Rick Fitzgibbons |
De acordo com esta instrução da Administração Trump, o
assédio inclui:
“Actos de agressão verbal, não-verbal ou físicos,
intimidação ou hostilidade com base no sexo ou estereótipos sexuais, tal como a
recusa em usar o nome ou o pronome escolhido por alunos transgénero quando a
escola os usa para alunos não-transgénero ou quando a recusa é motivada por
animosidade para com pessoas que não se encaixam em estereótipos sexuais”
Esta ameaça dirigida a professores, auxiliares e
directores aumenta o risco de danos psicológicos e físicos/cirúrgicos para jovens
e ignora completamente a literatura médica e psicológica sobre os factores de
risco grave associados à criação de um ambiente favorável a que jovens se
identifiquem com um sexo diferente daquele que é determinado biologicamente por
cada célula do seu corpo.
A Administração Trump devia recuar destes artigos de fé
politicamente correctos da administração anterior e examinar cuidadosamente,
através do estabelecimento de um grupo de uma comissão presidencial, caso seja
necessário, a ciência médica e psicológica associada com as tentativas de
ajudar os jovens a lidar com atracções transsexuais.
Os membros desta comissão poderiam incluir o Dr. Lawrence
Mayer, professor de estatística e bioestatística na Arizona State University,
que se assume como um liberal e apoiante dos direitos LGBTQ e o Dr. Paul
McHugh, que foi psiquiatra chefe da Universidade John Hopkins entre 1975 e
2001.
O artigo destes dois cientistas de 2016, “Sexuality and Gender: Findings from the Biological, Psychological and Social Sciences”,
é uma revisão exaustiva da literatura científica sobre identidade de género e
orientação sexual, no qual examinaram mais de 500 artigos científicos. Ambos os
médicos concordam que nem a orientação sexual nem a identidade de género é
inata ou imutável (ou seja, ninguém nasce homossexual nem transgénero, ambos
são fluidos). Mais, nem um nem outro encontrou qualquer prova de que se devia
encorajar as crianças a identificarem-se como transgénero.
O Dr. Paul Hruz, um endocrinologista e professor associado
de biologia celular e fisiologia na Washington University School of Medicine,
de St. Louis, liderou um estudo de investigação chamado “Growing Pains: Problems With Puberty Suppression in Treating Gender Dysphoria” que levanta
sérias questões sobre a forma como se tratam actualmente as crianças que
padecem de disforia de género.
Esse relatório afirma que:
“Particularmente importante é o tratamento de crianças
com disforia de género. Jovens com disforia de género constituem um grupo
particularmente vulnerável e sofrem de altas taxas de depressão, automutilação
e até suicídio. Acresce que as crianças não são ainda inteiramente capazes de
compreender o que significa ser-se homem ou mulher. A maioria das crianças com
problemas de identidade de género acabam eventualmente por aceitar o género
associado ao seu sexo e deixam de se identificar com o sexo oposto.”
O Dr. Kenneth Zucker, autor e psicólogo clínico, é outro
académico importante e reconhecido internacionalmente no campo da disforia de
género que seria um membro valioso de uma comissão presidencial sobre a forma
mais apropriada de tratar estes jovens em termos médicos. Há trinta anos que
ele trabalha neste campo e tem escrito uma quantidade enorme de artigos em
revistas académicas sobre as origens e o tratamento dos muitos conflitos
psicológicos em pais e jovens que dão aso a atracções transgénero. É coautor do
livro “Gender Identity Disorder in Children”.
Os artigos do Dr. Zucker descrevem a forma como ele
ajudou muitos jovens a aceitar a sua masculinidade ou feminidade biológica. O
seu grupo só recomenda intervenções médicas quando a psicoterapia não funciona.
Um recente documentário da BBC “Transgender Kids: Who Knows Best?” apresenta o seu trabalho e a controvérsia que
actualmente rodeia as abordagens a jovens com atracções transsexuais.
Os jovens e os seus pais têm direito ao consentimento
informado sobre a atracção transsexual, incluindo as opções de tratamento
disponíveis, o facto de haver remissão na maioria dos casos e os riscos
psicológicos e médicos graves associados ao uso experimental de hormonas e à
cirurgia transsexual.
Dois dos estudos mais importantes que devem ser
discutidos dizem respeito aos efeitos da cirurgia transsexual. Um estudo de
2015 determinou que num grupo de 180 adolescentes transsexuais (106
mulher-para-homem e 74 homem-para-mulher) o risco de desordens psiquiátricas, incluindo
depressão, ansiedade, ideias suicidas, tentativas de suicídio, automutilação
sem intenções letais e tratamentos por saúde mental tanto em internato como em
ambulatório era duas ou três vezes superior do que no grupo de controlo
(Reisner, S.L., et al., 2015).
O maior estudo sobre transsexuais pós-operatórios foi uma
análise de mais de 300 pessoas na Suécia, ao longo dos últimos 30 anos. O
estudo demonstra que depois de operações de mudança de sexo as pessoas incorrem
em riscos de mortalidade, comportamento suicida e morbidade psiquiátrica
consideravelmente superiores à população em geral (Dheine, C., et al. 2011).
Se o filho do Donald Trump lhe dissesse que se sentia uma
mulher presa no corpo de um homem, o Presidente certamente quereria que ele tivesse
conhecimento de todos os dados científicos associados a estas atracções
emocionais e pensamentos confusos e ilusórios. E certamente não quereria que os
professores e conselheiros seguissem as orientações do Departamento de Educação
que promovem esses pensamentos ilusórios e sugerem tratá-lo por ela.
É urgente a criação de uma comissão presidencial que
aborde esta pressão altamente politizada para se aceitar a agenda transgénero,
para melhor proteger os jovens, as famílias e a cultura. Entretanto estas
orientações draconianas que ignoram totalmente a ciência psicológica e colocam
os jovens em risco deviam ser imediatamente revogadas.
Rick Fitzgibbons é psiquiatra em Conshohocken, Pensilvânia,
e tem tratado jovens e adultos com disforia de género, tendo escrito sobre o
assunto. É co-autor do livro Forgiveness Therapy: An Empirical Guide for Resolving Anger and Restoring Hope .
(Publicado pela primeira vez na Quarta-feira, 28 de Junho
de 2017 em The Catholic Thing)
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