O Patriarca estava em prisão domiciliária há cerca de 16 anos, desde que contestou a interferência do Governo ditatorial daquele país – conhecido como a Coreia do Norte de África – nos assuntos internos da Igreja, incluindo ordens para excomungar fiéis e a detenção de padres.
Ao longo de todos estes anos o Patriarca António nunca cedeu à vontade do Governo de mudar de tom. Morreu na quarta-feira, na sua residência. A imprensa da Eritreia, que é totalmente controlada pelo Governo, não confirmou ainda oficialmente a notícia.
A Igreja Ortodoxa da Eritreia é a maior do país e uma das únicas quatro cuja existência é tolerada pelo regime. Originalmente a Igreja estava unida à da Etiópia, mas separou-se depois de a Eritreia se ter tornado independente, e recebeu estatuto de Igreja autocéfala. Faz parte da comunhão de Igrejas Ortodoxas Orientais pré-Calcedónias, juntamente com a Igreja Copta e a Igreja Arménia
António foi dos primeiros monges da Eritreia a ser feito bispo e tornou-se mais tarde o terceiro patriarca daquela Igreja.
Desde a sua detenção, o Governo manipulou a eleição de outro Patriarca, que entretanto já morreu. Em Junho do ano passado outro ainda foi eleito, que é reconhecido pelo Governo como o Patriarca, mas não por muitos fiéis, incluindo os da diáspora.
O Patriarca António será para sempre lembrado como uma testemunha da verdade e da resistência cristã à tirania.
Rezemos pela libertação da Eritreia e pela liberdade para os fiéis naquele país, sejam de que confissão religiosa forem.
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