Tuesday, 2 August 2022

Patriarcado de Lisboa sem direito a Silly Season

Costuma-se dizer que os meses de Verão são “silly season”, em que há escassez de notícias “sérias”. No que diz respeito à Igreja, isso não tem correspondido à verdade.

Em Portugal tem reinado o tema dos abusos sexuais. A acrescentar aos dois casos de que falei no último mail, ressurgiu um caso que radica dos anos 90 e que colocou o Patriarca sob alguma pressão, por não ter comunicado o caso às autoridades.

Estes três casos levantam algumas questões, que abordei neste artigo, deixando também algumas pistas com o objectivo de contribuir para o esclarecimento e melhor abordagem da questão em Portugal.

Hoje publiquei outro artigo no blog, em que analiso um pouco não o artigo que deu origem à mais recente polémica, mas sim a campanha que tem sido feita em torno do Patriarca que parece ter como objectivo pressioná-lo a demitir-se. A meu ver é uma campanha injusta e em nada beneficiaria as vítimas ou a melhoria da situação.

Entretanto tivemos hoje nova polémica, com o Patriarcado a informar que um padre foi suspenso depois de ter sido acusado de violação de uma mulher, maior de idade. A existência e o conteúdo do comunicado parecem indicar que o Patriarcado está a aprender com erros do passado e a apostar numa maior transparência.

E enquanto tudo isto se passava em Portugal, o Papa Francisco esteve no Canadá numa visita que marca uma nova etapa na relação da Igreja com abusos de toda a natureza que foram cometidos contra pessoas vulneráveis. Uma viagem que constitui um “passo fundamental rumo à reconciliação”, diz um bispo canadiano.

Tendo estado num campo de férias a semana toda, não pude acompanhar a viagem como gostaria, mas recomendo este resumo feito pela sempre brilhante Aura Miguel, na Renascença.

Deixo-vos com os dois artigos do The Catholic Thing que foram publicados desde o meu último mail. O do Pe. Jay Scott Newman é uma resposta a um artigo anterior, que também publiquei no blog. Esse artigo argumentava que sendo bom, claro, o conhecimento das escrituras não é essencial para a vida de um cristão. Newman contrapõe que “quem ignora as Escrituras ignora a Cristo”.

O artigo da semana passada é de David Bonagura, que argumenta que neste momento da vida americana, em que o aborto deixou de ser um direito constitucional, é fundamental o movimento pro-vida demonstrar que não defende que as mulheres – que são sempre vítimas também – sejam julgadas e eventualmente encarceradas por abortar. Vale bem a pena ler.

O Hospital de Campanha está de férias, e volta em Setembro, se Deus quiser, mas podem ouvir episódios antigos aqui.

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