Tuesday, 15 January 2013

A luta pela liberdade religiosa também se trava por aqui

Nadia Eweida
Quando falamos de ameaças à liberdade religiosa imediatamente pensamos no Médio Oriente, na China e países do género.

Mas e na “nossa” civilização ocidental?


Três dos quatro queixosos britânicos, despedidos respectivamente por: recusar retirar uma cruz de à volta do pescoço, recusar oficiar em uniões de facto homossexuais e recusar fazer terapia sexual com “casais” homossexuais viram rejeitadas os seus apelos de discriminação.

Shirley Chaplin
Nem tudo é penumbra… o tribunal também reconheceu o direito a usar crucifixos e, por inerência, símbolos religiosos no local de trabalho, no caso de Nadia Eweida. O outro caso era de uma enfermeira e as razões invocadas, de segurança e prevenção de contaminação, foram considerados legítimos pelo TEDH.

Chegámos aqui, portanto, e podem ter a certeza que é por aqui que se vai fazer o grande debate e que surgirão os ataques aos direitos dos cristãos, e não só.

Há alguns anos a mera ideia de que fosse possível reconhecer o “casamento” entre dois homens era risível. Hoje, não só é aceite como quem se opõe, defendendo que o casamento deve ser aquilo que sempre foi, em todas as sociedades do mundo, desde antes de qualquer Estado actualmente existente, arrisca-se a perder o emprego.

Gary McFarlane
Sempre houve empregos que os cristãos conscientes não deveriam aceitar… Vejo alguma dificuldade em conciliar a minha fé com um emprego numa produtora de filmes pornográficos, por exemplo. Mas chegámos à época em que um cristão que queira permanecer fiel aos ensinamentos da sua fé tem de recusar trabalhar no registo civil?

Reconheço que estes debates nem sempre são simples. Um proprietário de um hotel, por exemplo, pode recusar ceder um quarto com cama de casal a dois homens ou duas mulheres? Mas nos casos que hoje foram decididos pelo TEDH estão novas realidades, decorrentes de novos conceitos que ganharam tanto terreno nos últimos anos que arriscam colocar fora da praça pública quem pensa de forma diferente.

Lillian Ladele
Atenção que este debate ocorre numa altura em que: Os hospitais católicos americanos encaram a possibilidade de encerrar para não terem de pagar serviços contraceptivos e abortivos nos seguros de saúde dos seus funcionários e no Reino Unido todas, sim, todas, as agências de adopção católicas fecharam as portas para não terem de se submeter a uma lei que os obriga a considerar “casais” homossexuais como potenciais famílias adoptivas.

Pois parece que aqui também se trava a luta pela liberdade religiosa e de consciência. São estes os casos com que se vai deparar a minha geração e a seguinte. Estejamos pelo menos avisados.

Filipe d’Avillez

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