por Kristina Johannes |
Estou envolvida nesta luta há
muito tempo e já vi as sondagens em defesa do casamento a variar de Estado para
Estado. Alguns peritos dizem que é apenas uma questão de tempo até a corrente
mudar a favor de uma redefinição política do termo casamento. Não admira, tendo
em conta a propaganda a que as novas gerações têm sido sujeitas nas escolas por
todo o país.
Pelo caminho tem havido marcos
importantes que têm travado a marcha, supostamente inevitável, em direcção à
redifinição da realidade. Sempre que os eleitores são chamados a pronunciar-se
reafirma-se a natureza, confirmando o que o senso comum nos diz sobre o
casamento.
A destruição do casamento é
inevitável? Claro que não. Mas os números cada vez menos expressivos das
maiorias não podem ser ignorados.
Sempre pensei que os católicos
deviam estar envolvidos em pelo menos um apostolado pró-vida, não interessa
qual. Penso o mesmo em relação à protecção do casamento.
Santo Inácio terá advertido os
seus seguidores a agir como se tudo dependesse de nós e a rezar como se tudo
dependesse de Deus. É uma premissa exigente, mas que nos permite dormir
descansados.
Os católicos gostam de colocar
tudo sob a protecção de santos padroeiros. Enquanto protector da Sagrada
Família, São José parece-me um candidato perfeito para a protecção do
casamento.
Em tempos de turbulência para a
Igreja, Leão XIII escreveu uma encíclica sobre São José, Quamquam
Pluries, na qual propôs que juntássemos à devoção a Nossa Senhora a devoção
a São José. Para melhor implementar esta prática o Papa incluiu uma oração que
devia ser recitada no fim do terço durante o mês de Outubro. Ele esperava que
esta devoção se tornasse anual. Passados quase 125 anos, talvez devêssemos
torná-la diária.
Basta pensar um bocado na vida
de São José para perceber porque é que ele é um intercessor tão poderoso.
Maria não era uma “mãe solteira”
na altura da Anunciação, já era esposa de José. O noivado judaico implicava uma
verdadeira troca de consentimento matrimonial. Por isso, a Encarnação esperou
pelo casamento de Maria e José. Este facto não tem sido suficientemente
apreciado e, ao que parece, alguns preferiam nem sequer saber.
O casamento envolve um dom
mutual de si. O dom de Maria foi uma consagração magnífica e total a Deus (o
que a tornou a mãe perfeita de Deus). O dom recíproco de José foi o sacrifício
da vida conjugal, permitindo assim a total consagração de Nossa Senhora.
Através do seu sacrifício, José
deu a sua vida por Maria e, consequentemente, pôde recuperá-la de forma
extraordinária, tornando-se o pai de Deus, não na carne mas na mente, quando a
sua mulher, Maria, concebeu pelo poder do Espírito Santo.
O casamento de Maria e José |
Por isso, embora Maria tenha
concebido de forma totalmente milagrosa, permanecendo virgem, o amor de Maria e
José foi uma verdadeira união esponsal de corações e foi abençoada de forma
singular pela Encarnação.
O Beato Joao Paulo II sublinha
esta ideia em Redemptoris
Custos, onde escreve: “O Salvador
deu início à obra da salvação com esta união virginal e santa ... o casal
formado por José e Maria constitui o vértice, do qual se expande por toda a
terra a santidade”.
Podemos supor que José tinha
sido bem preparado por Deus para este papel de marido de Nossa Senhora e, por
isso, para efeitos legais, pai do Salvador do Mundo. Coube a José guardar o
mistério da Encarnação.
Não deve ter sido fácil para
este homem humilde ter de assumer o papel de Guardião do Filho de Deus. Apesar
da sua natureza divina, Jesus apreendeu parte da sua natureza humana do exemplo
de São José. E tal como Jesus nos legou a sua mãe, também nos deixa o seu pai
que o amava.
Depois de Maria, José é a
criatura humana mais santa que alguma vez viveu. Como se pode ler em Quamquam
Pluries: “Por isso mesmo que entre a
Santíssima Virgem a José foi estreitado o vínculo conjugal, não há dúvida de
que ele se aproximou como ninguém dessa altíssima dignidade, em virtude da qual
a Mãe de Deus ocupa lugar eminente, a grande distância de todas as criaturas.
Uma vez que o casamento é a comunidade e a amizade máxima a que, por sua
natureza, anda ligada a comunhão de bens, segue-se que, se Deus quis dar José
como esposo à Virgem, deu-lo não apenas como companheiro na vida, testemunha da
sua virgindade e garante da sua honestidade, mas também para que ele
participasse, mediante o pacto conjugal, na sua excelsa grandeza.”
À medida que a batalha pelo
casamento prossegue precisamos urgentemente de um padroeiro. Da minha parte não
consigo pensar em ninguém melhor para esse papel que São José.
Kristina Johannes é enfermeira e instrutora de métodos naturais de planeamento familiar. Foi porta-voz da Alaska Family Coalition, que conseguiu a aprovação da emenda constitucional de protecção do casamento naquele Estado.
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Gostei da escolha do vitral. Por acaso foi a imagem que utilizamos para os nossos convites de casamento :-D
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