Thursday, 8 February 2024

Novo site!

Depois de cerca de 10 anos de pessoas a dizerem-me que o blog estava completamente ultrapassado em termos de imagem, e que devia investir num novo site, finalmente mexi-me e assim fiz. 

Apresento-vos o novo site da Actualidade Religiosa

A partir de hoje deixarei de postar neste blog. Todos os artigos novos serão colocados no novo site apenas. Estou a migrar alguns dos posts mais recentes, e sobretudo aqueles que vou actualizando, ou que versam sobre temas que acompanho com mais atenção, como por exemplo os abusos na Igreja, mas o blog continuará no ar, servindo de arquivo.

Convido-vos a ver o site novo e a indicar-me qualquer erro que encontrem, ou melhoria que gostariam de ver. Peço que tenham paciência com o arranque, enquanto vou aprendendo a trabalhar melhor com o backoffice. 

Muito obrigado!

Friday, 2 February 2024

Ajudar trapistas no Palaçoulo e desbaptismos na Bélgica

A polémica da semana é o cartaz da Semana Santa de Sevilha 2024. O cartaz dividiu opiniões, levando até um grupo a marcar uma missa de desagravo. Tendo falado com especialistas na área da arte, admito que estou algo dividido sobre o assunto. Aproveito, por isso, para convidar os meus leitores que tenham alguma opinião fundamentada sobre o cartaz para me enviarem por mail as vossas ideias.

Na Bélgica existe outra polémica que, parecendo até cómica ou distante, poderá bem vir a ter repercussões em Portugal e toda a União Europeia. Uma pessoa pediu à sua paróquia para apagar o seu registo dos assentos de baptismo. A paróquia recusa. Noutros países em que isto aconteceu, os tribunais têm-se colocado do lado da Igreja, mas aqui o Tribunal deu razão à pessoa e à Autoridade de Protecção de Dados. A Igreja recorreu, e isto pode mesmo chegar a um tribunal europeu. Este é, para mim, um sinal perfeito dos tempos em que vivemos, os tempos do pensamento mágico, em que alguém acha que só porque lhe apetece, pode obrigar todo o resto do mundo a alinhar numa fantasia, neste caso fingindo que um facto histórico – o facto de ela ter sido baptizada – simplesmente não aconteceu. Há aqui uma ligação evidente com a ideia de que é possível, por exemplo, mudar de sexo. É uma ideia que desenvolvo neste artigo “A Consagração da Mentira”, que vos convido a ler.

Como muitos já saberão, as Monjas Trapistas do Palaçoulo tiveram um incêndio na sua hospedaria, onde viviam enquanto esperam a construção do mosteiro. Já muita gente contribuiu para ajudar a financiar os reparos, de tal forma que o MBWay das monjas ultrapassou o limite mensal. Felizmente há sempre a possibilidade de fazer transferência. Aqui encontram todos os detalhes necessários. Toda a ajuda é preciosa!

O Papa Francisco pergunta se nos incomoda o grito dos oprimidos. É uma excelente pergunta para ir preparando a Quaresma, que está a quase a chegar!

E da China chega uma notícia interessante. Depois de vários actos unilaterais por parte do Governo, que punham em causa a posição do Vaticano naquele país, foi agora instalado um novo bispo, de uma nova diocese, criada por Roma. Mais do que pontos a favor de um ou outro, se Deus quiser isto poderá demonstrar que o acordo entre a China e Roma está finalmente a permitir uma normalização das relações. A notícia está aqui em português, e analisada aqui pelo The Pillar.

O artigo desta semana do The Catholic Thing é sobre a autoridade de Cristo. O Pe Paul Scalia explica que ao contrário no nosso tempo, em que pomos em causa a autoridade de tudo e todos, os contemporâneos de Jesus davam uma enorme importância ao conceito, e queriam mesmo saber com que autoridade Cristo pregava e actuava. É um artigo que vale bem a pena ler, com base no Evangelho do passado domingo.

Thursday, 1 February 2024

A Consagração da Mentira

Uma das características da mentalidade que começa a ser dominante no nosso tempo é a sua difícil relação com a verdade. Não falo aqui da divulgação de notícias falsas, pois isso, infelizmente, não é um exclusivo de nenhum grupo social, e não há falta de casos de “fake news” em meios católicos. Falo, sim, da dificuldade em aceitar que existem factos cuja realidade não depende dos nossos sentimentos ou estado de espírito, que há verdades que estão acima da “minha verdade”. Neste contexto, qualquer sugestão de que existem verdades imutáveis torna-se uma fonte insuportável de opressão, que deve ser silenciada.

Decorre actualmente na Bélgica um delicado processo jurídico que pode vir a ter repercussões para toda a Igreja Católica na União Europeia. Tornou-se moda, ao longo dos últimos anos, a ideia de pedir para ser “desbaptizado”. Isto é, pessoas que mais tarde abandonam a fé ficam de tal forma ofendidas pelo facto de terem sido baptizadas no passado, que pedem que os seus nomes sejam retirados dos assentos de baptismo das paróquias.

A Igreja, obviamente, tem recusado fazê-lo. Nalguns casos, como na Bélgica, perante estes pedidos a Igreja insere uma nota, na margem do livro de registos, manifestando que a pessoa expressou essa vontade, mas o próprio registo não é apagado.

Contudo, pelo menos uma pessoa considerou que isso não é suficiente e queixou-se à Autoridade de Protecção de Dados, que mandou a Igreja apagar o registo. A Igreja recorreu e o caso está agora em tribunal. Uma vez que outros tribunais nacionais emitiram sentenças a favor da Igreja nestes casos, se o tribunal belga se puser do lado da Autoridade de Protecção de Dados o caso pode ter de ser resolvido ao nível do Tribunal Europeu e, nesse caso, terá repercussões para toda a União Europeia.

O problema aqui não está no facto de haver uma pessoa que se quer desvincular totalmente da Igreja, e que naturalmente se está a marimbar para a doutrina cristã de que o baptismo deixa uma marca indelével na alma, pelo que o “desbaptismo” não é possível. O problema está, antes, no facto de a pessoa pensar que a sua vontade e o seu estado de espírito actual podem fazer desaparecer um facto histórico. E o facto histórico é que aquela pessoa foi baptizada na Igreja X, pelo ministro Y, no dia Z de um determinado ano. Pensar que a Igreja deve ser obrigada a apagar esse momento da história, ou que pode sequer fazê-lo, com um golpe de caneta correctora, é viver no reino do pensamento mágico.

É o mesmo paradigma que leva pessoas a imaginar não só que é possível “mudar de sexo”, como se a biologia fosse um factor irrelevante na nossa composição física, mas que toda a sociedade deve ser obrigada a alinhar nessa fantasia, sob pena de perseguição jurídica.

Aliás, esta é uma realidade que já existe na legislação portuguesa, segundo a qual uma pessoa que fez uma “mudança de sexo” pode exigir que a sua certidão de nascimento seja alterada para o sexo da sua preferência. Também aqui há a consagração de uma mentira. A certidão de nascimento não existe para consolo emocional de ninguém, mas sim como prova de um facto histórico. Naquele dia, o médico José das Couves assinou um documento em como fez o parto a um nado vivo do sexo masculino. Estar a alterar os termos 20 anos mais tarde, com base numa intervenção cirúrgica, faz do José das Couves um mentiroso e transforma um registo histórico numa arma de afirmação de uma vontade pessoal, desligada dos factos.

Uma questão de liberdade religiosa?

Para além deste atentado claro à verdade e aos factos, que por si já é preocupante, levanta-se aqui um problema de liberdade religiosa, tanto no caso dos assentos de baptismo, como no caso da mudança das certidões de nascimento.

Por um lado, a Igreja Católica não aceita o “rebaptismo”, por acreditar precisamente que um baptismo não pode ser “desfeito”. Caso a Igreja seja obrigada a extirpar dos seus registos o baptismo de um fiel, pode acontecer essa pessoa mais tarde pedir para ser baptizada de novo, sem explicar o seu passado, e a Igreja não ter forma de saber que o baptismo já aconteceu. Dir-me-ão que não é a coisa mais grave do mundo, e que até há casos de pessoas que são baptizadas à condição, por não se saber se já foram baptizadas em criança mas não houve registo, ou o registo se perdeu, ou foram baptizados de uma forma que poderá não ter sido válida. Mas o ponto não é esse, o ponto é que os registos de baptismo são propriedade da Igreja, usados para questões de organização e disciplina interna, e como tal não vejo como pode ser o Estado a obrigar à sua alteração.

Mas o caso apresenta-se como mais grave na questão da mudança da certidão de nascimento. Caso uma mulher, que foi sujeita a operação de “mudança de sexo” e agora apresenta-se como homem, se aproxima da Igreja e pede para ser baptizada, mesmo que existam dúvidas sobre a sua verdadeira identidade, não há documento que a Igreja possa pedir para a comprovar. E se, mais grave, essa mulher mais tarde pedir para ser admitida ao seminário e eventualmente ordenada, e caso ninguém desconfie, pode dar-se o caso de a Igreja “ordenar” uma mulher, em clara contradição com a sua doutrina, sem ter forma de saber a verdade. Claro que muitos acham isto irrelevante, por acharem absurdo e antiquado a proibição de ordenação de mulheres, mas é precisamente porque há gente que assim pensa que a Igreja tem de estar protegida pela liberdade religiosa, para não ser obrigada a agir contra as suas convicções.

E isto para não falar em eventuais problemas de saúde. Há doenças que são mais preponderantes entre mulheres do que entre homens. Se uma pessoa que nasceu mulher, mas agora se apresenta como homem e tem documentos que indicam ser homem e ter nascido homem, aparece no hospital com uma série de sintomas, os médicos poderão descartar certos cenários por pensar estarem dianto de um homem, e assim falhar o diagnóstico. Isto não é apenas um problema individual, é um problema de saúde pública, ou pode sê-lo. É por isso que quando o Sistema Nacional de Saúde pede às pessoas para preencher o seu sexo, não está interessado em saber o que se passa nas suas cabeças, nem as suas deambulações mentais sobre a construção social dos géneros. É uma questão de cromossomas, e de bom-senso.

Viver na verdade

O Cristianismo professa a verdade. É certo que para os cristãos a verdade vai para além de uma questão factual, pois a verdade para os cristãos não é um acontecimento histórico, ou uma conclusão lógica, mas uma pessoa. Mas também é verdade que o por Cristo se identificar como o Caminho, a Verdade e a Vida, e por ter dito que a Verdade nos libertará, o Cristianismo defende o valor e a importância de se professar a verdade, mesmo quando essa verdade é desconfortável (e quantas verdades desconfortáveis temos tido de enfrentar nas últimas décadas!).

E é por isso, por acreditar que não se deve compactuar com a mentira, e que a verdade é em si um valor, que o Cristianismo rejeita este novo-pensamento, e é também por isso que o pensamento moderno rejeita o Cristianismo e defende, apesar de todos os apelos à tolerância por todos os outros tipos de pensamento e ideias, a sua eliminação e subjugação.

Contudo, a verdade é um bicho teimoso. Recusa-se a simplesmente desaparecer, e mais cedo ou mais tarde ressuscita e manifesta-se mais forte que nunca. Às vezes demora anos. Às vezes demora três dias.  

Wednesday, 31 January 2024

Como quem tem autoridade

O Evangelho do passado domingo (Marcos 1, 21-28) diz-nos que as pessoas ficaram “admiradas” e “espantadas”.

“Ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: ‘O que é isto?

Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!’” Não devemos simplesmente passar por cima deste espanto e admiração, como se isso fosse apenas Jesus a ser Jesus, antes devíamos pensar no que o causou.

A autoridade está no centro da vida e da missão do Senhor, e está também no centro dos seus conflitos com os líderes de Israel. A legitimidade da sua vida pública – e, na verdade, da sua própria Pessoa – resume-se a esta simples questão: “Com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te dá autoridade para as fazer?” (Marcos 11,28).

Os chefes dos sacerdotes, escribas e anciãos fazem essa pergunta no final da vida pública de Jesus. Mas a questão estava na ordem do dia desde o início. Logo no princípio do seu ministério na Galileia, sob o olhar crítico dos escribas e dos fariseus, Jesus curou um paralítico, demonstrando que “o Filho do Homem tem a autoridade de perdoar os pecados na terra” (Marcos 2, 10). Isto é, tem autoridade divina.

No Evangelho de João, o seu ministério público começa com a questão da sua autoridade sob o Templo. “Que sinal nos dás para fazer isto?” (João 2,18). Em resposta, Jesus estabelece a prova que será dada, a prova de que tem autoridade até sobre o Templo. “Destruí este templo, e em três dias eu o reedificarei” (João 2, 19). Assim, promete a sua ressurreição como prova da sua autoridade divina.

Com que autoridade? Essa é a questão central. Hoje, um ouvido moderno entenderá isto como uma pergunta retórica que descarta a própria noção de autoridade. Mas, pelo contrário, os contemporâneos de Nosso Senhor apreciavam a realidade da autoridade, ainda que abusassem dela (como acontece com os homens em todas as idades). Eles compreendiam que existe uma autoridade divina e uma autoridade terrena. Tinham era dificuldade em acreditar que o carpinteiro de Nazaré a possuía. 

Também não devemos pensar na autoridade de Cristo como algo que Ele meramente possui (como se de alguma forma fosse possível não a possuir). A razão pela qual é central para a sua missão e vida pública é porque faz parte dele, parte do seu ser Filho de Deus. Ele é a Palavra de autoridade de Deus, o autor de todas as coisas, e revela o Pai, com autoridade e autenticidade, porque está eternamente no seio do Pai.

Isto também aponta para o propósito da autoridade de Cristo. Ela está ordenada para o nosso bem, que no final de contas é a reconciliação com o Pai. Como vemos na sinagoga em Cafarnaum, Jesus exerce a sua autoridade para ensinar e para curar; para comunicar verdade e graça. Verdade para iluminar e graça para santificar. A maior verdade que comunica é a revelação de Deus enquanto Pai, e de Ele mesmo enquanto Filho eterno. A maior graça que comunica é ter parte na vida do Pai, tornando-nos “participantes da natureza divina” (2 Pedro 1, 4).

Tal como Jesus recebe a sua autoridade do Pai, também concede à Igreja uma participação na sua autoridade. “Como o Pai me enviou, eu vos envio” (João 20,21). A Igreja existe enquanto presença contínua de Cristo que comunica o duplo dom de verdade e graça. Ela ensina com autoridade, como a voz autêntica de Cristo a ecoar do seio do Pai ao longo da História, por todo o mundo. Ela comunica a graça de Cristo que expulsa os demónios, liberta as almas do domínio do mal e as imbui da sua própria vida.

A realidade e a gravidade da autoridade da Igreja deveriam humilhar os seus pastores, que a exercem em nome de Cristo. O seu dever não é o de reinterpretar o Evangelho, ou de mudar paradigmas, mas de transmitir fielmente a verdade e a graça que vêm do Pai.

Um dos frutos mais nefastos do pensamento moderno é a confusão de autoridade com poder, levando-nos a crer que tudo não passa de um golpe de poder. Assim, quem possui autoridade é por isso mesmo um opressor. A autoridade é sempre autoritária. Logo, a autoridade das instituições e do próprio passado devem ser desmantelados, por não passar de um instrumento dos opressores.

Como todas as revoluções, esta contra a autoridade acaba por comer os próprios filhos. Tendo rejeitado o princípio da autoridade, o pensamento moderno veio a desconfiar da autoridade do próprio pensamento. (Haverá alguma disciplina nas universidades que não seja considerada opressora e a precisar de ser desconstruída?). Ironicamente, é a Igreja Católica – a mais autoritária e opressiva das instituições – que entra em campo e confirma que sim, na verdade, a mente humana é capaz de alcançar a verdade. A autoridade da Igreja vem libertar a mente humana dos grilhões do cepticismo.

“Não queremos que este homem seja nosso Rei” (Lucas 19,14). Estas palavras, de uma das parábolas mais assombrosas do Senhor, expressam bem a rejeição autodestrutiva da autoridade de Cristo. A alma fiel, contudo, longe de desprezar essa autoridade, deseja submeter-se a ela. Sabemos que, não fosse a sua autoridade sobre nós, estaríamos ainda mergulhados no erro e no pecado. Quanto mais Cristo domina sobre nós com a sua autoridade, mais claramente vemos a verdade e mais livremente vivemos pela graça. E, quanto mais nos submetemos à autoridade da sua verdade e graça, mais nós mesmos nos tornamos pessoas que falam e agem com autoridade.


O Pe. Paul Scalia é sacerdote na diocese de Arlington, pároco da Igreja de Saint James em Falls Church e delegado do bispo para o clero. 

(Publicado pela primeira vez no domingo, 28 de Janeiro de 2024 em The Catholic Thing

© 2024 The Catholic Thing. Direitos reservados. Para os direitos de reprodução contacte: info@frinstitute.org

The Catholic Thing é um fórum de opinião católica inteligente. As opiniões expressas são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. Este artigo aparece publicado em Actualidade Religiosa com o consentimento de The Catholic Thing.   

Tuesday, 30 January 2024

Ajudemos as trapistas do Palaçoulo a reerguer-se depois do incêndio

Foto: António Cangueiro
NOTA: Várias pessoas me disseram que o MBWay náo está a funcionar. Eu tentei e também não deu. Já perguntei às irmãs o que se passa, e aguardo resposta, mas presumo que tenha sido ultrapassado o limite de transferências por mês. Entretanto o IBAN está a valer.

Na madrugada do passado sábado, 27 de janeiro, um incêndio destruiu boa parte da hospedaria onde dormiam as monjas trapistas do Palaçoulo, em Miranda do Douro.

Cabe-nos, enquanto comunidade, contribuir para a reconstrução, ajudando quem dedica a vida a rezar por todos nós.

Mbway +351 910 909 388 (número verificado e confirmado por mim)  As monjas ultrapassaram o limite mensal de transferências por MBWay - o que é bom sinal - e por isso agora não podem receber mais, o que não é tão bom. O IBAN, abaixo, continua a funcionar e é a melhor forma de fazer chegar ajuda!

Iban PT50 0045 2260 4029 1080 1063 2 

Qualquer valor, por pequeno que seja, é uma ajuda preciosa nesta altura. 

Junto aqui uma declaração que me chegou de alguém próximo da construção do novo mosteiro das monjas trapistas:

Caríssimos amigos. Hoje acordei com a notícia de que a hospedaria do Mosteiro estava em chamas.  Os estragos são mesmo muito grandes. Todo o corpo central da Hospedaria está danificado pelo fogo e pela água.

No entanto, fomos recebidos pelas irmãs com um sorriso indescritível. Sinal vivo da presença de Cristo no rosto de cada uma. Não consigo explicar por palavras o que vi e senti ao estar com as irmãs.

"Estamos todas bem, temos meia casa, cama e Nosso Senhor. Não precisamos de mais nada"

A aldeia rapidamente se deslocou ao Mosteiro e ajudaram em todas as frentes, alimentação, limpeza e trabalho de braços. 

"Não sabemos bem porque é que isto aconteceu, mas o que é certo é que será para um bem maior, iremos descobrir", disseram ainda as irmãs.

Tudo bem, agora só teremos que recomeçar. Mas nosso Senhor e a Igreja ajudam

Friday, 26 January 2024

Mortes suspeitas de padres e freiras raptadas - e libertadas - no Haiti

Papua aguarda Papa

Abrimos com uma notícia triste e trágica. Um padre foi encontrado morto na cidade de Valência, em Espanha, pelo porteiro do prédio onde vivia. Para surpresa de todos, poucos minutos depois o porteiro recebeu uma mensagem do número do dito padre… Tenho os detalhes da descoberta do cadáver e do assassinato aqui, em inglês, e o “Las Províncias”, de Valência, tem uma excelente cobertura em espanhol. Infelizmente, as mais recentes notícias apontam para um homicídio levado a cabo por um homem a quem o padre estava no hábito de pagar por favores sexuais. Tudo lamentável, mas ainda em fase de investigação.

O cónego de Valência é o segundo padre a aparecer morto em circunstâncias suspeitas este ano. O outro caso teve lugar logo no dia 1, quando um missionário queniano foi encontrado enforcado de uma árvore numa zona remota da Venezuela. As autoridades concluíram que foi suicídio, mas os católicos locais – sobretudo os indígenas warao com quem ele trabalhava – rejeitam essa teoria e dizem que ele pode ter sido assassinado pelo trabalho que desenvolvia em defesa do seu povo, contra traficantes de droga e de mulheres.

Seis freiras foram raptadas há dias no Haiti, um país que está basicamente transformado num estado falhado. Felizmente, esta quinta-feira tivemos a boa notícia da sua libertação. Ainda assim, foi um começo pouco auspicioso para 2024, e representa mais raptos de religiosos do que em todo o ano de 2023 naquele país.

O Papa Francisco volta a mostrar que leva muito a sério o seu compromisso de visitar os países das periferias. Depois de em Agosto do ano passado ter visitado a Mongólia, agora tem viagem marcada para o mesmo mês, mas para a Papua-Nova Guiné. Tendo em conta que Ramos Horta já veio a público dizer que o Papa pretende visitar Timor este ano, presumo que as visitas sejam feitas numa só viagem, mas veremos.

Esta semana soubemos que o padre de Lamego que tinha sido acusado de abuso sexual de um maior de idade vulnerável foi reintegrado pela diocese, depois de um ano afastado, tendo visto o seu processo canónico arquivado. A diocese costuma esperar pela conclusão dos processos civis, mas neste caso, com base em “fortes indícios de que o processo civil também estava prestes a ser arquivado”, antecipou-se. Outro caso que decorria em Lamego também foi arquivado. Está tudo na cronologia, actualizada.

O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, visita Portugal em Fevereiro. Trata-se do líder espiritual da Comunhão Anglicana, e vem participar no sínodo da Igreja Lusitana, que é o ramo português do Anglicanismo.

Já ouviu falar da doutrina da “impanação”? Eu também não tinha. Mais grave, contudo, é que muitos católicos desconhecem a doutrina da transubstanciação, ou então conhecem mas rejeitam. Uma sondagem nos EUA em 2019 revelou que apenas um em cada três católicos acredita que o pão e o vinho se transformam no Corpo e Sangue de Cristo, na Eucaristia. No artigo desta semana do The Catholic Thing, Randall Smith explica o conceito e demonstra porque é que não faz qualquer sentido os católicos rejeitarem um conceito que afinal de contas é mais simples do que a Encarnação, por exemplo. Leiam que vale a pena, e ainda ficam a saber o que é, afinal, a “impanação”.

Thursday, 25 January 2024

Longevidade e Liberdade Religiosa

Aos interessados, as III Jornadas de Espiritualidade e Longevidade decorrem em Fátima, de 17-19 de Maio de 2024, com o programa que se vê neste cartaz. 


Entretanto, está patente na Assembleia da República uma exposição com curadoria de António Marujo sobre Liberdade Religiosa.  A exposição “Os Caminhos da Liberdade Religiosa em Portugal” está patente no Palácio de São Bento até 28 de Fevereiro e pode ser visitada de 2ª a 6ª feira (10h-12h e 14h-17h), gratuita e livremente, mas mediante marcação para os telefones 213 910 843 e 213 917 101 ou para o endereço dmc.correio@ar.parlamento.pt.

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