O tema que está a atrair mais atenções, claro, é sobre os
divorciados recasados. Francisco diz claramente que é possível estar numa situação irregular sem estar em pecado mortal. A meu
ver esta é a chave de leitura desse capítulo e não me parece deixar margem para
dúvidas que o Papa está a abrir caminho para que algumas pessoas nessas
situações comunguem. Nem todos concordam, nada como ler por si mesmo.
Seria uma pena, porém, que a excessiva atenção sobre esse
ponto acabasse por esconder outros também muito interessantes.
- Uma longa exposição, muito pessoal, sobre a educação, incluindo educação sexual e crítica aos estereótipos masculinos
e femininos;
- Uma aposta na importância da preparação para o casamento;
- Defesa da natalidade e rejeição da ideia de que a emancipação da mulher seja culpada pela crise das famílias
Por fim, e talvez surpreendentemente, há muito pouco na exortação sobre homossexualidade.
O padre Duarte da Cunha, que participou no sínodo de
2015, diz que a exortação vai mudar atitudes na Igreja e a terapeuta familiar e psicóloga Teresa Ribeiro
elogia a profundidade das passagens sobre amor e educação.
Com tudo isto, poderá ter
passado despercebida a repetida e enfática condenação dos bispos portugueses à eutanásia e ainda a confirmação da visita do Papa a Lesbos, no dia 16 deste mês.
Não deixem de ler o artigo desta semana do The Catholic Thing e, se tiverem por
Cascais e interessados em saber mais sobre a cultura do Perdão podem ir
ouvir-me falar às 16h na Igreja dos Navegantes, na jornada diocesana da
juventude.
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