Friday, 17 February 2023

O relatório, obviamente

Há sempre quem prefira fechar os olhos
Já saiu o relatório, e não se fala de outra coisa. Também eu passei os últimos dias a analisar o tema e tenho já vários textos e comentários escritos sobre ele.

Aqui podem ser as minhas primeiras reflexões sobre o relatório e as suas conclusões. Tentei, na medida do possível, relevar questões e pontos que não tinha visto sublinhados noutros locais.

Nestas alturas há sempre duas atitudes a tomar. A de abertura às críticas, procurando absorvê-las para crescer com elas e tornar a Igreja mais pura, mais santa, e a atitude contrária, de entrincheiramento, de rejeição, de suspeição sobre tudo o que é mais crítico. Esta segunda atitude já se começou a manifestar, alimentada por quem pensa que a Comissão e o relatório mais não são do que um instrumento de ataque à Igreja. É pena. Nessa linha muitas pessoas têm-se escudado num artigo espanhol que lança muitas dúvidas sobre o rigor do relatório e da sua metodologia. Achei que seria pertinente escrever um texto a analisar esse tal artigo espanhol e a mostrar porque é que discordo do cepticismo do autor.

Isto não significa que o relatório não tenha falhas e fraquezas. Nas reflexões sublinho algumas, mas que não são directamente culpa dos autores, mas neste texto mostro como alguns dos dados do relatório, nomeadamente as tabelas que pretendem mostrar o número de abusadores e a sua classificação, estão mal feitos, incompletos e incluem erros básicos.

Também escrevi sobre o relatório para o jornal online The Pillar.

O episódio desta semana do Hospital de Campanha é naturalmente sobre este tema. O Octávio Carmo ajudou-me a dissecar o relatório e a sublinhar os seus principais pontos. Ouçam, que vale muito a pena!

Entretanto, partilho convosco a iniciativa de um grupo de católicos que está a promover a realização de vigílias de oração em várias cidades do país na noite de Quarta-feira de Cinzas. Já há local para Lisboa, Oeiras e Santarém. Se mais alguém quiser organizar na sua vila ou cidade, avisem-me que eu meto a informação no post.

Especialmente numa altura destas, é preciso também ir procurar fontes de inspiração. O artigo desta semana do The Catholic Thing fala de como aquilo que nos define não são as nossas preferências ou fantasias, mas sim o amor infinito de um Deus que corre loucamente atrás de nós cada vez que nos desviamos do caminho. Leiam, é um bálsamo.

1 comment:

  1. "Nestas alturas há sempre duas atitudes a tomar. A de abertura às críticas, procurando absorvê-las para crescer com elas e tornar a Igreja mais pura, mais santa, e a atitude contrária, de entrincheiramento, de rejeição, de suspeição sobre tudo o que é mais crítico"; é mentira, não há apenas estas duas até pq estas são erradas. A correcta é esta: https://twitter.com/joaogoncalvesfy/status/1625866950910902272?s=48&t=FKtL_iqdPZP6O63G2xIXQg

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