" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDEdY2LUy1l3hZaeCoCFkYog7WnqURpPQ9px8epdQ7BvPoE9uTYABwKjlbkx3iNxAz8e32HZqbbZ_IiWJR4l7_SC5oEq6jJMoifoDLJLjihFRzQk_wgnAXXxKGQZyZH7COrP7xM9enR1sjlpe4rUyi2Dd13W7bOTzVSz82si0RMpHQUUsSzXx5MNySqCYh/s320/DiaMundialReligi%C3%A3o.jpg" width="226" /></a></div><div style="text-align: justify;">Se já vivíamos tempos preocupantes, as coisas tornaram-se
ainda mais sérias, com o Irão a lançar ataques contra posições no Iraque e no
Paquistão, que já ripostou. Analisei esta situação <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/o-que-ha-de-religioso-na-tensao-no.html" target="_blank">no mais recente artigo no meu blog</a>, onde também explico qual o substrato
religioso para as divisões que se vivem entre os países do Médio Oriente e
arredores.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Uma notícia muito importante vinda da Nicarágua. Depois
de uma onda de detenções de padres nos últimos dias do ano, o regime libertou
todos os clérigos que tinha na prisão e exilou-os para o Vaticano. Inclui-se
aqui o bispo Rolando Alvarez, que passou 16 meses na cadeia. É uma boa notícia,
mas não faz diminuir a preocupação com o estado da liberdade religiosa no país.
<a href="https://acninternational.org/acn-welcomes-release-of-priests-in-nicaragua-but-concerns-over-lack-of-religious-freedom-remain/" target="_blank">Aqui podem ler o meu artigo</a> no site da AIS internacional, em inglês, <a href="https://fundacao-ais.pt/nicaragua-libertados-dois-bispos-d-rolando-alvarez-e-d-isidoro-mora-e-ainda-sacerdotes-e-seminaristas/" target="_blank">e aqui uma versão adaptada no site da AIS Portugal</a>, em português.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A associação de vítimas de abusos sexuais na Igreja,
Coração Silenciado, teve audiências tanto com o Presidente da República, como
com a CEP. Parece que ambos os encontros correram bem. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/12/casos-de-abusos-sexuais-em-portugal.html" target="_blank">Já coloquei a informação na cronologia</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A organização Open Doors publicou o seu relatório anual,
em que conclui que mais de <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/18/ha-mais-de-365-milhoes-de-cristaos-perseguidos-no-mundo/363182/" target="_blank">365 milhões de cristãos</a> sofrem de perseguição no mundo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E o Papa Francisco disse esta semana que <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/17/papa-diz-que-nao-ha-condenacao-do-instinto-sexual-mas-vicio-da-luxuria-e-particularmente-odioso/363031/" target="_blank">aquilo que a Igreja condena é a luxúria</a>, e não o instinto sexual do homem.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O artigo desta semana do The Catholic Thing é de Stephen
White, que faz <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/tres-previsoes-esperancosas-para-o-ano.html" target="_blank">três previsões para 2024</a>. Está muito centrado na realidade americana, mas não
deixa de ser muito interessante. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E deixo-vos ainda um convite para a conferência Religião e Sociedade, que decorre na Universidade Católica, no próximo dia
24. Ver imagem acima.<o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-11246635199944894762024-01-18T14:00:00.008+00:002024-01-18T14:00:58.851+00:00Conferência Religião e Sociedade - Universidade Católica<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Deixo aqui este convite para a conferência de dia 24 de Janeiro, que promete ser muito interessante. </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDEdY2LUy1l3hZaeCoCFkYog7WnqURpPQ9px8epdQ7BvPoE9uTYABwKjlbkx3iNxAz8e32HZqbbZ_IiWJR4l7_SC5oEq6jJMoifoDLJLjihFRzQk_wgnAXXxKGQZyZH7COrP7xM9enR1sjlpe4rUyi2Dd13W7bOTzVSz82si0RMpHQUUsSzXx5MNySqCYh/s2048/DiaMundialReligi%C3%A3o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1449" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDEdY2LUy1l3hZaeCoCFkYog7WnqURpPQ9px8epdQ7BvPoE9uTYABwKjlbkx3iNxAz8e32HZqbbZ_IiWJR4l7_SC5oEq6jJMoifoDLJLjihFRzQk_wgnAXXxKGQZyZH7COrP7xM9enR1sjlpe4rUyi2Dd13W7bOTzVSz82si0RMpHQUUsSzXx5MNySqCYh/w283-h400/DiaMundialReligi%C3%A3o.jpg" width="283" /></a></div><br /> <p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-17885187333146360312024-01-17T20:00:00.001+00:002024-01-17T20:00:00.129+00:00O que há de religioso na tensão no Médio Oriente? (Quase) tudo<p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVS1hoASrsJU9G6TWccFIPSh0HVBasqlykvOGh8Uacc2Vh1ptDUytJbYxL2_dy5XZHU07Mq9xWeFkIxAi4VkfGVNWtHeg37RjJQ7j_WJAxaVN0PNm6K5FOGmseREkNy6yx3Ql3AlLQTPJP1AsqeoBnDMgqAuTZQhC8MxpIcMMuUf3VkSI2FiBXFJmLhmp5/s2048/Guarda%20Revolucion%C3%A1ria.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1400" data-original-width="2048" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVS1hoASrsJU9G6TWccFIPSh0HVBasqlykvOGh8Uacc2Vh1ptDUytJbYxL2_dy5XZHU07Mq9xWeFkIxAi4VkfGVNWtHeg37RjJQ7j_WJAxaVN0PNm6K5FOGmseREkNy6yx3Ql3AlLQTPJP1AsqeoBnDMgqAuTZQhC8MxpIcMMuUf3VkSI2FiBXFJmLhmp5/s320/Guarda%20Revolucion%C3%A1ria.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Guardas Revolucionários do Irão</td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Ao longo dos últimos dias assistimos à surpreendente
notícia de que o Irão lançou ataques, incluindo com mísseis balísticos e
drones, contra alvos no Iraque e no Paquistão.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Trata-se de uma escalada inesperada na situação no Médio
Oriente e também extraordinariamente perigosa. Basta recordar que o Paquistão é
uma potência nuclear, e o Irão, se não é ainda, para lá caminha. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O que é que se passa? E o que é que a religião tem a ver
com o assunto? Como veremos, muito. <o:p></o:p></p>
<h3 style="text-align: justify;"><b>Xiitas v. Sunitas</b></h3>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O primeiro ponto tem a ver com a divisão entre sunitas e
xiitas, os dois grandes ramos do Islão. Mundialmente os sunitas são a vasta
maioria, com cerca de 90% da população, mas olhando mais especificamente para o
Médio Oriente a coisa não é tão evidente. O Irão é a grande potência xiita, e
tem um regime teocrático que usa a religião para se legitimar. Mas depois
existem vários países na região que têm significativas minorias, ou até
maiorias de xiitas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Já os sunitas são maioria em quase todos os países do
Médio Oriente, excepto o Irão, obviamente, e o Iraque. As grandes potências
sunitas são por um lado a Arábia Saudita, e por outro – já fora do Médio
Oriente, mas na fronteira e com o olhar cada vez voltado para leste, a Turquia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">As grandes rivalidades na região – excluindo para já
Israel, mas já lá vamos – são entre países sunitas e xiitas, e por vezes entre forças
dessas duas correntes do Islão dentro dos países, que agem a mando de potências
externas. Assim, a Arábia Saudita está actualmente em conflito com os houthis,
do Iémen, que são xiitas e agem sob ordens de Teerão, e a Turquia apoia os
grupos rebeldes na Síria, que são na maioria sunitas e de tendência jihadista,
enquanto o Governo da Síria é dominado pelos alauitas, que são um ramo do
xiismo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Até agora, apenas uma coisa parecia capaz de unir os dois
ramos, o ódio a Israel e, por extensão, aos seus apoiantes ocidentais,
nomeadamente os Estados Unidos. Mas até isso parece estar agora em causa. <o:p></o:p></p>
<h3 style="text-align: justify;"><b>Uma aposta ganha de Israel?</b></h3>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Durante anos Israel tem sido o alvo preferido da retórica
do Irão. Contudo, os dois países não partilham qualquer fronteira, por isso a
coisa resumia-se quase só a isso, retórica. Entretanto o Hezbollah, a força xiita
no Líbano, começou a atacar Israel e o Irão está prestes a tornar-se um país nuclear,
o que apresenta um sério risco para Telavive. Pior, o Irão tornou-se um dos
principais patrocinadores do Hamas, o grupo armado que domina a Faixa de Gaza,
e terá mesmo ajudado a treinar, armar e financiar os ataques de Outubro que
levaram à mais recente guerra. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Quando Israel ripostou contra o Hamas, invadindo Gaza
numa operação que já causou dezenas de milhares de mortos e está a deixar o
território praticamente inabitável, pensou-se que estava a cometer um erro
estratégico, colocando todo o resto do Médio Oriente – e uma boa parte da
opinião pública do ocidente – contra si. Contudo, aquilo a que estamos a
assistir agora pode indicar uma aposta ganha por Israel, na medida em que a
tensão entre xiitas e sunitas isola o Hamas, dependente do Irão, e isola o
próprio Irão na região. Note-se que no seguimento da guerra em Gaza nenhum país
sunita veio em auxílio do Hamas, mas pelo contrário houve dois atentados dentro
do Irão promovidos por forças sunitas radicais, uma com sede em Idlib, na
Síria, outra com sede no Paquistão. Foram alvos desses grupos, supostamente,
que o Irão atacou. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Claro que isto levanta a pergunta: porque é que estes
grupos atacaram o Irão precisamente nesta altura em que o estado xiita estava a
usar os grupos que apoia e controla para atacar Israel e alvos ocidentais,
através dos ataques a navios no Mar Vermelho? Terá havido algum encorajamento
por parte desses governos ocidentais, ou de Israel, nesse sentido?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O que sabemos é que há dias a Arábia Saudita já veio
dizer que poderá vir a reconhecer Israel, desde que o problema da Palestina
seja resolvido. Parece uma condição impossível, mas os sauditas também não disseram
o que consideram ser uma justa resolução, portanto está tudo em aberto. Esta
aproximação de Ríade mostra claramente que os países sunitas estão a
compreender que não é Israel que é o seu grande inimigo na região, pois não os
ameaça directamente, e que já não têm a ganhar com os apelos à solidariedade
muçulmana com a Palestina, uma vez que o Irão os ultrapassou pela direita e
assumiu essa causa para si. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Os próximos tempos poderão, por isso, revelar um novo equilíbrio
de poderes no Médio Oriente, com os países sunitas a aceitar tréguas e até
colaboração com Israel, e por extensão com o mundo ocidental, face a uma ameaça
comum. <o:p></o:p></p>
<h3 style="text-align: left;"><b><div style="text-align: justify;"><b>E se o Irão “flipar”?</b></div></b></h3>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Uma das ironias em toda esta situação é que o Irão é,
nalguns sentidos, um tigre de papel. Não quero de forma alguma subestimar a sua
importância e a sua força, mas sim sublinhar que essa força está toda
concentrada no topo de uma pirâmide que está a ficar com as bases corroídas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtSb4Q__E1HQ9WQ8s0gALJ_7I8UUttU2hxsMuoboeNF2C70l_9qtpo_d9TlRPogfnGlOYnmnq1BSEHg8gkIx9vrfOiMQKzsH5tIX4nNoOEgUYRv_HAX9JLJBcF2GFUldQvVaM-PrZ8eBfzu3dJy3YHurBEs9u_ENkwFFmOpnotbR1qH4eA1oUPqTO7B-sQ/s1200/Iran%20burning%20hijabs.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="675" data-original-width="1200" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtSb4Q__E1HQ9WQ8s0gALJ_7I8UUttU2hxsMuoboeNF2C70l_9qtpo_d9TlRPogfnGlOYnmnq1BSEHg8gkIx9vrfOiMQKzsH5tIX4nNoOEgUYRv_HAX9JLJBcF2GFUldQvVaM-PrZ8eBfzu3dJy3YHurBEs9u_ENkwFFmOpnotbR1qH4eA1oUPqTO7B-sQ/s320/Iran%20burning%20hijabs.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mulheres no Irão queimam hijabs <br />em protesto contra o regime </td></tr></tbody></table>Meio século de um regime fundamentalista e retrógrado em
Teerão conseguiu o feito de virar uma grande parte da população contra essas
mesmas ideias. Nas grandes cidades iranianas as pessoas não querem saber de
religião, de xiismo e de rivalidades com os sunitas. Não obstante toda a sua
conversa antiocidental, os iranianos comuns estão profundamente ocidentalizados
e a sentir cada vez mais o peso da falta de liberdade a que estão sujeitos. O
Irão é, por isso, um barril de pólvora que já foi posto à prova várias vezes,
mas que mais dia, menos dia, pode mesmo explodir e ver desaparecer o regime dos
ayatollahs, sendo estes substituídos por uma nova realidade muito mais
ocidentalizada, que recupera o lugar que o Irão já ocupou no mundo, em termos
de cultura e de desenvolvimento. Mas isso ainda não aconteceu, nem se sabe se
vai acontecer, por isso os ayatollahs ainda lá estão e são eles que estão quase
a obter armas nucleares.<o:p></o:p></p>
<h3 style="text-align: justify;"><b>E por fim a Rússia</b></h3>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Claro que a Rússia também é para aqui chamada. Moscovo tem
sido o grande aliado internacional do Irão. Juntos combateram na Síria e na Líbia
e há muitos que acreditam, como eu, que o ataque do Hamas teve dedo de Moscovo,
precisamente para provocar uma resposta israelita e levar os americanos a
dividir com Israel o apoio militar que têm dado a Kiev. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Aqui, claro, não é qualquer solidariedade religiosa que
está em causa, mas apenas uma solidariedade de autocracias, até porque a muito
significativa população muçulmana da Federação Russa é de maioria sunita. Mas
se a situação no Médio Oriente deixar de ser uma guerra de procuração com
rebeldes submissos a Teerão a lançar mísseis contra bases americanas e navios
internacionais, tornando-se em vez disso uma guerra aberta entre estados, então
a Rússia só tem a perder, porque o precioso apoio militar que tem recebido do Irão
provavelmente vai cessar. Aos russos e aos iranianos interessa, por isso, ir
longe, mas não longe de mais. E esse é sempre um jogo muito perigoso de se
jogar. <o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-65234760879586262122024-01-17T08:56:00.005+00:002024-01-17T08:56:41.131+00:00Três previsões esperançosas para o Ano Novo<p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbr97LCw4Cbyet_xhiWYGZ35cL-KsFuxH8oHof4ItfGo2DbLTndNWlKGhnOdwaQ46L0Hh2-oOEJ07VvVHJnnly9Edt1urHg0rDpkSl1FA9NeCw-CWQ4WKdObCBEz9QP5Xljflbp_OtlxquOk7z6enfegIZhmNysWmb1EbANwN2rAfk1DS57EKPIoTAy8gS/s300/Stephen%20P%20White.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbr97LCw4Cbyet_xhiWYGZ35cL-KsFuxH8oHof4ItfGo2DbLTndNWlKGhnOdwaQ46L0Hh2-oOEJ07VvVHJnnly9Edt1urHg0rDpkSl1FA9NeCw-CWQ4WKdObCBEz9QP5Xljflbp_OtlxquOk7z6enfegIZhmNysWmb1EbANwN2rAfk1DS57EKPIoTAy8gS/s1600/Stephen%20P%20White.jpg" width="300" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Stephen P. White</td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;">O começo de um novo ano é sempre tempo de olhar para trás
sobre a mais recente volta dada ao sol, fazendo contas ao que se passou, tanto
de bom como de mau, e de fazer resoluções sobre aquilo que pode ser feito melhor,
ou pelo menos diferente, durante a volta seguinte.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Na minha experiência, a frescura do novo ano tende a
encher-nos de optimismo. Mas também na minha experiência, esse optimismo
raramente perdura para além de Quarta-feira de Cinzas. O optimismo do início de
Janeiro raramente chega sequer intacto a Fevereiro. Pelo início da Quaresma eu
já estou pronto para penitência. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Dito isto, Janeiro também é um bom mês para prognósticos.
Agora é tão boa altura como qualquer outra para antecipar o que nos trará 2024
– tanto de bom como de mau – para que possamos estar o mais preparados possível
para o que vier. E para que em Janeiro do ano que vem possamos olhar para trás
para as nossas previsões e rirmo-nos por termos sido exageradamente
esperançosos ou desnecessariamente preocupados com todas as coisas erradas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">É por isso num espírito de autocrítica preventiva que
submeto as seguintes três previsões para este ano de Nosso Senhor de 2024. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Primeiro, como devem saber, aqui nos Estados Unidos
estamos novamente em ano de eleições. As eleições nacionais nos Estados Unidos,
sobretudo as presidenciais, tornaram-se exercícios de medo e ódio em massa.
Medo, na medida em que este mais recente episódio de “a eleição mais importante
de sempre”, levou ambos os lados a convencerem-se de que a fasquia nunca esteve
tão alta, e que a situação nunca foi tão desesperada. Ódio, no sentido em que
toda a gente, em ambos os partidos, parece desgostar do seu próprio lado só um
bocadinho menos do que odeiam os bárbaros do outro lado da coxia.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Pelo menos às vezes parece tratar-se de “todos”. Eu não
gosto de desdramatizar a importância da política, até quando, ou talvez
especialmente quando, a nossa cena política parece estar tão fracturada. Nem
faz o meu género menosprezar a gravidade dos desafios que enfrentamos, que há
muito deixaram de ter a ver com como atingir os nossos objectivos comuns,
transformando-se em profundos desentendimentos sobre a própria natureza e
propósito do ser humano, e por isso da própria sociedade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A história, como nos recordou João Paulo II, tem-nos
demonstrado que até as democracias se podem transformar em totalitarismos mais
ou menos disfarçados, se não tiverem as fundações morais e filosóficas
adequadas. É possível insistir tanto que a ameaça é real, e até que o processo
já está avançado, e ao mesmo tempo que estamos muito longe de chegar ao ponto
crítico de não regresso. As “teorias do declínio” não são muito úteis enquanto
“teorias de bater no fundo”, salvo em restrospectiva. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Bom, passando à minha previsão: 2024 vai ser um ano duro
em termos políticos, mas os piores medos tanto da direita como da esquerda não
serão realizados no dia da tomada de posse, em 2024, e a pessoa que fizer o
juramento enquanto Presidente dos Estados Unidos será a mais velha de sempre a
fazê-lo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Falando de eleições, esta será a primeira presidencial
desde a decisão de anular Roe v. Wade. Por esta altura já todos devem ter
percebido que as discussões políticas sobre o aborto não vão desaparecer tão
depressa. Mas o lugar do aborto na política americana transformou-se desde a
decisão de Dobbs. Há, e continuará a haver, menos enfoque no processo político
de conseguir a combinação certa de juízes no Supremo Tribunal, e muito mais nas
leis estaduais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq3QCi0Fp_cC55ZpvmE_LB_8dL-MFyOLGRdDMH3RmymSgWwp9JluSfdVI3OZx1RMuFORvToXEprdG_7lfT17nKsfHwu3iR0VMibYOrwq4u3D-54x6snIpSRgsEvgNEyhG9jr2Y1lmxzNUSgZwXTvQCTPcKZBhIaPCPfQ4Oa0YJ_Y6mjiTM8swd7OmLg-C4/s3072/BidenTrump.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1728" data-original-width="3072" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq3QCi0Fp_cC55ZpvmE_LB_8dL-MFyOLGRdDMH3RmymSgWwp9JluSfdVI3OZx1RMuFORvToXEprdG_7lfT17nKsfHwu3iR0VMibYOrwq4u3D-54x6snIpSRgsEvgNEyhG9jr2Y1lmxzNUSgZwXTvQCTPcKZBhIaPCPfQ4Oa0YJ_Y6mjiTM8swd7OmLg-C4/s320/BidenTrump.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Aquilo que quero sublinhar aqui é a forma como os bispos
católicos, tanto individual como colectivamente, se relacionam com a política
de um mundo pós-Roe. O aborto continua a ser uma das grandes preocupações dos
bispos. Aliás, os bispos reafirmaram recentemente a sua posição, sem as
polémicas de anos recentes, de que a ameaça do aborto continua a ser a sua
“prioridade preeminente”. Durante quase meio século isso significava, em
primeiro lugar, reverter Roe.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A verdade é que, embora nenhum dos bispos deseje o seu
regresso, Roe v. Wade desempenhava um papel galvanizante, tanto eclesiástica
como politicamente. A sua anulação era um objectivo claro, alcançável e justo.
Sem ele, a ameaça do aborto não deixou de ser grave ou urgente, mas enquanto
questão política para católicos, assumiu um carácter mais difuso. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Neste próximo ano teremos um primeiro vislumbre do novo
“status quo” do envolvimento episcopal na política presidencial. Os católicos
estarão de olho nos seus bispos, e os bispos estarão de olho uns nos outros. A isto
vem somar-se a antipatia geral que a maioria dos bispos sentem tanto para com o
actual Presidente, como para com o mais que provável candidato republicano,
Donald Trump. Prevejo, por isso, um ano de envolvimento político bastante
reservado para os nossos bispos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A minha terceira previsão: O Congresso Eucarístico
Nacional poderá ser a última, e melhor, esperança para a sinodalidade ganhar
alguma aderência nos Estados Unidos. O Sínodo sobre a Sinodalidade, de Outubro,
não incendiou propriamente muitos corações. Uma recente missiva da Conferência
Episcopal a pedir mais uma ronda de sessões de escuta sinodais não foi recebida
propriamente com grande entusiasmo. As polémicas sobre a Fiducia Supplicans
também não fizeram grandes favores ao sínodo, parecendo até contradizer a visão
de sinodalidade que o Papa Francisco tanto tem proposto. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Então como é que um encontro de 70 mil católicos em
Indianápolis pode revigorar a sinodalidade? Juntando dezenas e dezenas de
milhares de católicos de toda a nação para escutar a palavra de Deus e adorar o
Senhor. Na medida em que o Congresso conseguir criar um sentido de fraternidade
e comunhão, criando um sentido vital de participação na vida da Igreja, e
plantar nos seus participantes a semente do zelo missionário, o Congresso
Eucarístico terá feito avançar a missão da Igreja na América de uma forma que nenhum
encontro sinodal em Roma alguma vez poderia fazer. Isso seria uma enorme
vitória para a Igreja nos Estados Unidos e para a sinodalidade. Acredito que
Roma concordaria. <o:p></o:p></p>
<hr style="text-align: justify;" />
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Stephen P. White é investigador em Estudos Católicos no
Centro de Ética e de Política Pública em Washington.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2024/01/11/some-hopeful-tentative-new-year-predictions/" target="_blank">The Catholic Thing</a> no Domingo, 11 de Janeiro de 2024)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">© 2024
The Catholic Thing. Direitos reservados. </span>Para os direitos de
reprodução contacte: info@frinstitute.org<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum de opinião católica
inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus
autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.pt/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">com
o consentimento de The Catholic Thing</a>. <o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-45634133763718621152024-01-12T10:00:00.001+00:002024-01-12T10:00:00.126+00:00Thattil para resolver embróglio malabar e explosão de padres detidos<p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEuSPo7_OqGckLQ-hhavW2a2gMz8Uw1FX9BXQIAQzBoRDhtgtIa_Fhp8AyEJojsxRzGId9UxIULGSTJq9pfSnVxlwMe2QqOU6IcBPupDP1yWnoLWKcWHtO7XYyV1S98ZCwEdKhC_8plzeCswzyxKeh_HR1tPgl11ATrDOvWCEm9xa8dSaN-BulTTIGlQh/s768/Alvarez.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="576" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYEuSPo7_OqGckLQ-hhavW2a2gMz8Uw1FX9BXQIAQzBoRDhtgtIa_Fhp8AyEJojsxRzGId9UxIULGSTJq9pfSnVxlwMe2QqOU6IcBPupDP1yWnoLWKcWHtO7XYyV1S98ZCwEdKhC_8plzeCswzyxKeh_HR1tPgl11ATrDOvWCEm9xa8dSaN-BulTTIGlQh/s320/Alvarez.jpg" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bispo Rolando Alvarez, um de <br />muitos detidos na Nicarágua</td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Há duas semanas falei da divisão na Igreja Siro-Malabar,
a segunda maior igreja católica oriental, e de como isso era mais uma
dificuldade para o Papa Francisco nesta fase difícil do seu pontificado. Ora, o
sínodo dessa igreja acaba de eleger um novo líder, que terá a difícil tarefa de
tentar sarar divisões. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/novo-lider-da-igreja-siro-malabar-para.html" target="_blank">Toda a informação acerca deste assunto, aqui.</a></div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Um dos meus trabalhos na fundação Ajuda à Igreja que
Sofre é manter uma lista de todos os padres e religiosos que são assassinados,
detidos ou raptados ao longo do ano. No início do ano seguinte escrevo um
artigo a dar conta dos números. Ora, este <a href="https://acninternational.org/dozens-of-priests-arrested-in-2023-as-authoritarian-regimes-crack-down-on-church/" target="_blank">ano a grande notícia é uma autêntica explosão em detenções</a> de sacerdotes/religiosos
– sendo que só contabilizamos as detenções por motivos de perseguição, e não
por delitos comuns. A única boa notícia é uma queda no número de assassinatos e
de raptos, embora esta ainda seja uma realidade importante. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A polémica da semana é o facto de alguém ter desenterrado
um livro do actual prefeito para o Dicastério da Doutrina da Fé, escrito há
décadas, que versa temas de sexualidade, chegando a empregar termos bastante
crus. Vou ser sincero: não li o livro, nem está na minha lista de prioridades,
mas li, isso sim, uma análise da situação do reputado jornalista John Allen
Jr., da Crux, <a href="https://cruxnow.com/news-analysis/2024/01/titillation-aside-this-fight-isnt-actually-about-orgasms" target="_blank">e recomendo que o leiam também</a>, pois tendo a concordar com as suas
conclusões. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">As escolas católicas pediram ao Presidente da República
que <a href="https://agencia.ecclesia.pt/portal/educacao-escolas-catolicas-pedem-a-marcelo-que-impeca-diploma-de-autodeterminacao/" target="_blank">vete a lei da audoterminação de género</a> nas escolas. Veremos como é que isso
corre. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">De Bragança chega uma notícia interessante. A diocese
está a receber uma visita de frades franciscanos itinerantes, e por isso o
bispo D. Nuno Almeida aproveitou o balanço e vai acompanhá-los, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/11/d-nuno-almeida-peregrina-pela-diocese-em-visita-pastoral/362274/" target="_blank">fazendo assim visitas pastorais às localidades</a>. Excelente ideia!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Henrique Leitão, historiador da ciência e comentador, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/10/henrique-leitao-nomeado-para-comite-pontificio-de-ciencias-historicas/362190/" target="_blank">foi nomeado</a> para o Comité Pontifício de Ciências Históricas. É mais um português
em lugar de destaque no Vaticano. Parabéns!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E caso tenham estado atentos às notícias, parece que o
Ecuador está a mergulhar no caos. Os bispos locais esperam que <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/10/conferencia-episcopal-equatoriana-a-violencia-nao-prevalecera/362129/" target="_blank">a violência não tenha a última palavra</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O artigo desta semana do The Catholic Thing é sobre
educação, com Randall Smith a tecer algumas observações sobre a mania de se
tratar os alunos universitários como a “nata da sociedade”, quando na verdade
estão (ainda) muito longe disso. <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/a-nata-da-sociedade.html" target="_blank">Leiam, que é um artigo divertido e cheio de pontos válidos</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/duas-propostas-niceia-e-conferencia.html" target="_blank">Deixo-vos com dois desafios</a>. Um curso da Escola de Leigos, sobre o Concílio de Niceia
e ministrado pelo meu tio Pe. Peter Stilwell, e uma conferência sobre Bento XVI
organizada pela fundação Maria Ulrich, e que será dado pela Aura Miguel.</p>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-41237576413938691912024-01-11T17:17:00.004+00:002024-01-11T17:17:31.699+00:00Duas propostas: Niceia e conferência sobre Bento XVI<p> Deixo aqui convites para duas iniciativas que me parecem ser muito interessantes. Aproveitem!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkzDwxTWXt-QmkCTBOTEg6F1-xOR9ZPfVNSswPlJXrXBcgT1Wpr2F2CqrpSxENaB_W9mhN74z8j7IMs4BMYsdml-n8QQBAolxxWkog_QWCB9RellFRYfM3vIsFJkicVx26aGJpdWHcYaTOxmcrzZQi0pRazWdZ147fnaGkrQ1IHeeonUw88QPcx4Xf_y4/s2339/Cartaz-v7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1654" data-original-width="2339" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFkzDwxTWXt-QmkCTBOTEg6F1-xOR9ZPfVNSswPlJXrXBcgT1Wpr2F2CqrpSxENaB_W9mhN74z8j7IMs4BMYsdml-n8QQBAolxxWkog_QWCB9RellFRYfM3vIsFJkicVx26aGJpdWHcYaTOxmcrzZQi0pRazWdZ147fnaGkrQ1IHeeonUw88QPcx4Xf_y4/w400-h283/Cartaz-v7.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG3IN9WncHere7UNxusShzlzbK9_ZE-aHQb_mBMGaG0YqhKnnlCo-kf1P4Sj1gursTL-Rbsfey6LwGD055aJ3czzErmc8pNxvTYFusluzGju3zWyjr82-Pe4LrIlxyJWAS6lFZzE6ZRhkNwYOQ7HSGGtH1yJEorXvBnZVWb4WFk1BmAEjSyBCSlloDba2y/s1080/Educacao%20e%20cultura%20Bento%20XVI.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG3IN9WncHere7UNxusShzlzbK9_ZE-aHQb_mBMGaG0YqhKnnlCo-kf1P4Sj1gursTL-Rbsfey6LwGD055aJ3czzErmc8pNxvTYFusluzGju3zWyjr82-Pe4LrIlxyJWAS6lFZzE6ZRhkNwYOQ7HSGGtH1yJEorXvBnZVWb4WFk1BmAEjSyBCSlloDba2y/w400-h400/Educacao%20e%20cultura%20Bento%20XVI.png" width="400" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><p><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-56578294561669085692024-01-11T11:58:00.004+00:002024-01-11T16:52:59.815+00:00Novo líder da Igreja Siro-Malabar, para tentar resolver a crise<p></p><p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGEMddAA44aoz5gQHCETaAdlzXLEzB2TKGG5jW5SaDPK14O4JyrbVP_C-McH32Q7DIxNnLrC5xhIFSlQwIrNW8LcA5QWh8e8a_xWr-uA0cuWtFkmglAAdvsSclJ5YCLDprxh4qay8ti2yvSRaerIxLpjDxEr9n78U5cMkGO8glcZwPt4knbpdFbcxPgFBw/s288/Thattil.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="175" data-original-width="288" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGEMddAA44aoz5gQHCETaAdlzXLEzB2TKGG5jW5SaDPK14O4JyrbVP_C-McH32Q7DIxNnLrC5xhIFSlQwIrNW8LcA5QWh8e8a_xWr-uA0cuWtFkmglAAdvsSclJ5YCLDprxh4qay8ti2yvSRaerIxLpjDxEr9n78U5cMkGO8glcZwPt4knbpdFbcxPgFBw/s1600/Thattil.jpeg" width="288" /></a></div><div style="text-align: justify;">O arcebispo-mor Raphael Thattil toma hoje posse da
Igreja Siro-Malabar, na Índia, depois de ter sido eleito pelos 53 bispos que
formam o sínodo dessa Igreja católica oriental, que é a segunda maior do mundo,
a seguir à Igreja Greco-Católica da Ucrânia.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Thattil não constava das listas dos principais candidatos
ao cargo, mas a sua eleição foi bastante rápida, e no mesmo dia pediu, e
recebeu, a confirmação de comunhão com o Papa Francisco. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Uma das principais tarefas que terá pela frente, agora, é
tentar sanar as enormes divisões que existem dentro da Igreja Siro-Malabar,
nomeadamente as resistências à adopção de uma liturgia uniforme para toda a Igreja.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A Igreja Siro-Malabar é autóctone do sul da Índia, nomeadamente
de Kerala, e foi fundada alegadamente pelo apóstolo São Tomé. Ao fim de alguns
séculos, a definhar e sem bispos, recebeu uma missão de cristãos siríacos da
Terra Santa que lhe deram um novo impulso. Os descendentes desses cristãos, que
sendo de tradição judaica praticavam a endogamia, ainda existem em Kerala e
formam a comunidade Knanaíta, que tem as suas próprias tradições e jurisdições
eclesiásticas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Quando os portugueses chegaram à Índia e se depararam com
cristãos locais no sul do país procuraram submetê-los a Roma e forçaram uma série
de latinizações. Alguns indianos resistiram e romperam com Roma, formando a
Igreja ortodoxa, mas a maioria permaneceu católica. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Ao longo das últimas décadas tem sido feito um grande
esforço para retornar às raízes orientais da Igreja, em termos de espiritualidade
e liturgia, sobretudo porque se reparou que cada diocese ou paróquia celebrava
o rito siro-malabar de forma diferente, nomeadamente no que diz respeito ao
posicionamento do sacerdote, que nalguns casos estava voltado para o altar – <i>ad
orientem</i> – e noutros estava voltado para a assembleia – <i>ad populum</i>. Depois
de anos de trabalho, o sínodo acordou um modo de celebração uniforme em que o
padre está voltado para a assembleia, mas durante a liturgia eucarística
volta-se para o altar. Todas as dioceses aceitaram a nova liturgia, excepto a
diocese de Angalamy, que é precisamente a principal e cujo arcebispo é, por
inerência do cargo, o arcebispo-mor da Igreja Siro-Malabar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Mas não foi apenas uma recusa. A tentativa de obrigar os
padres a celebrar a nova liturgia levou a protestos, pancadaria, encerramento
de igrejas e da principal catedral da diocese e até à imolação de efígies de
cardeais. Chegou-se ao ponto de o Papa gravar uma mensagem a dar como prazo o
dia de Natal para os padres revoltosos celebrarem a liturgia uniforme, sob pena
de excomunhão. No dia de Natal os padres lá cumpriram o pedido do Papa, mas já
deixaram claro que foi uma excepção, e que agora voltarão a celebrar como desejam,
que é voltados sempre para a assembleia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O anterior arcebispo-mor, o cardeal George Alencherry, foi
incapaz de intermediar o problema que se passava na sua própria diocese, em
larga medida porque já estava a ser alvo de uma investigação policial por
vendas polémicas de territórios da Igreja. De mãos atadas e com a sua
credibilidade afectada, apresentou a sua demissão ao Papa em Dezembro, que foi
prontamente aceite. Tem 78 anos, o que na Igreja latina – a principal da Igreja
Católica – é já mais três anos do que a idade da resignação, mas essa regra não
se aplica a líderes de Igrejas orientais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">É este o cenário que espera Thattil. Não será uma prova fácil.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Contudo, Thattil parte para esta nova missão com alguns
trunfos. Conhece a diocese, embora não seja de lá, e passou os últimos anos
como bispo de Shamshabad, que é basicamente uma diocese que abrange todos os
cristãos siro-malabares que vivem na Índia, mas fora do território tradicional
da Igreja. Na prática, isto traduz-se numa diocese que cobre 23 estados, dois
territórios federais e duas ilhas, mas com “apenas” 120 mil fiéis. É, por isso,
uma diocese cheia de desafios, e certamente cheia de variedade, pelo que talvez
seja a pessoa indicada para conseguir moderar uma crise que radica precisamente
na resistência à uniformidade e no apego às tradições próprias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/estara-francisco-perder-o-controlo-da.html" target="_blank">Como escrevi há duas semanas</a>, a situação na Índia é mais uma dor de cabeça para
o Papa Francisco, que está a atravessar talvez o momento mais delicado do seu
pontificado, com notórias divisões em várias partes da comunhão católica. Se o
arcebispo-mor Thattil conseguir resolver essa questão fará um serviço
importante não só à sua Igreja, como à Igreja Católica universal e ao Papa
Francisco em particular.</p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-36838313098231996802024-01-10T14:44:00.002+00:002024-01-10T14:44:39.967+00:00A Nata da Sociedade?<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8md41OF1YKpr8K_Qj7YYmpM8veIRsqnli-U_wcqLMYGuUhk0sM5kjIUhTG4OmYqM8bE2fhMOlda4Xn64ve6ZNteBHFwfh7s6R7zCyEJlloywPug_9D33L56oy1FXxntftAxrKoT2z3EodpWWkH7viaWncA3jd1qZgPyhVNBPl8amS6WgdUOCqrspVEXeL/s200/smith.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="150" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8md41OF1YKpr8K_Qj7YYmpM8veIRsqnli-U_wcqLMYGuUhk0sM5kjIUhTG4OmYqM8bE2fhMOlda4Xn64ve6ZNteBHFwfh7s6R7zCyEJlloywPug_9D33L56oy1FXxntftAxrKoT2z3EodpWWkH7viaWncA3jd1qZgPyhVNBPl8amS6WgdUOCqrspVEXeL/s1600/smith.jpg" width="150" /></a></p><div style="text-align: justify;">O termo “a nata da sociedade” é frequentemente empregue
para descrever os estudantes de universidades de elite nos Estados Unidos. Por
vezes é usado de forma irónica, como quando as pessoas perguntam, sobre os
estudantes a manifestar-se a favor do Hamas: “Estes miúdos são a nata da
sociedade americana?” Pois não são, não. Mas a verdade é que nunca foram.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Isto não é meramente um comentário sobre as nossas
instituições académicas supostamente de elite. A maioria das pessoas que
inventaram coisas, criaram empresas, defenderam a pátria, serviram as suas
comunidades e construíram famílias não frequentaram as instituições da Ivy
League – Harvard, Princeton e Yale – nem qualquer outra das instituições de
“elite”. Muitas frequentaram universidades estaduais, academias militares ou
pequenas faculdades de artes liberais. Muitos mais ainda não frequentaram
universidade alguma. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">No seu livro: “<a href="https://www.amazon.com/Best-Brightest-David-Halberstam/dp/0449908704">The
Best and the Brightest</a>”, escrito nos anos 70, David Halberstam criticou o
grupo de intelectuais de elite – na maioria ex-alunos das universidades da Ivy
League – que rodearam o presidente Kennedy e que planearam a condução da
desastrosa guerra do Vietname. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Há por isso muitas razões pelas quais é apenas uma
tontice associar o termo “a nata da sociedade” a alunos – ou professores – de
universidades de elite. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Os alunos destas escolas são frequentemente inteligentes
e capazes, e há também excelentes professores. Mas o meu ponto é mais geral e
não se foca apenas em instituições específicas. O que eu defendo é que nenhum
aluno, de nenhuma faculdade ou universidade constitui a nata da sociedade
americana. E digo isso na qualidade de alguém que adora ensinar, que adora os
seus alunos, e que se considera muito sortudo por poder fazer o que faço. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A razão pela qual digo que nenhum destes alunos é a nata
da sociedade americana é porque eles são meramente miúdos a estudar. A nata da
sociedade americana está na própria sociedade, a trabalhar, a servir, a cuidar
de famílias, a construir coisas, a inventar coisas e tudo o resto. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Aristóteles e Tomás de Aquino já diziam que ser <i>em
acção</i> é melhor do que ser <i>em potência</i>, e os alunos são,
essencialmente, grandes bolas de potência. Anseiam ser em acção, fazer coisas
importantes, mas a maioria simplesmente não tem a formação ou as capacidades de
o fazer para já, nem possuem a maturidade, a experiência ou o juízo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Sim, os miúdos têm potencial. Se vão cumprir esse
potencial é outra coisa. Aqueles de nós que os ensinamos, que os admiramos e
que gostam tanto deles, sabemos que, de diversas formas, eles são obra em
curso. Não são propriamente, como dizia o apresentador Rush Limbaugh, “jovens
crânios cheios de papa”, embora haja aí algum elemento de verdade. Muitos dos
meus alunos são muito mais inteligentes e maturos do que eu era na sua idade,
mas isso não significa que estejam prontos para os desafios do mundo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Então quem é que é mais inteligente do que eles? Para já,
os seus pais. Nunca deixo de me surpreender como os adolescentes compram a
propaganda que lhes é dirigida pelos media e que representa os pais como
idiotas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTGRgaeF0z3nDYmlPRDPWFELzOhkqWZYU_JYKxHegjaOjgsbT3vKQ1fMXdDf1uaVWEXUpoE1-4ClLsRqvC26k1tirhwFAdEC5Io08q5FwkLjHWrUsS8_TlLqViBvXHfKepsOL50-iTSRUivHT8cUgBhOYnufE49q2Z0fBV6dvs-OV7DJOh7EJ02zLFEnjv/s2048/ManifPalestina.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="1366" data-original-width="2048" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTGRgaeF0z3nDYmlPRDPWFELzOhkqWZYU_JYKxHegjaOjgsbT3vKQ1fMXdDf1uaVWEXUpoE1-4ClLsRqvC26k1tirhwFAdEC5Io08q5FwkLjHWrUsS8_TlLqViBvXHfKepsOL50-iTSRUivHT8cUgBhOYnufE49q2Z0fBV6dvs-OV7DJOh7EJ02zLFEnjv/s320/ManifPalestina.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Os seus pais podem ser neurocirurgiões, líderes de
empresas, oficiais das forças armadas, engenheiros aeroespaciais, podem saber
electrificar todo um edifício – mas supostamente são “burros”. Dizem-me que “os
pais não compreendem o sexo e o amor”. É mesmo necessário responder a uma
afirmação dessas feita por um jovem que é o resultado de um acto sexual e que
parece ser saudável, bem alimentado e está numa universidade?</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Esses pais parecem saber algo mais sobre sexo e amor do
que os media dão a entender. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Por isso talvez fosse melhor ideia se disséssemos aos
nossos jovens – e refiro-me aqui sobretudo aos jovens a quem é dado o
privilégio de poder ter uma educação universitária – que eles não são a nata da
sociedade. Essa honra é algo que terão de conquistar no mundo real, cuidando de
outros, fazendo coisas de valor e servindo a Deus e ao seu próximo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Neste momento não passam de grandes bolas de potencial.
Se algum dia vão ser alguma coisa de valor depende da sua capacidade de
aprender algo de valor; de dominarem capacidades e virtudes importantes,
incluindo as suas próprias paixões e apetites; compreenderem-se melhor a si
mesmos e aos seus concidadãos; ganharem a experiência de que precisam no mundo,
incluindo a experiência para recuperar de erros e de fracassos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Eu digo aos meus alunos que se querem viver de uma certa
forma o melhor é encontrarem pessoas a viver a vida da forma como acham que ela
deve ser vivida, e depois observarem-nas, aprender delas e deixar que o seu
exemplo vos desafie. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">As pessoas só se deviam preocupar com aquilo em que vocês
se tornam, e não com a escola que frequentaram. Não lhes devia interessar se
foram para a escola, sequer, desde que consigam desempenhar a vossa função. A
forma como as universidades passaram a ser determinantes na progressão da
carreira é uma das histórias mais tristes do pós-Segunda Guerra Mundial, e tem
de parar. Eu acredito no valor de uma educação universitária, mas ela não deve
ser tratada como um <i>sine qua non</i> para a progressão. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Acredito que todos os meus alunos têm o potencial de se
tornarem a nata da sociedade. Acredito nisso porque a minha fé me diz que por
mais baixo que tenham descido, ou por mais tolos que pareçam ser, Deus lhes
pode dar aquilo de que precisam para poderem brilhar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Por vezes os miúdos que descartamos como sendo um
desastre completo acabam por se tornar os mais fiéis servidores de Deus. Não se
trata de algo que possamos controlar ou prever. Está nas mãos de Deus. Mas o
estatuto de serem a nata da sociedade está no seu futuro, como estão os seus
melhores dias. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Por isso, quando os jovens ouvem falar em nata da
sociedade devem perceber que provavelmente estão diante de vendedores de banha
da cobra. E devem responder: “A sério? Achas mesmo que sou assim tão burro?
Estás a ver aquelas pessoas que estão no mundo a fazer coisas, a defender o seu
país e a servir a Deus e ao próximo? Esses é que são a nata da sociedade. Só
espero um dia poder ser como eles. Entretanto cala-te, preciso de estudar e
preparar-me, e conversas da treta sobre a nata da sociedade não vão levar-me
onde preciso de ir”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><hr style="text-align: justify;" /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Randall Smith é professor de teologia na Universidade de
St. Thomas, Houston.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado pela primeira vez em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2024/01/09/the-best-and-brightest/">The Catholic Thing</a> na terça-feira, 9 de Janeiro de 2024)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">© 2024
The Catholic Thing. Direitos reservados. </span>Para os direitos de
reprodução contacte: <a href="mailto:info@frinstitute.org" target="_blank">info@frinstitute.org</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum de opinião católica
inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus
autores. <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">Este
artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The
Catholic Thing</a>.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-42206593512979999912024-01-05T10:00:00.001+00:002024-01-05T10:00:00.125+00:00Esclarecimentos necessariamente desnecessarios<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgLIaD4_HDwjUftyaVqGgA1qdrZLvY_HCxfPJUbTplbkcnTcCkph0vWoQWY3sP0TP-nDHFSJx_b9aCTg-qm90viaA7yFlNHjLx4Xk5TiJ0kyAJg0ogxnJ5Jpveg1NfzeDCYVGlhwlob_gyh-VnMUuB66r84GvVDIogCuNkQhfgokWtCOXZoo18mQY-57Dc/s1500/GCyGBWgW0AApwHm.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1159" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgLIaD4_HDwjUftyaVqGgA1qdrZLvY_HCxfPJUbTplbkcnTcCkph0vWoQWY3sP0TP-nDHFSJx_b9aCTg-qm90viaA7yFlNHjLx4Xk5TiJ0kyAJg0ogxnJ5Jpveg1NfzeDCYVGlhwlob_gyh-VnMUuB66r84GvVDIogCuNkQhfgokWtCOXZoo18mQY-57Dc/s320/GCyGBWgW0AApwHm.jpeg" width="247" /></a></div><div style="text-align: justify;">Espero que tenham entrado da melhor maneira no novo ano,
e que ele seja o mais abençoado possível.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O ano não podia ter acabado de pior maneira na Nicarágua,
onde só nos últimos quinze dias do ano foram detidos cerca de 20 padres pelo
regime sandinista, <a href="https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2024-01/nicaragua-sacerdote-preso-apos-missa-no-ultimo-dia-do-ano.html" target="_blank">incluindo pelo menos um no próprio dia 31 de Dezembro</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A Nicarágua é apenas um de muitos países e regiões onde a
Igreja sofre por perseguição ou falta de recursos. A fundação Ajuda à Igreja
que Sofre existe para acudir a estes casos e ajudar da forma possível, seja materialmente,
através de advocacia ou, muito importante, através da oração e do apoio
espiritual. Nesta entrevista, a nova presidente executiva da fundação
internacional, Regina Lynch, <a href="https://acninternational.org/acn-to-focus-on-middle-east-sahel-and-latin-america-in-2024/" target="_blank">explicou-me quais são as prioridades da organização para o 2024</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Na Igreja continua-se a falar do Fiducia Supplicans.
Depois de o prefeito do Dicastério da Doutrina da Fé ter dito que não haveria
mais pronunciamentos ou esclarecimentos sobre a declaração, temos assistido a
uma sucessão de… pronunciamentos e esclarecimentos, o mais recente na forma de
um comunicado de imprensa. Fiz um apanhado da situação, e da polémica que tem
gerado, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/os-esclarecimentos-sobre-o-documento.html" target="_blank">neste texto</a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Por cá, o Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/01/patriarca-de-lisboa-pede-fim-da-crispacao-entre-partidos-e-instituicoes/361019/" target="_blank">pediu o fim da “crispação”</a> entre partidos e instituições e <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2024/01/01/papa-francisco-os-nossos-tempos-vazios-de-paz-precisam-de-uma-mae/361008/" target="_blank">o Papa lamentou os dias “vazios de paz”</a> que o mundo está a viver. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O artigo desta semana do The Catholic Thing assinala
simultaneamente a solenidade de Maria, Mãe de Deus, que se celebrou no dia 1 de
Janeiro, e também o aniversário da morte de Bento XVI. É um excerto da última homilia
que ele fez enquanto Papa nessa solenidade, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2024/01/a-paz-que-e-dom-de-deus.html" target="_blank">leiam que é muito bonito</a>.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-81653729304789623592024-01-04T16:58:00.002+00:002024-01-04T16:58:38.995+00:00Os esclarecimentos sobre o documento que não teria esclarecimentos<p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYYRMTSANPCS3JvOGTyIaZZYezLdGORaZb2Vbf0RzrjFzF-7ViDyguDHLt8abIwzvgtx7dLULUDvpTlC5napohe8sJH9LFJ2O_dqV49KBa_SNEPfwvd4CrNyl1bAHBEblCqM2_-k7e3qfbs_ggL5paUL6N3aJ6__YRfxkG75zApUOY15ARUysRNFHGErpK/s275/Fernandez.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYYRMTSANPCS3JvOGTyIaZZYezLdGORaZb2Vbf0RzrjFzF-7ViDyguDHLt8abIwzvgtx7dLULUDvpTlC5napohe8sJH9LFJ2O_dqV49KBa_SNEPfwvd4CrNyl1bAHBEblCqM2_-k7e3qfbs_ggL5paUL6N3aJ6__YRfxkG75zApUOY15ARUysRNFHGErpK/s1600/Fernandez.jpeg" width="275" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cardeal Victor Manuel Fernández</td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">Todos terão reparado que há cerca de 15 dias o Dicastério
para a Doutrina da Fé publicou uma declaração a dizer que as pessoas em uniões irregulares,
incluindo homossexuais, podem pedir bênçãos à igreja, nomeadamente aos seus
ministros, mas que essas bênçãos não podem ser confundidas com um casamento nem
pretendem legitimar as situações. Interessantemente, o documento fazia questão
de dizer que os fiéis não deviam esperar qualquer tipo de esclarecimento
adicional. Fiz a minha leitura do documento em vários locais, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/as-minhas-declaracoes-sobre-o-fiducia.html" target="_blank">podem consultar aqui</a>.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Desde então, não só o presidente do Dicastério se viu
obrigado a dar várias entrevistas para tentar explicar melhor o documento que não
precisaria de esclarecimentos adicionais, como hoje o Dicastério <a href="file:///C:/Users/Filipe/Downloads/PO%20-%20CS-Fiducia%20supplicans.pdf">publicou
um comunicado de imprensa</a> para esclarecer ainda mais o documento que
dispensava esclarecimentos adicionais. Chama-se a isto controlo de danos. Virá
a tempo? <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como bom comentador, já levei porrada dos dois lados. Alguns
críticos, incluindo bons amigos, acusaram-me de “Popesplaining”, isto é, de
estar a fazer contorcionismo para tentar procurar a leitura mais benigna
possível do Fiducia Supplicans, enquanto outros acharam, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/estara-francisco-perder-o-controlo-da.html" target="_blank">no texto que escrevi no blog</a> e no Expresso a dar conta de como a declaração
estava a causar divisões, que estava com isso a criticar o Papa e a própria
ideia de dar bênçãos a homossexuais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Deixem-me então, se é que interessa, expressar a minha
opinião. Eu acho evidente que pessoas homossexuais, estejam ou não em uniões,
bem como outras pessoas em uniões irregulares, podem e devem pedir e receber bênçãos
à Igreja e aos seus ministros. Concordo plenamente com o texto quando este diz
que esses pedidos, na maior parte dos casos, representam uma sede de
aproximação de Deus e do Evangelho, e que as bênçãos devem ser entendidas como
auxílio nessa caminhada, e não como sacralização do estado de vida de quem quer
que seja. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Acredito – não só em teoria, mas por experiência pessoal de
convívio próximo com pessoas nessas situações – que tal como os indivíduos não
são a soma dos seus pecados, uma relação entre duas pessoas do mesmo sexo, ou
entre duas pessoas que não se encontram validamente casadas, não se resume às
suas dimensões pecaminosas, ou “irregulares”, embora estas possam existir. Todos
os laços de amizade e de amor, ainda que seja um amor que não compreendamos ou
que não consideramos equivalente ao que é consagrado no matrimónio cristão, têm
dimensões positivas de entreajuda, de apoio mútuo, de amizade, de projectos de
vida em comum, que podem e devem ser nutridos para crescerem e se desenvolverem
da melhor maneira. Dito isto, no que diz respeito aos homossexuais, eu teria
evitado usar a palavra “casais” na declaração, precisamente porque acredito que
gera e promove precisamente a confusão que o texto diz querer evitar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b>Uma porta aberta ou uma gaffe desnecessária<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A pergunta que se impõe, a meu ver, é se esta declaração
era necessária. Há quem diga que sim, porque aquilo que eu e outros
consideramos evidências não as eram para todos. Haveria padres e bispos que se
recusariam a abençoar um homem só porque estava numa relação homossexual, por exemplo.
Acredito que sim, mas sinceramente parece-me que aquilo que a declaração urge
era já prática mais que habitual.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Convence-me mais a ideia de que o Papa queria, com esta
declaração, dar mais um sinal às pessoas em uniões irregulares de que se devem
aproximar da Igreja, que as portas estão abertas, e que as coisas que nas suas
vidas estão em dessintonia com o Evangelho devem ser resolvidas dentro da
Igreja, e não fora, como se só os perfeitos e imaculados pudessem ter acesso à
mesma. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O problema é que, se era essa a intenção, o resultado
acabou por ser, em larga medida, contrário. A reacção causada pelo texto – quer
pela ambiguidade que contém, quer pela que alguns fizeram os possíveis para
encontrar – acabou por passar o sinal de que a Igreja Universal está dividida
sobre os méritos de dar bênçãos a pessoas cuja vida não encaixa na perfeição sugerida.
Isto passa tudo menos uma imagem de porta aberta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Alguns temiam que o documento passaria a ser substituído
por um vago e etéreo “espírito do Fiducia Supplicans” que passaria a justificar
a bênção de facto, litúrgica, de uniões irregulares. Seria contrário ao texto da
declaração em si? Sim, seria. Mas isso não seria impedimento para o exagero de
alguns pseudo-iluminados. Se acho que esta preocupação é legítima, também acho
que a sucessão de intervenções e, agora, este comunicado da Santa Sé, mostram
claramente que esse não é um propósito disfarçado do Papa ou do prefeito do
Dicastério. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><b>Fortaleza v. Hospital de Campanha<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Depois há o problema do timing. Porquê lançar esta declaração
precisamente numa altura em que a civilização cristã parece estar a travar – e a
perder – uma guerra contra as ideologias que promovem a homossexualidade e as
siglas-alfabeto? Não se trata de uma concessão ao espírito dos tempos?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O problema com esta ideia é de que parte do pressuposto do
conflito, a famosa guerra cultural. A Igreja contra o mundo. A Igreja fortaleza.
Se há alguma coisa que o Papa tem demonstrado durante o seu pontificado é de
que essa não é uma visão própria para os cristãos. Não somos a Igreja
entrincheirada, somos a Igreja hospital de campanha, e as hordas que nos batem
à porta, ainda que professem ódio a tudo o que somos e defendemos, não são inimigos
a abater, mas vítimas estropiadas de uma cultura individualista e niilista, uma
cultura de morte. Somos chamados a ajudá-las, a não a derrotá-las. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Visto desta perspectiva, não havia melhor altura para este
gesto de boa-vontade. O que não implica que o gesto tomasse esta forma. Pessoalmente
acho que teria sido muito mais útil, e bem mais ao estilo do Papa, fazê-lo de
forma informal, em conversa ou entrevista, ou ter tomado mesmo a iniciativa de
dar uma destas bênçãos não litúrgicas. Acredito que causaria bem menos polémica
do que uma declaração definitiva que afinal não é tão definitiva assim. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O que temos agora é um ciclo de explicações e
esclarecimentos, com o prefeito para o Dicastério para a Doutrina da Fé a
ver-se na situação de ter de publicar um comunicado a explicar que a sua mais
recente declaração não é “herética, contrária à Tradição da Igreja ou blasfema”.
Não é uma posição confortável para o guardião da ortodoxia, resta ver se não é
pior a emenda que o soneto. <o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-9969446894919333112024-01-03T08:47:00.007+00:002024-01-03T08:47:51.774+00:00A Paz que é Dom de Deus<p></p><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoN05SCOv2wpByhdXoqAvArObnKKSaXFyeGJUz1N_eYdSMz8YqqCpkCf64Bv2JlGGqKAYQ-O6AjRkQ4jvEMbM31JXJtOGdTvA64664M24beiuBiJ2LcBCnmSYqZSRdtuuOHEaK2LOrxPYT_Npd3X548QfVxuy08YO7R2e5cCrB-ccGjT97sGyENcvekJtW/s400/Pope-Benedict-XVI.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; display: inline !important; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="289" data-original-width="400" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoN05SCOv2wpByhdXoqAvArObnKKSaXFyeGJUz1N_eYdSMz8YqqCpkCf64Bv2JlGGqKAYQ-O6AjRkQ4jvEMbM31JXJtOGdTvA64664M24beiuBiJ2LcBCnmSYqZSRdtuuOHEaK2LOrxPYT_Npd3X548QfVxuy08YO7R2e5cCrB-ccGjT97sGyENcvekJtW/s320/Pope-Benedict-XVI.jpg" width="320" /></a></div><i><div style="text-align: justify;"><i>Assinalando o ano da morte de Bento XVI, e o início de
um novo ano, </i><a href="https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/homilies/2013/documents/hf_ben-xvi_hom_20130101_world-day-peace.html" target="_blank"><i>publicamos
neste dia a homilia</i></a><i>, ligeiramente encurtada, que o anterior Papa fez
no dia 1 de Janeiro de 2013, o seu último ano de pontificado.</i></div></i><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Queridos irmãos e irmãs!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“Que Deus nos dê a sua graça e a sua bênção, e sua face
resplandeça sobre nós”.<i> </i>Assim aclamamos com as palavras do Salmo
66, depois de termos escutado, na primeira leitura a antiga bênção sacerdotal
sobre o povo da aliança. É particularmente significativo que, no início de cada
ano novo Deus projete sobre nós, seu povo, o brilho do seu santo Nome, o Nome
que é pronunciado três vezes na fórmula solene da bênção bíblica. Não menos
significativo é o fato de que seja dado ao Verbo de Deus - que “se fez carne e habitou
entre nós», como «a luz de verdade que ilumina todo ser humano” (<i>Jo</i> 1,
9.14) -, oito dias depois seu natal - como nos narra o Evangelho de hoje - o
nome de Jesus (cf. <i>Lc</i> 2, 21) <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(…)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O homem é feito para a paz, que é dom de Deus. Tudo isso
me sugeriu buscar inspiração, para esta Mensagem, às palavras de Jesus Cristo:
“Bem-aventurados os obreiros da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (<i>Mt</i> 5,
9). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Esta bem-aventurança “diz que a paz é, simultaneamente,
dom messiânico e obra humana.... é paz com Deus, vivendo conforme à sua
vontade; é paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda
a criação” (Ibid., 2 e 3). Sim, a paz é bem por excelência que deve ser
invocado como um dom de Deus e, ao mesmo tempo, que deve ser construído com
todo o esforço.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Podemos perguntar-nos: qual é o fundamento, a origem, a
raiz dessa paz? Como podemos sentir em nós a paz, apesar dos problemas, da
escuridão e das angústias? A resposta nos é dada pelas leituras da liturgia de
hoje. Os textos bíblicos, a começar pelo Evangelho de Lucas, há pouco
proclamado, nos propõe a contemplação da paz interior de Maria, a Mãe de Jesus.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div style="text-align: justify;">Durante os dias em que “deu à luz o seu filho primogênito”
(<i>Lc</i> 2,7), Maria deve de afrontar muitos acontecimentos imprevistos:
não só o nascimento do Filho, mas antes a árdua viagem de Nazaré à Belém; não
encontrar um lugar no alojamento; a procura de um abrigo improvisado no meio da
noite; e depois o cântico dos anjos, a visita inesperada dos pastores.</div><div style="text-align: justify;">Maria, no entanto, não se perturba com todos estes fatos, não se agita, não se
abala com acontecimentos que lhe superam; Ela simplesmente considera, em silêncio,
tudo quanto acontece, guardando na sua memória e no seu coração, refletindo com
calma e serenidade. É esta é a paz interior que queremos ter em meio aos
acontecimentos às vezes tumultuosos e confusos da história, acontecimentos cujo
sentido muitas vezes não conseguimos compreender e que nos deixam abalados.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A passagem do Evangelho termina com uma menção à
circuncisão de Jesus. Conforme a Lei de Moisés, oito dias após o nascimento, o
menino devia ser circuncidado, e nesse momento lhe era dado o nome. O próprio
Deus, através de seu mensageiro, dissera a Maria - e também a José – que o nome
a ser dado para a criança era “Jesus” (cf. <i>Mt</i> 1, 21;<i> Lc </i>1,
31), e assim aconteceu. Aquele nome que Deus já tinha estabelecido antes mesmo
que o Menino fosse concebido, lhe é dado oficialmente no momento da
circuncisão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E isto marca definitivamente a identidade de Maria: ela é
“a mãe de Jesus”, ou seja, a mãe do Salvador, do Cristo, do Senhor. Jesus não é
um homem como qualquer outro, mas é o Verbo de Deus, uma das Pessoas divinas, o
Filho de Deus: por isso a Igreja deu a Maria o título de <i>Theotokos</i>,
ou seja, “Mãe de Deus”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A primeira leitura nos recorda que a paz é um dom de Deus
e está ligada ao esplendor da face de Deus, de acordo com o texto do Livro dos
Números, que transmite a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas
assembleias litúrgicas. Uma bênção que por três vezes repete o santo Nome de
Deus, o nome impronunciável, ligando a cada repetição o santo Nome a dois
verbos que indicam uma ação em favor do homem: «O Senhor te abençoe e te
guarde. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti. O
Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz» (6, 24-26). A paz é, portanto,
o ponto culminante dessas seis ações de Deus em nosso favor, em que Ele nos
dirige o esplendor da sua face.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQuNQfV0tnbduyz2faZG0UNhCJSWDLNBT9MEQs1BvLjdm0_qoo3qDy1UpS2UFAIVlLwhkaM8hvueThk6j00KRZneIFOrUPW7DxS7JE1EEFMphrLXchosHN55o2u4cHKDn9dX7dVhGMtSAxgi_MIBtFN7o7AsZ2P1zeVkwqbxfj7XgZkqO6irR375wZCyv9/s600/Icone%20etiope.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="600" height="232" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQuNQfV0tnbduyz2faZG0UNhCJSWDLNBT9MEQs1BvLjdm0_qoo3qDy1UpS2UFAIVlLwhkaM8hvueThk6j00KRZneIFOrUPW7DxS7JE1EEFMphrLXchosHN55o2u4cHKDn9dX7dVhGMtSAxgi_MIBtFN7o7AsZ2P1zeVkwqbxfj7XgZkqO6irR375wZCyv9/s320/Icone%20etiope.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Para a Sagrada Escritura, a contemplar a face de Deus é a
felicidade suprema: «o cobristes de alegria em vossa face», diz o salmista (<i>Sl</i> 21,
7). Da contemplação da face de Deus nascem alegria, paz e segurança. Mas o que
significa concretamente contemplar a face do Senhor, tal como se entende no
Novo Testamento?</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Significa conhecê-Lo diretamente, tanto quanto é possível
nesta vida, através de Jesus Cristo, no qual Deus se revelou. Deleitar-se com o
esplendor da face de Deus significa penetrar no mistério de seu Nome
manifestado a nós por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da sua
vontade, para que possamos viver de acordo com seu desígnio de amor para a
humanidade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O apóstolo Paulo expressa justamente isso na segunda
leitura, da Carta aos Gálatas (4, 4-7), afirmando que do Espírito, que no
íntimo dos nossos corações, clama: “Abá! Ó Pai». É o clamor que brota da
contemplação da verdadeira face de Deus, da revelação do mistério do Nome.
Jesus diz: «Manifestei o teu nome aos homens” (<i>Jo</i> 17, 6). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Filho de Deus feito carne nos deu a conhecer o Pai, nos
fez perceber no seu rosto humano visível a face invisível do Pai; através do
dom do Espírito Santo derramado em nossos corações, nos fez conhecer que n’Ele
nós também somos filhos de Deus, como diz São Paulo na passagem que escutamos: “Porque
sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que
clama: Abá! Ó Pai” (<i>Gal</i> 4, 6).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Queridos irmãos e irmãs, eis o fundamento da nossa paz: a
certeza de contemplar em Jesus Cristo o esplendor da face de Deus, de ser
filhos no Filho e ter, assim, na estrada da vida, a mesma segurança que a
criança sente nos braços de um Pai bom e onipotente. O esplendor da face do
Senhor sobre nós, que nos dá a paz, é a manifestação da sua paternidade; o
Senhor dirige sobre nós a sua face, se mostra como Pai e nos dá a paz. Aqui
está o princípio daquela paz profunda – “paz com Deus” – que está intimamente
ligada à fé e à graça, como escreve São Paulo aos cristãos de Roma (<i>Rm </i>5,
2). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Nada pode tirar daqueles que creem esta paz, nem mesmo as
dificuldades e os sofrimentos da vida. De fato, os sofrimentos, as provações e
a escuridão não corroem, mas aumentam a nossa esperança, uma esperança que não
decepciona, porque "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dado" (<i>Rm</i> 5, 5).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Que a Virgem Maria, que hoje veneramos com o título de
Mãe de Deus, nos ajude a contemplar a face de Jesus, Príncipe da Paz. Que Ela
nos ajude e nos acompanhe neste novo ano; que Ela obtenha para nós e para o
mundo inteiro o dom da paz. Amém!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><hr style="text-align: justify;" /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Bento XVI, Joseph Aloisius Ratzinger, foi eleito Papa a
19 de Abril de 2005, tornando-se o 265º sucessor de São Pedro. Tornou-se Papa
emérito com a sua resignação, a 28 de Fevereiro de 2013. Morreu, aos 95 anos,
no dia 31 de Dezembro de 2022.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2024/01/01/the-peace-that-is-gods-gift/" target="_blank">The Catholic Thing</a> na Segunda-feira, 1 de Janeiro de
2024)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">© 2024
The Catholic Thing. Direitos reservados. </span>Para os direitos de
reprodução contacte: info@frinstitute.org<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum de opinião católica
inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus
autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.pt/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">com
o consentimento de The Catholic Thing</a>. <o:p></o:p></p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-76734929278147542842023-12-29T10:00:00.001+00:002023-12-29T10:00:00.126+00:00O ponto mais baixo do pontificado de Francisco?<p><span style="text-align: justify;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi8jdsxQSnUy9-gVFFi0vvQxkd3cO3se11wX3Zh8KzmZht5gP46W1cZnoj10k-lRX2M7eIw4EoDhEsV7GcGPKE6_iedEkWZQqX58iqamjlgNB1PU7dDB4tb34BhSsQb_oUbhHpXCfJmoO3yMKZdSCGxXiMCjEwI1ONW7Gcfh3NyRnAdCQa6MOQP3BXzX4E/s1366/PapaFrancisco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1366" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi8jdsxQSnUy9-gVFFi0vvQxkd3cO3se11wX3Zh8KzmZht5gP46W1cZnoj10k-lRX2M7eIw4EoDhEsV7GcGPKE6_iedEkWZQqX58iqamjlgNB1PU7dDB4tb34BhSsQb_oUbhHpXCfJmoO3yMKZdSCGxXiMCjEwI1ONW7Gcfh3NyRnAdCQa6MOQP3BXzX4E/s320/PapaFrancisco.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: justify;">Com o ano a aproximar-se do
fim, e no final de uma década de pontificado de Francisco, está na altura de
perguntar se <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/estara-francisco-perder-o-controlo-da.html" target="_blank">o Papa está a perder controlo da Igreja</a>. A verdade é que a publicação do
Fiducia Supplicans espoletou uma reacção que se vem juntar a uma divisão
prolongada com as facções tradicionalistas, mas também com os progressistas na
Alemanha e agora com uma diocese inteira da Igreja Siro-Malabar. Este artigo é
uma versão mais curta de um que vai sair ainda hoje no site do Expresso e na
edição impressa desta semana.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O tema das bênçãos para
pessoas em uniões homossexuais foi, claro, um dos vários abordados no episódio
desta semana do podcast E Deus Criou o Mundo, em que tive o privilégio de
participar. <a href="https://www.rtp.pt/play/p1812/e-deus-criou-o-mundo" target="_blank">Podem ouvir aqui</a>. E fiquem atentos, porque também estarei no próximo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Está a chegar ao final mais um
ano de muitos conflitos. A fundação Ajuda à Igreja que Sofre dá-lhe <a href="https://acninternational.org/ten-countries-in-need-of-prayers-for-peace/~" target="_blank">uma lista de 10 países ou regiões</a> que estão a precisar especialmente de
orações. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Infelizmente o Natal passou
com <a href="https://fundacao-ais.pt/nigeria-natal-ensombrado-por-ataques-que-causaram-mais-de-400-vitimas/" target="_blank">mais uma tragédia para os cristãos na Nigéria</a>. São pelo menos 160 mortos e
centenas de feridos no mais recente ataque. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Numa nota um pouco mais
positiva, convido-vos a conhecer a história de Milad, um jovem sírio cujo nome
significa Natal. <a href="https://acninternational.org/syria-milad-means-christmas/" target="_blank">Vale a pena ler, acreditem</a>!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"></p><div style="text-align: justify;"><a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/a-pergunta-de-maria.html" target="_blank">No artigo desta semana do The Catholic Thing</a> o padre Paul Scalia analisa a
diferença entre a pergunta que Nossa Senhora fez ao Arcanjo Gabriel, e a que
Zacarias fez ao anjo que lhe anunciou o nascimento de João Baptista.</div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-3872770117727823462023-12-28T13:50:00.001+00:002023-12-28T14:00:41.212+00:00Estará Francisco a perder o controlo da Igreja?<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYl5_Dv4a-awvo-vtritCe3wuahoh9SpMzqcBFoxV4DqVP-V7VrNbUhMXGq0EKYpAxmh4dV1Pi-IfPjhuVTICVdbev630YPjtdf3Xp46-HRxcqDHJsbnpy_1hxH5G_3LWeF1z2yleOh6s4ZsKeorAXWvw0nbFLbaV2iT21H7qx4eTTWY_zsfTISZPTiNQn/s256/craiyon_091846_Pope_Francis_wrapped_in_the_flag_of_the_united_arab_emirates.png" style="clear: left; display: inline; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="256" data-original-width="256" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYl5_Dv4a-awvo-vtritCe3wuahoh9SpMzqcBFoxV4DqVP-V7VrNbUhMXGq0EKYpAxmh4dV1Pi-IfPjhuVTICVdbev630YPjtdf3Xp46-HRxcqDHJsbnpy_1hxH5G_3LWeF1z2yleOh6s4ZsKeorAXWvw0nbFLbaV2iT21H7qx4eTTWY_zsfTISZPTiNQn/s1600/craiyon_091846_Pope_Francis_wrapped_in_the_flag_of_the_united_arab_emirates.png" width="256" /></a></div><div>[Esta é uma versão resumida de um artigo que escrevi para o Expresso, que pode ser lida na edição impressa e no site]</div><div><br /></div>O Pontificado do Papa
Francisco poderá estar a atravessar o seu momento mais difícil, com crises em
diferentes pontos do mundo católico a pôr seriamente em causa a autoridade de
Roma e a própria unidade da Igreja. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A declaração Fiducia
Supplicans causou bastante polémica na Igreja, com o Dicastério para a Doutrina
da Fé a anunciar que pessoas em uniões homossexuais podem receber bênçãos. Sem
surpresas, a ideia que passou para o mundo foi de que o Papa acabava de aprovar
a bênção de uniões homossexuais, apesar de o texto dizer explicitamente que a
bênção é para as pessoas, e em caso algum para a relação em si. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">No seguimento dessa declaração
aconteceu um facto muito pouco comum, com muitos padres, bispos, e até
conferências episcopais inteiras, a dizer que não aplicarão a Fiducia
Supplicans nos seus territórios. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Pelo menos 10 conferências
episcopais, incluindo a Polónia e o Canadá, já reagiram negativamente ao
documento, algumas proibindo explicitamente a sua implementação, e outras
apenas reiterando a proibição de bênçãos específicas para relações e uniões
homossexuais. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E se é verdade que algumas das
reações negativas vieram dos “suspeitos do costume”, também há bispos que são
tidos como próximos de Francisco, como Ambongo Besungo, da República
Democrática do Congo, que faz parte do grupo de cardeais consultores do Papa
desde 2020 e chegou mesmo a pedir uma resposta conjunta de todos os bispos
africanos, na qualidade de presidente do Simpósio de Conferências Episcopais de
África e Madagáscar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Talvez uma das respostas mais
firmes tenha sido do arcebispo maior Sviatoslav Shevchuk, que é o líder da
Igreja Greco-Católica da Ucrânia, que se demarcou do documento, dizendo que ele
não se aplica à sua igreja. Shevchuk e Francisco podem ter tido alguns
desentendimentos por causa da guerra na Ucrânia, mas são amigos e conhecem-se
há muitos anos, pois Shevchuk liderou a comunidade ucraniana na Argentina.<o:p></o:p></p>
<h3 style="text-align: justify;"><b>Alemanha e Índia</b></h3>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Entretanto a maioria dos
bispos alemães continua a defender o seu “caminho sinodal”, que já apelou
explicitamente a mudanças na doutrina moral e sexual da Igreja e tem um caráter
marcadamente progressista e liberal. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Francisco criticou abertamente
o “caminho sinodal”, dizendo que “a Alemanha já tem uma Igreja evangélica, não
precisa de outra”, mas até agora tem evitado tomadas de posição mais firmes que
possam acelerar a divisão ou mesmo promover uma rutura. Esta atitude, contudo,
leva as alas mais conservadoras a estranhar a dualidade de critérios,
recordando que o Papa tem tido mão firma contra outras comunidades, como por
exemplo os tradicionalistas, que viram limitada a liberdade que o Papa Bento
XVI tinha concedido para a celebração de missa de acordo com a liturgia
anterior ao Concílio Vaticano II. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O clima de desconfiança entre
Roma e os grupos tradicionalistas espalhados pelo mundo tornou-se conhecida
como a “guerra litúrgica” e torna ainda mais bizarro o que está a acontecer
neste momento na Índia, onde o clero de uma diocese inteira pode estar prestes
a ser excomungado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Trata-se da diocese de Ernakulam-Angamaly,
a principal da Igreja Siro-Malabar, a segunda maior igreja católica de rito
oriental do mundo, a seguir à já referida igreja ucraniana. A Igreja
Siro-Malabar tem mais de quatro milhões de membros, e só a diocese de Ernakulam
tem 500 mil, com pelo menos 400 padres. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Tal como outras igrejas de
rito oriental, a Igreja Siro-Malabar tem a sua própria liturgia, de origem
siríaca, muito anterior à chegada dos portugueses à Índia. Contudo, essa
liturgia sofreu muitas influências latinas ao longo dos séculos, que a Igreja tem
tentado retificar. Uma dessas influências levou a que em algumas dioceses,
incluindo em Ernakulem, os padres passassem a celebrar a liturgia voltados para
a comunidade, em vez de seguir a tradição de celebrar voltados para o altar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como parte do esforço de
uniformização e regresso às raízes litúrgicas, o sínodo da Igreja Siro-Malabar
chegou a uma fórmula de consenso em que os padres celebram voltados para os
fiéis, exceto a liturgia eucarística, em que se voltam para o altar. Todas as
dioceses aceitaram, menos a de Ernakulem, onde padres e fiéis se revoltaram de
tal forma contra as novas regras que a polícia encerrou a catedral para evitar
cenas de violência e grupos de fiéis queimaram efígies de cardeais da cúria
romana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Falhadas várias tentativas de
mediação, o Papa Francisco enviou uma mensagem para a diocese em que pediu aos
padres para “não se tornarem uma seita”, sublinhando que a persistência na
desobediência poderia levar à excomunhão. Francisco deu até ao Natal para se começar
a celebrar o novo rito, mas no dia 25 de dezembro os padres da diocese
limitaram-se a celebrar uma missa de acordo com essa liturgia, deixando claro
que o faziam por respeito ao Papa, e que ela não se tornaria regra. A
possibilidade de um acordo não está descartada, mas o braço-de-ferro mantem-se.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A ironia de o Vaticano estar,
de um lado, a pressionar os fiéis de rito latino que querem celebrações com o
padre voltado para o altar e, do outro, a ameaçar com excomunhão os padres e
fiéis que querem celebrar voltados para o povo, tem sido sublinhada, embora as
situações não sejam idênticas. Mas o que as duas realidades revelam é que
Francisco tem entre mãos uma Igreja Católica universal cada vez mais dividida,
com conflitos abertos sem solução evidente à vista. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p><p><span style="text-align: justify;">Acresce que a idade avançada
do Papa, e a sua saúde frágil, tornam ainda menos provável que ele consiga
resolver estas crises antes do final do seu pontificado, até porque os seus
opositores podem estar dispostos simplesmente a esperar que seja eleito o seu
sucessor, para terem um novo parceiro de diálogo, o que implica também que
todas estas questões: as bênçãos a homossexuais, o caminho sinodal alemão e as
diferentes frentes das guerras litúrgicas, podem vir a desempenhar um papel
importante no próximo conclave.</span> </p>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-26047608400500247492023-12-27T13:04:00.003+00:002023-12-27T13:04:23.607+00:00A Pergunta de Maria<p style="text-align: left;"><span style="text-align: justify;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvCPGrTmirnTUbs0mN38eZPkebka6msljNQla_z9gyI8hzjmAp9YuPDPCN4oaSfn7mY9XmhWO9FzSq0ZuxBxMe3sjZc6Npi1n95r7OrHngHaqPppACHoT4167ALAkeMCXdj09lc8aYsfTTMD_Unr-Rapksije0gAqdynZuBVa74ItQ07UC_XeaWBxFCgOQ/s312/Paul-Scalia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="250" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvCPGrTmirnTUbs0mN38eZPkebka6msljNQla_z9gyI8hzjmAp9YuPDPCN4oaSfn7mY9XmhWO9FzSq0ZuxBxMe3sjZc6Npi1n95r7OrHngHaqPppACHoT4167ALAkeMCXdj09lc8aYsfTTMD_Unr-Rapksije0gAqdynZuBVa74ItQ07UC_XeaWBxFCgOQ/s1600/Paul-Scalia.jpg" width="250" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pe Paul Scalia</td></tr></tbody></table></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="text-align: justify;">Ora aqui está uma coisa curiosa.
A Bendita Virgem Maria – o último máximo de humildade, fé e obediência – faz
algo que normalmente não associamos a essas virtudes. Faz uma pergunta: “Como
será isso, se não conheço homem?”. Claro que a pergunta é feita precisamente
com toda a humildade, fé e obediência. Ao fazê-la ela ensina-nos a perguntar e,
por isso, a pensar rectamente sobre a nossa fé.</span></div><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">E devemos mesmo pensar sobre a
nossa fé. Não o fazer seria um mau serviço à fé em si. A revelação de Deus é
feita a criaturas racionais e deve ser recebida e respondida como tal. Jesus
Cristo, a plenitude da revelação de Deus, é o Logos – o verbo, a ideia e ou o
pensamento – tornado carne. Deus é o nosso “culto racional” (Romanos 12,1). A
ausência de pensamento deturpa e distorce a fé católica. Conduz a uma fé
superficial, supersticiosa e frágil, pronta para ser estilhaçada mal seja
confrontada por uma boa pergunta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Fiéis que não pensam tornam-se
alvo fácil para predadores. São como a semente que caiu ao longo do caminho. “Quando
um homem ouve a palavra do Reino e não a entende, o Maligno vem e arranca o que
foi semeado no seu coração” (Mateus 13,19). Um magistério que não pensa
torna-se uma tirania que não ensina a palavra de Deus com autoridade, mas impõe
simplesmente o seu poder. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Agora, para apreciar a pergunta
de Nossa Senhora, temos de a contrastar com a pergunta de Zacarias que surge
mais cedo no Evangelho de São Lucas (ver Lucas 1,5-23). O Anjo Gabriel
aparece-lhe no templo. Junto ao altar, anuncia a resposta às orações de
Zacarias, o nascimento de João Baptista. Em resposta, Zacarias pergunta: “Como
terei certeza disso?” À primeira vista, a pergunta é semelhante, praticamente a
mesma feita por Maria. Mas a diferença é profunda. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como terei a certeza disso?
Bom, tens à tua frente o mensageiro de Deus. Isso devia ser prova suficiente.
Se o envio de anjo por Deus não é suficiente, então que mais será preciso? Em
termos modernos, a pergunta de Zacarias soaria a algo como “deve ser, deve”, ou
“Ai sim? Então prova.” Ele não está aberto à verdade que lhe está a ser
anunciada. Pelo contrário, insiste que Deus lhe dê provas. Zacarias é um
cético, não procura conformar a sua mente à realidade, mas insiste que a
realidade se comprove ao seu gosto. Isso torna Zacarias uma imagem adequada da
maioria dos pensadores modernos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A pergunta de Maria é
diferente. “Como pode ser isso?” pode ser traduzido como “como será isso?” ou
ainda “Como é que isto vai ser?” O ponto é que ela aceita que aquilo que o anjo
lhe anunciou será. Mas também quer saber como. Maria confia – tem fé – de que o
mensageiro de Deus está a dizer a verdade. Depois, quer compreender como é que
esse milagre irá ocorrer<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf1oHJyaV17w6YuxZbwcAgX4RhBM6m4x2IrQYio0UsFVe_f8_vu6J6FeQA1uvBiLszKxpE6sguEo5-PHAypP08gd5P8UWbP5VD7F4EnwNxlb1T4xt69q3a7zi2cu2AMse-1ZUjJyP28ioNGT1UGOR_D8XnfyzKAq1PuGck_IpjXJuJSAfe-qWI-dcgN43D/s2250/Annunciation.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="2250" data-original-width="1851" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf1oHJyaV17w6YuxZbwcAgX4RhBM6m4x2IrQYio0UsFVe_f8_vu6J6FeQA1uvBiLszKxpE6sguEo5-PHAypP08gd5P8UWbP5VD7F4EnwNxlb1T4xt69q3a7zi2cu2AMse-1ZUjJyP28ioNGT1UGOR_D8XnfyzKAq1PuGck_IpjXJuJSAfe-qWI-dcgN43D/s320/Annunciation.jpg" width="263" /></a></div><div style="text-align: justify;">Esta é, por isso, a primeira
lição que Nossa Senhora nos ensina sobre como pensar: fazer perguntas com fé. A
definição de teologia é uma fé que tenta compreender. Primeiro, acreditamos
naquilo que Deus revelou; depois procuramos compreendê-lo melhor. Não
condicionamos a nossa fé à compreensão. Não dizemos: “Acreditarei, depois de me
convenceres”. Isso foi o que fez Zacarias, e foi punido por isso. A fé no que
Deus revelou é necessária ao pensamento correcto na Igreja.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Na verdade, a fé é necessária
para qualquer tipo de pensamento. Todos os professores compreendem isto, porque
a primeira coisa que os seus alunos devem fazer é confiar neles. Se o aluno não
tiver este tipo de fé natural, se recusar-se a confiar, então não será capaz de
receber aquilo que o professor tem para partilhar. Os revolucionários
instam-nos questionar a autoridade, mas esse é o mantra daqueles que se recusam
a ser ensinados e por isso nunca aprenderão a pensar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Em segundo lugar, Maria mostra-nos
que devemos fazer perguntas com a disposição certa para receber a resposta. A
pergunta de Zacarias era a única resposta que ele queria. A pergunta de Nossa
Senhora revela abertura a aprender. Aqui devemos recordar a frase de Newman de
que “dez mil dificuldades não formam uma dúvida”. Uma dificuldade é uma
perplexidade ou questão sobre algum aspecto da fé. Leva a questionar e à
disposição para acolher o que Deus tem para dizer. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Já a dúvida tem as suas raízes
no cepticismo, e conduz ao mesmo. Coloca Deus no Banco dos Réus e coloca sobre
Ele o ónus da prova. A ironia é que Deus fez muitas coisas para provar o seu
amor por nós. Mas não estamos abertos às suas respostas. Estamos constantemente
a mudar o alvo, insistindo que ele se prove de acordo com os nossos critérios. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Terceiro, Maria revela que as
nossas questões devem servir para a autodoação. A sua pergunta não é apenas um
exercício intelectual. Não está a perguntar só porque era giro saber. Ela não
sofre do vício de <i>curiositas</i>. Antes, pergunta, procura compreender mais,
para que se possa conformar à verdade de Deus. É por isso que devemos fazer
perguntas sobre a fé: para que, ao compreender melhor, possamos dar-nos
mais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O castigo de Zacarias foi ficar
mudo – porque os cépticos não têm nada de útil para dizer. Maria foi premiada
com uma explicação e uma prova. Ela não as exigiu; Deus deu-lhas na sua
generosidade. Nem sempre Ele fala tão rápida ou claramente. Mas retribui sempre
aqueles que o buscam com corações retos e sinceros, que desejam conhecê-lo e
compreendê-lo mais, não segundo os seus critérios, mas segundo os dele. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: left;"></p><hr style="text-align: justify;" /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Pe. Paul Scalia é sacerdote
na diocese de Arlington, pároco da Igreja de Saint James em Falls Church e
delegado do bispo para o clero. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado pela primeira vez
no domingo, 24 de Março de 2023 em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2023/12/24/marys-question/">The Catholic
Thing</a>) <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-GB" style="mso-ansi-language: EN-GB;">© 2023 The Catholic Thing. Direitos
reservados. </span>Para os direitos de reprodução contacte: <a href="mailto:info@frinstitute.org">info@frinstitute.org</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">The Catholic Thing é um fórum
de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva
responsabilidade dos seus autores. <a href="http://actualidadereligiosa.blogspot.com/2012/01/catholic-thing-chega-ao-mundo-lusofono.html">Este
artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The
Catholic Thing</a>. <o:p></o:p></p><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-58614446434223586882023-12-22T10:00:00.001+00:002023-12-22T10:00:00.136+00:00Assassinatos na Terra Santa e bênçãos polémicas na Santa Sé<p><a href="https://rr.sapo.pt/fotoreportagem/religiao/2023/12/17/papa-celebra-87-anos-mas-pede-que-cristaos-celebrem-nascimento-de-jesus/359536/" style="text-align: justify;" target="_blank"></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmZKc_lIJAHf_niaS9aEG6W52OkIYZ0rjJPN5Mz5qDciLGaB_MgbLsuey5DJOW9BFwHglD3tn7FPYGrcSO0nu5PY8D8U_ISuxgma4XHiXF95cY0UbLieeqT0HwYPUyBGDGEwTfyXJbiwMtrs6Y-FZ8EvXDn4gAlAKFqhuaL-kbEd8WQ3KrSptumxTOOVTg/s268/Nativity.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="268" data-original-width="220" height="268" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmZKc_lIJAHf_niaS9aEG6W52OkIYZ0rjJPN5Mz5qDciLGaB_MgbLsuey5DJOW9BFwHglD3tn7FPYGrcSO0nu5PY8D8U_ISuxgma4XHiXF95cY0UbLieeqT0HwYPUyBGDGEwTfyXJbiwMtrs6Y-FZ8EvXDn4gAlAKFqhuaL-kbEd8WQ3KrSptumxTOOVTg/s1600/Nativity.jpg" width="220" /></a></div>O Papa Francisco fez esta semana 87 anos<span style="text-align: justify;">, e que semana foi!</span><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Começou no passado sábado com
a notícia da condenação de dez pessoas e quatro empresas no megaprocesso de
corrupção no Vaticano. O Cardeal Becciu recebeu a sentença mais pesada, <a href="https://rr.sapo.pt/noticia/religiao/2023/12/16/cardeal-becciu-condenado-a-cinco-anos-e-meio-de-prisao/359438/" target="_blank">com cinco anos e seis meses de prisão.</a> Agora haverá recursos, como é evidente, e
a coisa pode ser demorada, mas a primeira fase está concluída. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Este processo é de uma
complexidade enorme, e é muito difícil acompanhar tudo em detalhe. Uma das
pessoas que tem feito o melhor trabalho nesse campo é o Ed Condon, do The
Pillar. Por isso, se lêem bem inglês, <a href="https://www.pillarcatholic.com/p/cardinal-becciu-guilty" target="_blank">sugiro que acompanhem a reportagem dele</a>, que será certamente a melhor fonte de
informação. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Dois dias depois de ter saído
a sentença, o Dicastério para a Doutrina da Fé lançou um <a href="https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_ddf_doc_20231218_fiducia-supplicans_en.html" target="_blank">documento sobre bênçãos</a>, que explica que pessoas em uniões irregulares, incluindo em
uniões homossexuais, podem pedir bênçãos aos ministros da Igreja. O documento foi
apresentado na imprensa como uma revolução e como se a Igreja estivesse a aceitar
as uniões homossexuais. Não é mesmo assim tão simples. Fui chamado várias vezes
a falar do assunto, para diferentes órgãos de imprensa, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/as-minhas-declaracoes-sobre-o-fiducia.html" target="_blank">sugiro que cliquem aqui</a> e sigam os diferentes links para ver a minha opinião. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Estamos em vésperas do Natal e
a Terra Santa, onde tudo começou, continua a ferro e fogo. Recentemente tivemos
a terrível notícia do assassinato – é mesmo esse o termo – de duas mulheres
cristãs que se encontravam dentro do complexo da paróquia Católica em Gaza. <a href="https://acninternational.org/gaza-city-two-women-killed/" target="_blank">Foram mortas com tiros de sniper</a>, e outras sete pessoas ficaram feridas. Quem carregou
no gatilho? Israel dirá Hamas, Hamas dirá Israel. A própria da comunidade cristã
palestiniana <a href="https://www.lpj.org/en/news/gaza-16th-december-2023" target="_blank">acredita que foi Israel</a>, mas o que interessa é que isto é mais um prego no caixão da
já pequena comunidade de Gaza. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Não deixem de ler o artigo
desta semana do The Catholic Thing, no qual Stephen White comenta o facto de a
nossa civilização guardar cada detalhe minúsculo do passado, mas não parecer
capaz de produzir nada que dure mais do que uma ou duas gerações<a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/12/lembrar-de-esquecer.html" target="_blank">. Para saber o que isto tem a ver com a Basílica de São Pedro, leia</a>.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Convido ainda a quem possa ou
queira que leia o meu artigo na <a href="https://www.broteria.org/pt/home" target="_blank">edição em papel da revista Brotéria</a>, que está agora à venda, e que oiçam o
programa “<a href="https://www.rtp.pt/play/p1812/e-deus-criou-o-mundo" target="_blank">E Deus Criou o Mundo</a>” da RDP de dia 26 de Dezembro, para o qual fui convidado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Só me resta desejar a todos um
Santo Natal! Voltarei para a semana, se Deus quiser.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-9341471268264407722023-12-20T23:58:00.002+00:002023-12-21T10:09:13.669+00:00As minhas declarações sobre o Fiducia Supplicans<p style="text-align: justify;">Ao longo dos últimos dias tenho sido chamado a pronunciar-me algumas vezes sobre a mais recente declaração do Dicastério para a Doutrina da Fé "Fiducia Supplicans".</p><p style="text-align: justify;">Junto aqui links para os que estão disponíveis.</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://expresso.pt/sociedade/religiao/2023-12-19-O-Papa-Francisco-equiparou-as-relacoes-homossexuais-ao-casamento-ou-foi-um-documento-para-alemao-ver--E-porque-usou-a-palavra-casal--d5f32d97" target="_blank">Aqui encontram o meu texto para o Expresso online</a>. É apenas para assinantes. Vai sair outro texto na edição impressa desta semana. </p><p style="text-align: justify;"><a href="https://observador.pt/programas/resposta-pronta/se-casal-quiser-bencao-padre-pode-dizer-nao/" target="_blank">Aqui encontram as minhas declarações à Rádio Observador</a>.</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://sicnoticias.pt/mundo/2023-12-20-Esta-nao-e-uma-bencao-da-uniao-homossexual-e-uma-bencao-para-as-suas-vidas-43adb330" target="_blank">Aqui encontram a minha participação na SIC Notícias</a> de quarta-feira de manhã.</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://expresso.pt/podcasts/expresso-da-manha/2023-12-21-Abencoar-casais-homossexuais-nao-e-abencoar-o-seu-casamento-13fa9579" target="_blank">Aqui podem ouvir</a> a minha participação no podcast Expresso da Manhã. </p><p style="text-align: justify;">E por fim, <a href="https://actualidadereligiosa.blogspot.com/2023/10/papa-autoriza-bencaos-unioes.html" target="_blank">aqui encontram o artigo que escrevi sobre esta questão em Outubro</a>, quando foram publicadas as respostas às dubia, em que este assunto apareceu.</p>Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-9054837456514898900.post-87709439427020724322023-12-20T10:43:00.003+00:002023-12-20T10:43:28.428+00:00Lembrar de esquecer<p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: justify;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqnoZg8iluIY7VK07UMPKE7H7WjtVtbrQu_DKHOLglqEqS8L8WvmYH_1pBP9A-x8FwpYb_5gRMgXfdymYImF9jU-9ng1sd8DlzY8E08pj9jZxSeeJf_khClaKvlD3Gt7f9ADPPnBAZ8MhP9HB7kCznRDmYRpe_J0r8WC56ciTZHqY8sBBsljp-EoEEcJut/s300/Stephen%20P%20White.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqnoZg8iluIY7VK07UMPKE7H7WjtVtbrQu_DKHOLglqEqS8L8WvmYH_1pBP9A-x8FwpYb_5gRMgXfdymYImF9jU-9ng1sd8DlzY8E08pj9jZxSeeJf_khClaKvlD3Gt7f9ADPPnBAZ8MhP9HB7kCznRDmYRpe_J0r8WC56ciTZHqY8sBBsljp-EoEEcJut/w200-h200/Stephen%20P%20White.jpg" width="200" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Stephen P. White</td></tr></tbody></table></p><div style="text-align: justify;">No início do Século XVI o Papa Júlio II decidiu demolir a
Basílica de São Pedro. A antiga basílica, construída por Constantino por cima
do túmulo do apóstolo, no Século IV, tinha servido bem, mesmo segundo os
padrões romanos. Mas depois de doze séculos de terramotos, pilhagens e descuido
generalizado, a antiga Basílica de São Pedro estava em risco de desabar. Por
isso, o Papa Júlio desistiu dos seus planos de renovar o edifício e mandou-o
demolir e substituir.</div><p></p><p class="MsoNoSpacing"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">A basílica que conhecemos hoje, com a sua majestosa
cúpula – a basílica de Bramante e de Miguel Ângelo e Bernini – começou a ser
edificada em 1506 e foi consagrada em 1626. Ou seja, a Basílica de São Pedro
que conhecemos hoje só existe há um terço do tempo que a sua antecessora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Como se não bastasse a demolição de um dos mais sagrados
santuários da cristandade, o mármore usado para a fachada da nova basílica veio
de um local próximo e barato, a pedreira preferida dos romanos: o Coliseu. Os
romanos da idade média, e até bem mais tarde, nunca tiveram problemas em
reutilizar pedras de antigos edifícios e monumentos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Retirar mármore do Coliseu pode-nos parecer hoje um acto
de vandalismo histórico e cultural, mas fazê-lo para construir algo tão
grandioso como a Basílica de São Pedro é certamente louvável quando comparado
com os outros usos que os romanos contemporâneos davam às toneladas de mármore
do Coliseu, que costumavam esmagar e queimar para fazer cal viva.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Que cultura é esta que tem a audácia de usar o Coliseu (e
não apenas o Coliseu, mas a maioria dos antigos edifícios romanos) como
pedreira? Que cultura tem a temeridade de demolir um dos edifícios mais
veneráveis do mundo, a antiga Basílica de São Pedro, mas tem também a confiança,
capacidade e visão para construir algo tão magnífico como a basílica actual?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Lembro-me de ficar a pensar nesta incongruência há uns
anos, quando estava em Roma. Por um lado, não podemos se não lamentar a
aparente indiferença para com a preservação de monumentos que agora
consideramos de significado histórico e cultural insubstituível. Porém, esta
mesma disposição para pilhar o passado produziu alguns dos maiores feitos de
arte e arquitectura em toda a civilização ocidental. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Hoje jamais nos passaria pela cabeça arrancar nacos do
Coliseu para construir uma nova igreja. Mas também não parecemos capazes de
construir nada que tenha o significado e a beleza duradouras da Basílica de São
Pedro. Podemos tentar manter e restaurar um edifício antigo, mas é difícil
imaginar simplesmente demoli-lo, quanto mais de imaginar a nossa cultura a
construir um substituto que possa rivalizar com o original, ou exceder a sua beleza
intemporal e a sua magnificência original. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Naquele dia em Roma dei por mim a pensar se não existirá
alguma ligação causal entre a disposição de uma cultura para largar o passado –
deixar que esse passado esvaneça na memória, ou ser mesmo esquecido – e a
capacidade para o tipo de criatividade e confiança necessárias para construir
algo tão novo e tão magnífico como a actual Basílica de São Pedro. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O nosso mundo tem uma grande dificuldade em desligar-se
do passado. Os museus que construímos para albergar coisas belas, mas também
curiosas ou apenas antigas, são uma invenção relativamente recente. Os mundos
antigos e medievais não tinham nada como museus, pelo menos no sentido que lhes
atribuímos hoje. Sim, havia colecções de arte e de escultura, e por aí fora,
mas a preservação em larga escala até dos mais pequenos artefactos do passado é
um fenómeno distintivamente moderno. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6taE4p-xhDpieLKwb7owxweujpdnvWyKec_lgvl9k6BmcOZx-P_ub0ZGySrsrYAtywV8e-ruvKXl-StQBwq7Eej7VXkLnZeLKun16-BTON2V6b1ftZUKwX29j9S3SzTc6QPTooKBD1l7YXCP5f_4NQ5r8xdzy8vHzdhCR1jbqirWadwFKAPm31k1gr7a-/s275/Sao%20Pedro.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6taE4p-xhDpieLKwb7owxweujpdnvWyKec_lgvl9k6BmcOZx-P_ub0ZGySrsrYAtywV8e-ruvKXl-StQBwq7Eej7VXkLnZeLKun16-BTON2V6b1ftZUKwX29j9S3SzTc6QPTooKBD1l7YXCP5f_4NQ5r8xdzy8vHzdhCR1jbqirWadwFKAPm31k1gr7a-/s1600/Sao%20Pedro.jpeg" width="275" /></a></div><div style="text-align: justify;">Estudamos atenciosamente os detritos de eras passadas,
mas, no entanto, construímos pouco que mereça ser preservado daqui a mil anos,
se é que dure tanto tempo. O que criamos hoje em dia raramente é pensado para
durar para sempre, ou sequer mais do que uma ou duas gerações. E não é só na
arquitectura. Pensem em quanta da nossa arte e literatura contemporânea se
resume ao comércio da nostalgia, sequelas e prequelas infinitas, reedições de
filmes antigos, mas com efeitos especiais modernos.</div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Não pensem que estou a subvalorizar o passado. A memória
é uma parte fundamental da existência humana, de certa forma, é a melhor parte.
Agarramo-nos àquilo que amamos e estimamos, e conhecemos muito bem a dor da
perda. O desejo de explorar o passado e aprender dele é perfeitamente saudável.
E o anseio por preservar e sustentar o que é bom surge naturalmente, tal como o
esquecimento – pelo menos daquilo que é verdadeiramente importante – é a morte
de qualquer sociedade ou civilização. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Ainda assim, não consigo se não pensar que uma
preocupação pouco natural com a preservação – a exagerada fixação pelas coisas
boas deste mundo – anda de mão dada com uma imaginação diminuta daquilo que
ainda está por vir. O horizonte da nossa experiência abre-se diante de nós e fecha
atrás. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">“O que foi, o que será; o que foi feito, o que será
feito. Nada há de novo debaixo do sol!”. Assim fala Qohélet.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Entretanto, estamos todos presos algures no meio. A
transitoriedade deste mundo, de nós mesmos e de tudo o que podemos construir e
estimar, permanece como um facto teimoso da existência humana. Isso, pelo
menos, não se pode atribuir aos males próprios da modernidade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O esquecimento é, também, parte da providência divina. O
esquecimento pode também ser libertador, tal como quando a misericórdia apaga o
arrependimento. Talvez a nossa cultura, na qual tudo é catalogado e armazenado
para sempre “na nuvem”, e que parece nunca se esquecer de nada excepto aquilo
que é importante, tivesse a ganhar com o esquecimento de algumas coisas, ou com
a contemplação de algumas novas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">O Advento é um bom tempo para reflectir sobre tudo isto.
Durante o Advento a Igreja recorda-nos do fim de todas as coisas enquanto se
prepara para a celebração da única coisa genuína e radicalmente nova que
aconteceu em toda a história da criação. Que alegria em poder contemplar aquela
criança na manjedoura! É o suficiente para nos abandonarmos nas mãos de Deus e
esquecer tudo o resto. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing"></p><hr style="text-align: justify;" /><o:p></o:p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">Stephen P. White é investigador em Estudos Católicos no
Centro de Ética e de Política Pública em Washington.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">(Publicado em <a href="https://www.thecatholicthing.org/2023/12/17/remembering-to-forget/" target="_blank">The Catholic Thing</a> no Domingo, 17 de Dezembro de 2023)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;"><span lang="EN-US" style="mso-ansi-language: EN-US;">© 2023
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