Thursday, 10 August 2023

Obrigado a todos, todos, todos

A JMJ terminou, e penso que o sentimento é geral de que foi uma experiência única, e extraordinariamente bonita para os envolvidos. Embora já se comecem a ver as habituais lamúrias daqui e dali, pessoalmente ainda não falei com ninguém que me dissesse que este não foi um evento transformador.

Eu tive o privilégio de poder viver a JMJ de uma forma muito intensa. Estando ao serviço como comentador da SIC, pude estar sempre presente sem ter a necessidade de andar sempre a correr para fazer reportagem ou cumprir prazos. Tive muitas oportunidades para andar pelos eventos, falar com peregrinos de todos os tipos e de dezenas de países, para recolher histórias e momentos engraçados para os artigos diários que escrevi para o ThePillar. Tendo credencial de imprensa, podia também andar livremente pelos diferentes espaços do recinto e apanhar uma visão mais global de tudo o que se estava a passar.

Dificilmente poderia destacar pontos individuais que não foram já sublinhados por outros, mais cedo, como o ambiente contagiante nas ruas, a simpatia demonstrada por toda a gente, aquele momento de profundíssimo silêncio na adoração ao Santíssimo, durante a vigília, e a profusão de bandeiras, que demonstra que é possível um saudável amor pelo nosso país ou região conviver com um sentimento de fraternidade universal, isto é, católica. Que importante lição numa era do recrudescimento dos nacionalismos.

Quem quiser ler mais atentamente as minhas impressões pode fazê-lo no diário que fui escrevendo para o The Pillar, embora estejam em inglês, mas este texto não é para isso. É para agradecer.

Agradecer do fundo do coração a todos os que vieram à JMJ, de outros países, nalguns casos do outro lado do mundo. Agradecer a todos os que abriram as suas casas para acolher peregrinos. Agradecer a todos os donos de cafés, restaurantes e outro tipo de lojas que ajudaram a fazer com que os peregrinos se sentissem acolhidos. Aos paramédicos, polícias, militares, agentes da Protecção Civil e Bombeiros. Quero agradecer profundamente ao Papa, que esteve tão bem e tão contente no meio dos jovens e restantes peregrinos. Agradeço ainda a todos os que foram acompanhando as minhas intervenções na SIC, na Rádio Observador, ou os meus artigos no The Pillar e que não deixaram de me elogiar e encorajar.

Mas acima de tudo quero agradecer a todos os que trabalharam na JMJ para que ela se realizasse. Aos voluntários, muitos dos quais sacrificaram a sua própria liberdade de movimentação na Jornada para estar ao serviço, nomeadamente aos que se ofereceram logo de início e tiveram tanto tempo longe de suas casas, nalguns casos, a trabalhar por todos nós. E também aos trabalhadores pagos, mas que também se sacrificaram tanto, que deram à JMJ o toque profissional que evitou que tudo se transformasse em caos.

Acima de tudo, quero agradecer profundamente a quem nunca deixou de acreditar nesta JMJ. Para muitos – entre os quais me incluo – depois de anos a ouvir falar disto a toda a hora e por qualquer razão, houve pontos de saturação a partir das quais dizíamos que já nem queríamos saber do assunto, não queríamos ouvir falar. Eu estive várias vezes nessa situação, por mais que soubesse que depois, na altura, iria entusiasmar-me outra vez. Os que nunca tiveram, os que nunca deixaram adormecer esse entusiasmo, esses são verdadeiros heróis e merecem os nossos aplausos.

Obrigado, obrigado, obrigado.

E depois disto fica só por fazer uma recomendação. Aos bispos, aos sacerdotes, aos funcionários paroquiais, aos líderes dos movimentos na Igreja: não deixem que este entusiasmo seja apenas uma onda que passa e dispersa na areia. Aproveitem a energia destes milhares de voluntários que acabaram de descobrir esta dimensão universal da Igreja e agora querem meter a mão na massa. Portugal tem uma oportunidade absolutamente única, que não pode mesmo ser desperdiçada, e todos temos a obrigação de contribuir para que assim seja.

1 comment:

  1. Muitos parabéns pelo texto Filipe! Senti o mesmo e senti-me também verdadeiramente privilegiado por ter participado com a minha empresa voluntariamente na organização da JMJ, mais precisamente na comunicação, por mais de um ano. Passámos momentos únicos, alguns dos quais referiste. Abraço. Francisco Mendia

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