George J. Marlin |
No dia das eleições, 6 de Novembro, há uma série de eleições locais e referendos estaduais a que os católicos devem estar atentos. Aqui farei um resumo dos principais:
Eleições para o Senado de Nova Iorque: Em 2011 o líder da maioria no Senado, o Republicano Dean Skelos, de Long Island, quebrou a sua promessa eleitoral e permitiu que se votasse uma medida para legalizar o casamento entre homossexuais.
Quatro republicanos, (três dos quais baptizados católicos), que tinham merecido o apoio do Partido Conservador de Nova Iorque nas últimas eleições, forneceram os votos necessários para que a legislação passasse.
Na altura Mike Long, o secretário-geral do Partido Conservador, avisou os senadores de que o conceito de casamento tradicional é um dos pontos fulcrais para se conseguir o apoio do seu partido: “Se disserem que não são a favor do casamento tradicional não recebem o apoio. É tão simples quanto isso”.
Fiel à sua palavra, Long garantiu que esses quatro senadores não contassem com a sua nomeação para as eleições deste ano.
O resultado é que o Senador Jim Alesi, de Rochester, percebendo que não conseguia ganhar sem o apoio dos conservadores, decidiu não se recandidatar.
O senador Roy McDonald, de Troy, perdeu nas primárias republicanas de Setembro contra um candidato que tinha o apoio dos conservadores.
O senador de Buffalo, Mark Grisanti, que foi eleito por uma margem de 519 votos em 2010 graças aos 4,368 votos que recebeu dos conservadores, está a lutar pela sua sobrevivência num círculo eleitoral que é 83% democrata.
Já o senador Stephen Saland, de Poughkeepsie, que está no senado há 32 anos, conseguiu a sua nomeação, mas apenas por uma margem de 107 votos num total de 10,469. O candidato que derrotou nas primárias republicanas está a concorrer pelo Partido Conservador e poderá conseguir apoio suficiente para garantir que Saland não é reeleito no dia 6.
Se os três senadores perderem os seus lugares por terem votado a favour do “casamento homossexual” os republicanos poderão perder a maioria e a Conferência do Senado do Partido Republicano poderá bem demitir Skelos da liderança.
Maryland: O Governador Martin O’Malley, baptizado católico, promulgou uma lei no dia 1 de Março de 2012 conhecido como a Lei de Protecção do Casamento Civil, que permitirá “casamentos” entre homossexuais a partir do dia 1 de Janeiro de 2013.
A legislação, a que o então Arcebispo de Baltimore, Edwin O’Brien, se opôs ferozmente, tem sido apoiada por um grupo de dissidentes que se apelidam de “Católicos pela Igualdade”. Este grupo desviado considera que a medida “melhora não só a vida dos casais lésbicos e gays e dos seus filhos, como as vidas de famílias católicas em todo o Estado.”
No dia 6 de Novembro os eleitores terão a possibilidade de decidir se a lei do casamento é para se manter. Um voto a favor da “Questão 6”, conhecida como o Referendo do Casamento Entre Pessoas do Mesmo Sexo, é um voto pela manutenção da lei, inalterada.
Bispos da Florida a favor das emendas 6 e 8 à constitição do Estado |
Embora a lei proteja os clérigos de terem de presidir a qualquer cerimónia de casamento que viole as suas crenças religiosas e afirme que “cada confissão religiosa tem total controlo sobre a sua doutrina teológica em relação a quem se pode casar nessa confissão”, a conferência católica de Maryland está a pedir um voto no “Não”, avisando os eleitores de que “estamos enganados se pensamos que podemos redifinir o casamento e, ainda assim, proteger a liberdade religiosa”.
Embora também haja referendos sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Maine, Minnesota e Washington, os defensores deste conceito estão focados em Maryland, local da primeira diocese católica da América, que esperam vir a ser o primeiro Estado abaixo da Linha Mason-Dixon a aceitar o casamento homossexual nas urnas.
Várias celebridades têm descido sobre a cidade para defender a medida, incluindo o reverendo Al Sharpton.
O Presidente da Câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, que fez donativos significativos para os republicanos que aprovaram a mesma lei no seu Estado, está agora a encher Maryland de dinheiro, tendo feito a maior contribuição individual, na ordem de $250,000, para uma Comissão de Acção Política a favor do “casamento” gay.
Massachussetts: A Questão 2, ou o “Referendo de Morte Digna”, aparecerá no boletim de voto nestas eleições. Se for aprovada permitirá a um doente, cujos médicos diagnosticaram menos de seis meses de vida, receber medicamentos letais.
O doente terá de ser considerado capaz de tomar a decisão e terá de “fazer o pedido duas vezes oralmente e por escrito na presença de testemunhas”. O pedido verbal inicial deve ter lugar 15 dias antes do pedido por escrito e do segundo pedido verbal.
A iniciativa permitirá também o envolvimento de parentes de sangue no processo de suicídio. Eles poderão ajudar a preparar as papeladas, “desde que uma das testemunhas do pedido não seja parente do doente nem por sangue, casamento ou adopção”.
A Conferência Católica de Massachussetts já condenou a medida, insistindo que ela serve apenas para estigmatizar “toda uma classe como não sendo dignos da protecção e cuidado do Estado nem dos seus familiares”.
O Cardeal Sean O’Malley, de Boston, disse que: “Quando envelhecemos ou ficamos doentes tendemos a desanimar. Devemos estar rodeados de pessoas que nos querem ajudar. Merecemos poder envelhecer numa sociedade que vê os nossos cuidados e as nossas necessidades com uma compaixão enraizada no respeito, oferecendo-nos um verdadeiro apoio para os nossos últimos dias”.
Florida: Duas das 11 propostas de emendas à constituição estadual que aparecerão no boletim de voto na Florida são de interesse para os católicos.
A emenda 6 proíbe o uso de fundos públicos para o aborto “excepto nos casos em que a lei federal a isso obriga ou para salvar a vida da mãe”.
Afirma ainda que a Constituição da Florida “não pode ser interpretada de forma a incluir um direito ao aborto mais alargado do que aquele que está contido na Constituição dos Estados Unidos”.
A ser aprovada, a Emenda 8, revogaria a “Emenda Blaine”, que proibe quaisquer fundos estaduais de serem usados directa ou indirectamente para auxiliar qualquer Igreja ou instituição religiosa.
O novo texto da lei seria: “Nenhum indivíduo ou entidade deve sofrer discriminação ou ser impedido de receber fundos com base na sua identidade ou crenças religiosas.”
A Conferência Católica da Florida apoia a passagem de ambas estas emendas.
As corridas eleitorais e os referendos que acabei de descrever merecem a atenção de todo e qualquer católico que viva naqueles Estados. Cada voto poderá ser decisivo para ajudar a moldar a paisagem moral da América.
George J. Marlin é editor de “The Quotable Fulton Sheen” e autor de “The American Catholic Voter”. O seu mais recente livro chama-se “Narcissist Nation: Reflections of a Blue-State Conservative”.
(Publicado pela primeira vez em www.thecatholicthing.com na Quarta-feira, 17 de Outubro de 2012)
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