Friday, 22 January 2016

Ainda os judeus: Nem todos os católicos pensam o mesmo

Na sequência do que tenho colocado neste blog sobre o problema teológico de saber se os cristãos devem ou não tentar evangelizar os judeus, coloco agora mais dois contributos para aprofundar a discussão. São contraditórios, o que apenas vem dar força ao título que escolhi para o post...

A primeira é um excerto da entrevista que fiz na semana passada ao padre Peter Stilwell, especialista em diálogo inter-religioso e ecuménico, a propósito da visita do Papa à Sinagoga de Roma.

Recentemente causou bastante discussão, e mesmo alguma polémica, um novo documento da Comissão para as Relações Religiosas com os Judeus. Surgiram logo órgãos de comunicação social a dizer que a Igreja estava a dizer que não é preciso converter os judeus. É assim?

Conheço o documento e essa expressão, dita dessa forma ou de outra, é correcta. 

A posição é que não se deve fazer proselitismo em relação aos judeus, e que deve haver diálogo, como é evidente, mas que deve haver respeito no sentido em que eles têm uma tradição que nós usamos quotidianamente na nossa liturgia para reflectir sobre a nossa tradição religiosa e temos muito que partilhar uns com os outros. 

Mas fazer uma evangelização dos judeus no sentido do proselitismo, de tentar transformar os judeus em cristãos, de uma forma de "pesca à linha", por assim dizer, é realmente uma posição que a Igreja não considera apropriada. 

Entretanto ontem entrevistei, a propósito de outro assunto, o vigário-patriarcal da Jordânia, o bispo Maroun Lahham. Coloco aqui a pergunta que lhe fiz sobre este assunto, no inglês original.

The Pope’s recent visit to the Synagogue in Rome raised once more the issue of whether Christians should try to convert Jews or whether they already have a salvific covenant with God, and therefore there should not be specific missions to the Jews. What is your opinion, and what is the standard practice of the Latin Patriarchate in Jerusalem?
Firstly, we do not try to evangelize the Jews in Israel, it is very hard. Jesus himself tried, and he failed. Unless we evangelize by our witness, by our life.

Secondly, this famous document which was published on the 50th anniversary of Nostra Aetate... Yes, they repeat more than 100 times that the covenant of God is irrevocable. The mere fact that they repeat it over 100 times means that they don't believe it. When you have to insist on something so many times, there is something wrong. 

I understand that the west wants to repair the bad history with the Jews, but you cannot use the Bible as an instrument for political or historical issues.

If you go to the Bible, sure there is this sentence, but there are others which say the opposite.

It is a kind of Western theology, based on historical events and political events and psychological complexes, while theology, to be a true theology must be free, like the Holy Spirit, from any pressure here and there. So for me this is not really theology.

Ver também: 

No comments:

Post a Comment