Thursday, 7 March 2013

D. Odilo Pedro Scherer

Nascido: 21 de Setembro de 1949
Ordenado padre a 7 de Setembro de 1976
e bispo a 2 de Fevereiro de 2002
Quando se fala na possibilidade de um Papa oriundo do “terceiro mundo”, como era conhecido, o Brasil surge logo como uma das possibilidades mais fortes, até por ser o maior país católico do mundo, em termos demográficos.

D. Odilo Scherer é arcebispo de uma das maiores e mais importantes dioceses do Brasil. A isso acresce o facto de o actual arcebispo do Rio de Janeiro não ser Cardeal, o que não impossibilita a sua escolha, mas torna-a muito pouco provável. Para além disso D. Odilo tem experiência curial, sem ser um "homem da cúria", e conhece bem o Banco do Vaticano, pertencendo ao comité de 15 cardeais encarregues de acompanhar mais de perto a situação financeira da Santa Sé.

O Cardeal brasileiro é bastante novo, com apenas 63 anos, o que poderá desmotivar mesmo alguns cardeais que já manifestaram querer um Papa mais novo do que era Bento XVI quando foi eleito. Por outro lado, João Paulo II tinha 58 quando foi eleito.

Do ponto de vista teológico Scherer apresenta visões equilibradas. Critica os excessos da Teologia da Libertação, que tantos adeptos tem ainda na América do Sul, mas louva por exemplo a acentuação da justiça social da mesma corrente teológica. Tem criticado as tentativas de legalizar o aborto no Brasil e, do ponto de vista liturgico tende para o conservador, tendo criticado as missas “espectáculo” do padre Rossi, por exemplo. Permite na sua arquidiocese a celebração da forma extraordinária do rito romano, conhecido frequentemente como rito tridentino.

Recentemente viu-se envolvido numa polémica por causa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) quando, na qualidade de magno-chanceler, vetou o nome do reitor eleito por alunos e professores, nomeando antes a terceira classificada, mas a única candidata que considerava adequada à chefia de uma instituição católica. A decisão foi mal recebida por muitos alunos, mas louvada por sectores mais conservadores da população, preocupados com a deriva liberal da universidade.

Nos últimos dias tem-se falado na existência de uma “campanha” por parte da comitiva brasileira em torno de D. Odilo. Não é certo se a intenção existe mesmo, se está a ser empolada pela imprensa brasileira ou se é invenção mesmo. Certo é que frases como “vocês podem divulgar, dos cardeais brasileiros, elementos que podem apresentá-lo como um bom candidato”, atribuída pela Folha de São Paulo ao assessor dos cardeais brasileiros, só prejudicam as hipóteses do Arcebispo de São Paulo.

É de notar que o segundo nome de D. Odilo é Pedro, o que seria uma dádiva a todos os crentes nas “profecias” de São Malaquias e coisas do género.

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